Enquanto a Estação Espacial Internacional orbita a meros 400 km, a sonda Voyager 1 da NASA, lançada em 1977, já é o objeto feito pelo homem mais distante da Terra, e em maio de 2025, continua enviando dados do espaço interestelar, a quase 25 bilhões de quilômetros de distância.
Em maio de 2025, a Voyager 1 se encontra a espantosos 24,879 bilhões de quilômetros da Terra, posicionando-se inequivocamente como o objeto feito pelo homem mais distante da Terra. Este artigo detalha sua odisseia cósmica, suas descobertas e sua contínua comunicação desde o espaço profundo.
A percepção comum pode apontar a Estação Espacial Internacional (ISS) como um símbolo de quão longe chegamos. Contudo, a ISS orbita a Terra a uma altitude média de apenas 400 quilômetros. O verdadeiro recordista de distância é a sonda Voyager 1, que em maio de 2025 estava a aproximadamente 24,879 bilhões de quilômetros (cerca de 166,3 Unidades Astronômicas – UA) de nós, já navegando pelo espaço interestelar. Esta análise explora a incrível jornada da Voyager 1.
A jornada épica da Voyager 1
Lançada pela NASA em 5 de setembro de 1977, a missão Voyager 1 foi concebida para aproveitar um raro alinhamento dos planetas gigantes exteriores. Suas passagens por Júpiter em 1979 e Saturno em 1980 foram repletas de descobertas transformadoras, incluindo o vulcanismo ativo na lua Io de Júpiter, os anéis tênues do planeta gigante, e a densa atmosfera rica em hidrocarbonetos de Titã, a maior lua de Saturno.
-
Existe um tesouro de US$ 20 milhões por quilo escondido na Lua — e estamos prontos para extraí-lo
-
O “Ozempic brasileiro” chega às farmácias com um preço mais acessível. Veja mais sobre
-
Novo relógio atômico é tão exato que pode mudar a forma como o mundo conta o tempo
-
Carregar o celular na cama pode custar caro: risco de incêndio aumenta com lençóis, cobertores e colchões inflamáveis
A trajetória otimizada e o crucial sobrevoo por Titã impulsionaram a Voyager 1 para fora do plano da eclíptica, rumo ao espaço profundo. Em 17 de fevereiro de 1998, ela ultrapassou a sonda Pioneer 10, tornando-se oficialmente o objeto feito pelo homem mais distante.
A histórica entrada da Voyager 1 no espaço interestelar
A influência do nosso Sol cria uma “bolha” magnética chamada heliosfera. Sua fronteira externa é a heliopausa. Em 25 de agosto de 2012, a uma distância de aproximadamente 122 UA do Sol, a Voyager 1 cruzou a heliopausa, tornando-se o primeiro artefato humano a entrar no meio interestelar – o espaço entre as estrelas. A confirmação veio através da análise de dados de raios cósmicos galácticos e, posteriormente, de oscilações de plasma causadas por uma erupção solar que alcançou a sonda.
Como a Voyager 1, o objeto feito pelo homem mais distante da Terra, ainda envia dados preciosos
Mesmo a bilhões de quilômetros, a Voyager 1 continua a enviar dados. Isso é possível graças à Rede do Espaço Profundo (Deep Space Network – DSN) da NASA, um sistema global de antenas de rádio gigantes. Os sinais recebidos são incrivelmente fracos, cerca de 20 bilhões de vezes mais fracos que a energia de um relógio de pulso digital.
Em maio de 2025, um sinal de rádio levava mais de 23 horas para viajar em uma direção entre a Terra e a sonda. Apesar do desligamento progressivo de instrumentos para poupar energia, em maio de 2025, o Magnetômetro (MAG), o Subsistema de Ondas de Plasma (PWS) e o instrumento de Partículas Carregadas de Baixa Energia (LECP*) ainda estavam ativos (*com o LECP previsto para ser desligado durante 2025).
A Estação Espacial Internacional (ISS) em perspectiva
Em nítido contraste, a ISS opera em Órbita Terrestre Baixa (LEO), a cerca de 400 km de altitude. Seu propósito é ser um laboratório de pesquisa em microgravidade e manter uma presença humana contínua no espaço próximo. A ISS está, portanto, milhões de vezes mais próxima da Terra que a Voyager 1, com objetivos e desafios operacionais completamente distintos.
Um testamento à engenhosidade e resiliência
Projetada para uma missão primária de cinco anos, a Voyager 1 opera há mais de 47 anos. Sua longevidade excepcional se deve a um design robusto, sistemas redundantes e à capacidade de reprogramação remota. Recentemente, a equipe da NASA/JPL superou uma complexa falha de corrupção de dados (novembro de 2023 – junho de 2024) e, em março de 2025, conseguiu reativar propulsores primários que estavam inativos há 21 anos.
Sua energia provém de três Geradores Termoelétricos de Radioisótopos (RTGs) à base de Plutônio-238, cuja potência diminui gradualmente. A bordo, a Voyager 1 carrega o Disco de Ouro (Golden Record), uma cápsula do tempo com imagens, sons e músicas da Terra, destinada a qualquer civilização extraterrestre que possa encontrá-la.
Voyager 1, o objeto feito pelo homem mais distante da Terra, e seu legado contínuo para a ciência
De forma incontestável, a sonda Voyager 1 da NASA é o objeto feito pelo homem mais distante da Terra e uma pioneira no espaço interestelar. Sua jornada e as descobertas científicas que continua a proporcionar transformaram nossa compreensão do Sistema Solar e do meio entre as estrelas.
Representa a insaciável curiosidade humana e a extraordinária capacidade de engenharia. Prevista para operar pelo menos um instrumento até a década de 2030, a Voyager 1 seguirá depois em sua viagem silenciosa e eterna pela Via Láctea, um testemunho duradouro da nossa busca por conhecimento.
Não sei mentir assim. Aqui qdo o apresentador chama o reporter de rua as vezes espera 20, 30 segundos pra retorno. Kkkk