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O motor do maior avião de carga do mundo, que consumia 15 toneladas de querosene por hora de voo, o suficiente para um carro popular dar 5 voltas na Terra

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 14/06/2025 às 19:08
Atualizado em 17/06/2025 às 19:01
O motor do maior avião de carga do mundo: como os 6 motores do Antonov An-225 bebiam 15 toneladas de combustível por hora, o suficiente para um carro popular dar 5 voltas na Terra
O motor do maior avião de carga do mundo: como os 6 motores do Antonov An-225 bebiam 15 toneladas de combustível por hora, o suficiente para um carro popular dar 5 voltas na Terra

Destruído em 2022 durante a invasão da Ucrânia, o gigante Antonov An-225 Mriya deixou um legado de recordes e uma engenharia monumental, que incluía um consumo de combustível quase inacreditável para o motor do maior avião de carga do mundo.

O Antonov An-225 Mriya foi uma lenda dos céus. Mesmo após sua trágica destruição em fevereiro de 2022, o maior avião já construído continua a fascinar entusiastas da aviação. Famoso por suas dimensões colossais, o motor do maior avião de carga do mundo tinha um consumo impressionante, que chegava a 15 toneladas de querosene por hora de voo.

Estas informações desvendam os segredos por trás deste gigante. Vamos explorar a história do Mriya, a engenharia de seus propulsores soviéticos, a verdade sobre seu consumo e o legado que ele deixou, mesmo após ter sido reduzido a destroços em seu hangar na Ucrânia.

Por que o An-225 foi construído nos anos 80 para carregar um ônibus espacial soviético?

O An-225 Mriya não nasceu para ser um avião de carga comum. Ele foi uma resposta a uma necessidade específica e monumental da União Soviética durante a Guerra Fria: o transporte do ônibus espacial Buran. Na década de 1980, os soviéticos precisavam de uma aeronave capaz de carregar os componentes gigantes do foguete Energia e o próprio Buran de suas fábricas até a base de lançamento.

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A solução foi pegar um avião que já era enorme, o Antonov An-124, e modificá-lo radicalmente. Os engenheiros aumentaram a fuselagem, redesenharam as asas para adicionar mais dois motores e criaram uma cauda dupla para dar estabilidade ao avião quando estivesse com o ônibus espacial em suas costas. O resultado foi um gigante de 84 metros de comprimento e um trem de pouso com 32 rodas para aguentar seu peso.

Raio-X da potência: os detalhes dos seis motores Progress D-18T, o coração do An-225

O Antonov An-225 Mriya foi uma lenda dos céus. Mesmo após sua trágica destruição em fevereiro de 2022, o maior avião já construído continua a fascinar entusiastas da aviação. Famoso por suas dimensões colossais, o motor do maior avião de carga do mundo tinha um consumo impressionante, que chegava a 15 toneladas de querosene por hora de voo.

A capacidade do Mriya de levantar voo com um peso máximo de até 640 toneladas vinha de seus seis motores. O propulsor escolhido foi o Progress D-18T, uma maravilha da engenharia soviética desenvolvida nos anos 1970. Fabricado na Ucrânia, foi o primeiro motor do país a ultrapassar 20.000 kgf de empuxo.

Cada um desses motores turbofan tinha 5,4 metros de comprimento, pesava 4.100 kg e era capaz de gerar um empuxo máximo de 51.700 libras-força. Juntos, os seis motores davam ao An-225 a força bruta necessária para suas missões. Embora fossem de ponta para a sua época, eram consideravelmente menos eficientes em consumo de combustível do que os motores modernos.

O consumo do motor do maior avião de carga do mundo: a verdade sobre as 15 toneladas por hora

A famosa cifra de 15 toneladas de combustível por hora é impressionantemente precisa, mas se refere apenas à fase de cruzeiro do voo, quando o avião já está em alta altitude. A realidade do consumo varia muito.

