Destruído em 2022 durante a invasão da Ucrânia, o gigante Antonov An-225 Mriya deixou um legado de recordes e uma engenharia monumental, que incluía um consumo de combustível quase inacreditável para o motor do maior avião de carga do mundo.
O Antonov An-225 Mriya foi uma lenda dos céus. Mesmo após sua trágica destruição em fevereiro de 2022, o maior avião já construído continua a fascinar entusiastas da aviação. Famoso por suas dimensões colossais, o motor do maior avião de carga do mundo tinha um consumo impressionante, que chegava a 15 toneladas de querosene por hora de voo.
Estas informações desvendam os segredos por trás deste gigante. Vamos explorar a história do Mriya, a engenharia de seus propulsores soviéticos, a verdade sobre seu consumo e o legado que ele deixou, mesmo após ter sido reduzido a destroços em seu hangar na Ucrânia.
Por que o An-225 foi construído nos anos 80 para carregar um ônibus espacial soviético?
O An-225 Mriya não nasceu para ser um avião de carga comum. Ele foi uma resposta a uma necessidade específica e monumental da União Soviética durante a Guerra Fria: o transporte do ônibus espacial Buran. Na década de 1980, os soviéticos precisavam de uma aeronave capaz de carregar os componentes gigantes do foguete Energia e o próprio Buran de suas fábricas até a base de lançamento.
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A solução foi pegar um avião que já era enorme, o Antonov An-124, e modificá-lo radicalmente. Os engenheiros aumentaram a fuselagem, redesenharam as asas para adicionar mais dois motores e criaram uma cauda dupla para dar estabilidade ao avião quando estivesse com o ônibus espacial em suas costas. O resultado foi um gigante de 84 metros de comprimento e um trem de pouso com 32 rodas para aguentar seu peso.
Raio-X da potência: os detalhes dos seis motores Progress D-18T, o coração do An-225
A capacidade do Mriya de levantar voo com um peso máximo de até 640 toneladas vinha de seus seis motores. O propulsor escolhido foi o Progress D-18T, uma maravilha da engenharia soviética desenvolvida nos anos 1970. Fabricado na Ucrânia, foi o primeiro motor do país a ultrapassar 20.000 kgf de empuxo.
Cada um desses motores turbofan tinha 5,4 metros de comprimento, pesava 4.100 kg e era capaz de gerar um empuxo máximo de 51.700 libras-força. Juntos, os seis motores davam ao An-225 a força bruta necessária para suas missões. Embora fossem de ponta para a sua época, eram consideravelmente menos eficientes em consumo de combustível do que os motores modernos.
O consumo do motor do maior avião de carga do mundo: a verdade sobre as 15 toneladas por hora
A famosa cifra de 15 toneladas de combustível por hora é impressionantemente precisa, mas se refere apenas à fase de cruzeiro do voo, quando o avião já está em alta altitude. A realidade do consumo varia muito.
Na decolagem: Para tirar suas 640 toneladas do chão, o motor do maior avião de carga do mundo operava em potência máxima, com um consumo teórico que podia ultrapassar as 48 toneladas por hora.
Em cruzeiro: A uma velocidade de 800 km/h, o consumo se estabilizava em cerca de 16 toneladas por hora, o que valida a famosa estimativa.
Para colocar em perspectiva, o combustível que o Mriya queimava em apenas uma hora de voo em altitude de cruzeiro seria suficiente para um carro popular, fazendo 15 km/l, dar quase oito voltas completas no planeta Terra.
A destruição do Mriya em 27 de fevereiro de 2022 em Hostomel
A carreira do Mriya terminou de forma trágica. Sua última missão comercial foi entre 2 e 5 de fevereiro de 2022, transportando testes de COVID-19 da China para a Dinamarca. Após a missão, ele retornou à sua base no Aeroporto de Antonov, em Hostomel, perto de Kyiv, para manutenção.
Em 24 de fevereiro de 2022, com o início da invasão russa da Ucrânia, o aeroporto se tornou um dos primeiros alvos. Durante a Batalha do Aeroporto de Antonov, a aeronave, que estava impossibilitada de voar, foi atingida e destruída. Em 27 de fevereiro de 2022, a destruição do único An-225 do mundo foi confirmada, com imagens mostrando o gigante da aviação em chamas dentro de seu hangar.
O debate sobre a reconstrução e a memória do motor do maior avião de carga do mundo em 2025
Originalmente um símbolo do poderio soviético, o Mriya (que significa “Sonho” em ucraniano) foi adotado pela Ucrânia independente como um ícone de orgulho nacional. Sua destruição foi sentida como um ataque direto a essa identidade.
Logo após a destruição, o governo ucraniano anunciou a intenção de reconstruir o avião. O projeto é tecnicamente viável, pois existe uma segunda fuselagem do An-225 parcialmente construída desde a era soviética.
No entanto, o custo estimado, que pode chegar a 3 bilhões de dólares, e a falta de um mercado que justifique economicamente um avião tão grande, tornam a reconstrução um debate complexo. Em 2025, em fóruns de aviação como o r/aviation, o Mriya é constantemente lembrado, e a discussão sobre seu futuro — seja como símbolo de resiliência ou como uma lenda que deve permanecer na história — continua viva.
É realmente lamentável a destruição deste ícone da aviação, justamente no momento que comecei a acompanhar suas longas e impressionantes viagens. Infelizmente o mundo em que vivemos hoje só prevalece os interesses egoístas das pessoas.
“Eu vi tudo isso, e me **** a refletir em todo o trabalho que se tem feito debaixo do sol enquanto homem domina homem para o seu prejuízo” Eclesiástis -8:9.
Vladimir Putin, com essa invasão à Ucrânia, um País soberano, promoveu ao mundo uma revolta inconteste de um ditador totalmente fora de seu tempo. Houve com essa invasão uma revolta local e tbem de todo o ocidente trazendo mal estar e uma gde corrida armamentista. Em pleno século XXI é inconcebível tal atitude onde a paz é tida como um legado maior após a segunda guerra mundial. Esperamos que esse ditador refaça suas contas e veja o quão perdeu em respeito e qualificação perante o mundo. O ANTONOV é parte respeitosa de um processo evolutivo da União Soviética frente aos EUA na era da guerra fria.
Bom dia, conheci este gigante por foto por foto, uma grande uma da engenharia, e destruído pela arrogância de um ditador. É lamentável.