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O navio quebrador de gelo nuclear da Rússia: como o “Arktika” consegue romper blocos de 3 metros de espessura e abrir caminhos no Ártico

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 24/05/2025 às 18:29
Atualizado em 26/05/2025 às 23:54
Descubra como o navio nuclear Arktika rompe gelo de 3 metros e mantém rotas abertas no Ártico, desafiando o frio extremo com tecnologia única.
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Incrível engenharia por trás do navio nuclear que desafia o Ártico, rompendo gelo impenetrável e mantendo rotas abertas em condições extremas de frio e isolamento, com tecnologia única que redefine o futuro da navegação polar global.

No extremo norte do planeta, onde o mar se transforma em uma gigantesca camada de gelo sólida durante o inverno, o navio quebra-gelo nuclear russo “Arktika” destaca-se como uma das máquinas mais poderosas e avançadas do mundo.

Essa embarcação é capaz de romper blocos de gelo de até 3 metros de espessura, abrindo e mantendo rotas marítimas essenciais para o transporte, exploração e presença estratégica no Ártico — uma região que registra temperaturas extremas e condições naturais extremamente adversas.

Inaugurado em 2020, o “Arktika” é o maior quebra-gelo nuclear em operação atualmente, e sua construção representa a evolução máxima da engenharia naval em ambientes polares.

Equipado com dois reatores nucleares, ele produz energia suficiente para manter operações contínuas durante longos períodos, sem a necessidade de reabastecimento, garantindo autonomia única em meio ao gelo.

O casco do navio, feito de aço especial reforçado, é desenhado para resistir a pressões imensas e ao impacto constante com blocos congelados, enquanto seu design exclusivo permite distribuir o peso da embarcação para esmagar o gelo sob sua proa.

Descubra como o navio nuclear Arktika rompe gelo de 3 metros e mantém rotas abertas no Ártico, desafiando o frio extremo com tecnologia única.
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Tecnologia e funcionamento do Arktika

O Oceano Ártico, durante o inverno, é coberto por uma espessa camada de gelo que pode chegar a impressionantes 3 metros de espessura, bloqueando praticamente toda a navegação tradicional.

A função do “Arktika” é justamente abrir caminho nessas condições, mantendo canais navegáveis para outras embarcações comerciais, científicas e militares, permitindo que o comércio e as operações logísticas na região continuem mesmo nas condições mais extremas.

Sua propulsão é alimentada por energia nuclear, o que representa uma vantagem decisiva frente a quebra-gelos convencionais movidos a diesel ou outras fontes fósseis.

Essa fonte de energia proporciona não apenas maior potência, mas também uma autonomia muito maior, permitindo que o navio opere por meses sem precisar reabastecer, um ponto crítico para missões no Ártico, onde o acesso é limitado e perigoso.

O método principal que o “Arktika” utiliza para romper o gelo é conhecido como “quebra por esmagamento”.

Quando encontra um bloco de gelo, o navio desacelera, posiciona sua proa acima da camada congelada e usa seu peso para esmagar o gelo por baixo.

Ao mesmo tempo, as hélices potentes empurram o navio para frente, quebrando o gelo e abrindo um canal líquido seguro para a passagem de outras embarcações.

Além da força bruta, o “Arktika” conta com sistemas de sensores e tecnologia de navegação de ponta.

Esses sistemas avaliam a espessura do gelo e suas condições em tempo real, orientando o capitão para escolher a rota mais eficiente, evitando áreas onde a navegação seria inviável ou perigosa.

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A importância estratégica e econômica do quebra-gelo nuclear

A frota de quebra-gelos nucleares da Rússia é a única do mundo que opera com essa tecnologia em escala comercial e militar.

Isso confere à Rússia uma liderança incontestável no controle das rotas marítimas do Ártico e no acesso aos ricos recursos naturais da região, incluindo petróleo, gás natural e minerais raros, que são cada vez mais acessíveis devido ao derretimento gradual do gelo causado pelas mudanças climáticas.

Além do aspecto econômico, o “Arktika” possui um papel fundamental na segurança nacional russa.

Manter rotas abertas significa garantir a presença militar, monitorar a atividade de outros países e assegurar a soberania russa em uma área que está ganhando importância geopolítica.

O Ártico é uma fronteira cada vez mais disputada, e o domínio da navegação polar pode definir o equilíbrio estratégico da região nas próximas décadas.

Entretanto, a operação de navios nucleares em um ambiente tão frágil quanto o Ártico gera debates globais.

Especialistas e ambientalistas alertam para os riscos ambientais associados ao uso da energia nuclear, como possíveis acidentes, vazamentos radioativos e impactos irreversíveis na fauna e flora local, que são extremamente sensíveis a qualquer tipo de contaminação.

A Rússia garante que seus protocolos de segurança estão entre os mais rigorosos do mundo e que a utilização de quebra-gelos nucleares ajuda a reduzir a poluição que seria causada por motores convencionais, especialmente quando comparados a navios movidos a diesel em condições extremas.

Descubra como o navio nuclear Arktika rompe gelo de 3 metros e mantém rotas abertas no Ártico, desafiando o frio extremo com tecnologia única.
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O futuro da navegação polar e a corrida por avanços tecnológicos

Com o aquecimento global acelerando o degelo das calotas polares, a navegação pelo Ártico está se tornando uma alternativa viável para o transporte marítimo global, reduzindo distâncias entre a Europa, Ásia e América do Norte.

Essa perspectiva impulsiona a demanda por quebra-gelos ainda mais poderosos, eficientes e tecnologicamente avançados, capazes de operar em condições cada vez mais variáveis e prolongadas.

A Rússia já projeta novas classes de quebra-gelos nucleares que devem superar o “Arktika” em tamanho, potência e inovação tecnológica.

Outros países, como a China, Canadá e os Estados Unidos, também investem fortemente na expansão de suas frotas polares e no desenvolvimento de tecnologias similares.

Essa corrida tecnológica envolve não apenas engenharia naval, mas também sistemas de propulsão limpa, inteligência artificial para navegação e monitoramento ambiental, além de estratégias para mitigar impactos ambientais.

A engenharia por trás do Arktika: um gigante do Ártico

O “Arktika” mede aproximadamente 173 metros de comprimento, pesa cerca de 33.500 toneladas e pode operar com uma tripulação reduzida graças à automação avançada.

Suas duas turbinas nucleares produzem cerca de 175 MW de potência, que alimentam três hélices fixas capazes de gerar empuxo suficiente para esmagar o gelo, além de garantir velocidade de até 22 nós (cerca de 40 km/h) em águas livres.

O casco tem uma forma especial, com uma proa inclinada para cima, que ajuda o navio a subir sobre o gelo e romper sua estrutura com o peso.

Materiais especiais resistentes ao frio extremo e à abrasão do gelo garantem a durabilidade do navio, que enfrenta temperaturas abaixo de -50 °C regularmente.

Além disso, o “Arktika” possui sistemas de comunicação e segurança modernos para operar em uma região isolada e cheia de desafios, como tempestades, neblina e mudanças rápidas no clima.

Veja o vídeo do navio quebra-gelo nuclear “Arktika” em ação, rompendo blocos gigantes de gelo e abrindo caminho no Ártico:

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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