Na decolagem: Para tirar suas 640 toneladas do chão, o motor do maior avião de carga do mundo operava em potência máxima, com um consumo teórico que podia ultrapassar as 48 toneladas por hora.

Em cruzeiro: A uma velocidade de 800 km/h, o consumo se estabilizava em cerca de 16 toneladas por hora, o que valida a famosa estimativa.

Para colocar em perspectiva, o combustível que o Mriya queimava em apenas uma hora de voo em altitude de cruzeiro seria suficiente para um carro popular, fazendo 15 km/l, dar quase oito voltas completas no planeta Terra.

A destruição do Mriya em 27 de fevereiro de 2022 em Hostomel

A carreira do Mriya terminou de forma trágica. Sua última missão comercial foi entre 2 e 5 de fevereiro de 2022, transportando testes de COVID-19 da China para a Dinamarca. Após a missão, ele retornou à sua base no Aeroporto de Antonov, em Hostomel, perto de Kyiv, para manutenção.

A carreira do Mriya terminou de forma trágica. Sua última missão comercial foi entre 2 e 5 de fevereiro de 2022, transportando testes de COVID-19 da China para a Dinamarca. Após a missão, ele retornou à sua base no Aeroporto de Antonov, em Hostomel, perto de Kyiv, para manutenção.

Em 24 de fevereiro de 2022, com o início da invasão russa da Ucrânia, o aeroporto se tornou um dos primeiros alvos. Durante a Batalha do Aeroporto de Antonov, a aeronave, que estava impossibilitada de voar, foi atingida e destruída. Em 27 de fevereiro de 2022, a destruição do único An-225 do mundo foi confirmada, com imagens mostrando o gigante da aviação em chamas dentro de seu hangar.

O debate sobre a reconstrução e a memória do motor do maior avião de carga do mundo em 2025

Originalmente um símbolo do poderio soviético, o Mriya (que significa “Sonho” em ucraniano) foi adotado pela Ucrânia independente como um ícone de orgulho nacional. Sua destruição foi sentida como um ataque direto a essa identidade.

Logo após a destruição, o governo ucraniano anunciou a intenção de reconstruir o avião. O projeto é tecnicamente viável, pois existe uma segunda fuselagem do An-225 parcialmente construída desde a era soviética.

No entanto, o custo estimado, que pode chegar a 3 bilhões de dólares, e a falta de um mercado que justifique economicamente um avião tão grande, tornam a reconstrução um debate complexo. Em 2025, em fóruns de aviação como o r/aviation, o Mriya é constantemente lembrado, e a discussão sobre seu futuro — seja como símbolo de resiliência ou como uma lenda que deve permanecer na história — continua viva.

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Daniel Santos
Daniel Santos
15/06/2025 15:41

É realmente lamentável a destruição deste ícone da aviação, justamente no momento que comecei a acompanhar suas longas e impressionantes viagens. Infelizmente o mundo em que vivemos hoje só prevalece os interesses egoístas das pessoas.
“Eu vi tudo isso, e me **** a refletir em todo o trabalho que se tem feito debaixo do sol enquanto homem domina homem para o seu prejuízo” Eclesiástis -8:9.

Wellington Swertz
Wellington Swertz
15/06/2025 11:42

Vladimir Putin, com essa invasão à Ucrânia, um País soberano, promoveu ao mundo uma revolta inconteste de um ditador totalmente fora de seu tempo. Houve com essa invasão uma revolta local e tbem de todo o ocidente trazendo mal estar e uma gde corrida armamentista. Em pleno século XXI é inconcebível tal atitude onde a paz é tida como um legado maior após a segunda guerra mundial. Esperamos que esse ditador refaça suas contas e veja o quão perdeu em respeito e qualificação perante o mundo. O ANTONOV é parte respeitosa de um processo evolutivo da União Soviética frente aos EUA na era da guerra fria.

Antônio Silva
Antônio Silva
15/06/2025 09:11

Bom dia, conheci este gigante por foto por foto, uma grande uma da engenharia, e destruído pela arrogância de um ditador. É lamentável.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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