Quem nunca sentiu aquele formigamento nas pernas depois de passar alguns minutos sentado de maneira desconfortável? A sensação, que mistura dormência e pequenos choques elétricos, é tão comum que quase todo mundo já experimentou em algum momento. Mas a ciência explica que, por trás desse incômodo aparentemente inofensivo, existe um processo fascinante envolvendo nervos, vasos sanguíneos e até mesmo o modo como mantemos a postura no dia a dia.
Formigamento nas pernas: quando os nervos reclamam
O formigamento é tecnicamente chamado de parestesia. Ele acontece quando há uma compressão temporária dos nervos periféricos, aqueles que levam informações do corpo até o cérebro. Ao sentarmos de forma errada — com a perna dobrada embaixo do corpo ou cruzando excessivamente uma sobre a outra —, acabamos pressionando essas estruturas delicadas. O resultado é a interrupção parcial da comunicação entre nervos e cérebro, que reage com a sensação de formigamento.
O papel da circulação sanguínea
Não são apenas os nervos que entram em cena. A circulação também desempenha um papel crucial. Quando a pressão sobre as pernas é intensa, o fluxo de sangue é reduzido, dificultando a chegada de oxigênio e nutrientes aos tecidos. É por isso que, junto com o formigamento, muitas pessoas sentem a perna “pesada” ou até mesmo fria. Esse déficit circulatório reforça a sensação de dormência, criando o desconforto que só melhora quando mudamos de posição.
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Por que sentimos os “choquinhos”?
Aquela onda de “choquinhos” que sentimos ao esticar a perna depois de um tempo sentado de forma errada nada mais é do que o nervo se recuperando. Quando a compressão é aliviada, os impulsos elétricos voltam a circular, mas de forma desordenada. É como se os nervos estivessem “reiniciando o sistema”. Essa reativação gera sinais confusos, interpretados pelo cérebro como choques leves, antes de tudo voltar ao normal.
O alerta do corpo contra maus hábitos
Embora o formigamento seja, na maioria das vezes, passageiro e inofensivo, ele também funciona como um sinal de alerta. O corpo está avisando que algo não vai bem naquela postura. Ignorar constantemente esse desconforto pode contribuir para sobrecargas musculares, problemas de circulação e até lesões nos nervos em casos extremos. Ou seja, não se trata apenas de incômodo: é um lembrete fisiológico de que precisamos nos movimentar.
Quando o formigamento merece atenção médica
Nem sempre o formigamento é causado apenas por sentar errado. Especialistas alertam que a parestesia frequente pode estar ligada a condições mais sérias, como hérnia de disco, diabetes, neuropatias ou má circulação crônica. Nesses casos, a dormência costuma aparecer sem motivo aparente, durar mais tempo ou vir acompanhada de dor intensa. O ideal é procurar um médico quando o sintoma se torna recorrente, principalmente se afetar atividades simples do dia a dia.
Postura: a chave para evitar o incômodo
A ciência confirma o que nossas avós já diziam: sentar direito faz bem para a saúde. Manter a coluna ereta, os pés apoiados no chão e evitar cruzar as pernas por muito tempo ajuda a reduzir drasticamente as chances de sentir formigamento. Pequenas pausas para levantar, caminhar e alongar também são aliadas importantes. O corpo humano não foi feito para ficar imóvel por horas — ele precisa de movimento para que sangue e nervos trabalhem em harmonia.
O que estudos recentes apontam
Pesquisas em neurociência e ortopedia mostram que a compressão repetitiva dos nervos pode, em longo prazo, aumentar a sensibilidade da região, tornando o formigamento mais frequente. Além disso, estudos de ergonomia comprovam que cadeiras inadequadas e mesas mal ajustadas favorecem más posturas, ampliando os riscos não só de dormência, mas também de dores crônicas. O ambiente em que passamos boa parte do dia é determinante para a saúde neuromuscular.
O lado curioso do fenômeno
Apesar de ser desconfortável, o formigamento também revela o quão impressionante é o corpo humano. A rapidez com que nervos e vasos sanguíneos respondem à mudança de posição mostra a eficiência dos nossos sistemas de autorregulação. É quase como se o corpo tivesse um alarme embutido, pronto para nos lembrar de ajustar a postura e preservar a saúde.
Movimentar-se é parte da solução
Adotar hábitos simples pode ser a melhor forma de prevenir o incômodo. Levantar-se a cada hora, alongar as pernas, fazer pequenas caminhadas e até praticar exercícios de respiração ajudam a melhorar a circulação. Quem passa muito tempo sentado no trabalho ou nos estudos deve investir em cadeiras ergonômicas e mesas ajustadas à altura correta. São detalhes que fazem diferença não apenas contra o formigamento, mas também para o bem-estar geral.
O que aprendemos com o “formigar”
O formigamento nas pernas é um fenômeno comum, mas que traz lições valiosas. Ele mostra como nervos e circulação estão intimamente conectados, como a postura influencia diretamente nossa saúde e como o corpo tem mecanismos inteligentes para nos alertar. Embora, na maioria dos casos, não seja motivo de preocupação, ignorar sinais repetidos pode ser arriscado. Prestar atenção nesses pequenos avisos é uma forma de cuidar do corpo a longo prazo.
No fim, o incômodo que sentimos ao sentar errado é menos um problema e mais um lembrete: somos feitos para o movimento, não para a imobilidade. O corpo fala através do formigamento, e cabe a nós escutá-lo — ajustando a postura, valorizando o conforto e, acima de tudo, respeitando os limites naturais que nos mantêm saudáveis.