Analisamos se a versão de entrada do SUV da Fiat, com preço mais baixo, é a escolha inteligente ou se a grande diferença de performance e segurança para a versão turbo torna a economia uma aposta arriscada
O Fiat Pulse se tornou um sucesso de vendas no Brasil, mas sua compra envolve um dilema crucial: vale a pena economizar e levar para casa a versão de entrada, equipada com o motor 1.3 Firefly do Pulse, ou o desempenho superior das versões turbo justifica o investimento extra? Com um preço atraente, na casa dos R$ 104.000 em junho de 2025, a versão Drive 1.3 atrai quem busca o design de SUV com um custo mais baixo.
A resposta, no entanto, não está apenas na performance. A escolha pelo motor aspirado implica em abrir mão de uma agilidade que pode fazer falta em estradas. Mais importante, toda a linha Pulse foi avaliada com uma nota baixa em segurança pelo Latin NCAP, um fator que se sobrepõe à discussão do motor e que precisa ser o ponto central na decisão de qualquer comprador.
O que o motor 1.3 Firefly do Pulse entrega na prática?
A versão de entrada do SUV é equipada com um motor já conhecido e confiável da Fiat. O motor 1.3 Firefly do Pulse é um quatro cilindros aspirado que entrega 107 cv de potência e 13,7 kgf.m de torque quando abastecido com etanol. Sua principal característica é entregar essa força em rotações mais altas, o que na prática exige que o motorista “pise mais fundo” para sentir o carro responder.
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O desempenho é modesto. Nos testes, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 11,4 segundos, um número que reflete seu foco no uso urbano e sem pressa. Seu grande trunfo é o baixo consumo de combustível, sendo uma das versões mais econômicas do segmento, e a robustez mecânica, que se traduz em custos de manutenção mais previsíveis.
A diferença para o motor turbo,e um abismo de desempenho
A grande questão para o consumidor é o que ele perde ao não escolher a versão com motor T200 (1.0 turbo). A diferença é gritante. O motor turbo entrega 130 cv e, mais importante, 20,4 kgf.m de torque, que aparecem logo a 1.750 rpm. Essa força disponível em baixa rotação transforma a condução.
Na aceleração de 0 a 100 km/h, o Pulse turbo cumpre a prova em 9,4 segundos, uma vantagem de 2 segundos que é sentida no trânsito e, principalmente, em ultrapassagens na estrada. Enquanto o motor 1.3 Firefly pode parecer “fraco” ou exigir mais planejamento para uma manobra segura, o motor turbo oferece uma reserva de potência que se traduz em mais agilidade e segurança percebida.
O resultado do Pulse no Latin NCAP
Talvez o ponto mais crítico na decisão de compra de qualquer versão do Pulse seja seu desempenho em testes de segurança. Em avaliação realizada em dezembro de 2023, o Latin NCAP atribuiu ao Fiat Pulse uma nota de apenas duas estrelas. A principal razão para a pontuação baixa foi a proteção para ocupantes.
O modelo vem de fábrica com apenas quatro airbags (dois frontais e dois laterais), sem os airbags de cortina, que são essenciais para proteger a cabeça dos passageiros, especialmente os do banco de trás, em colisões laterais. Essa é uma desvantagem grave quando comparado a rivais diretos, como o Volkswagen Nivus, que recebeu cinco estrelas e vem com seis airbags de série.
Para quem o motor 1.3 Firefly do Pulse é a escolha certa?
A escolha pelo motor 1.3 Firefly do Pulse é estritamente racional e econômica. Ele é indicado para o motorista que roda quase exclusivamente na cidade, não se importa com um desempenho modesto e tem como prioridade máxima o baixo consumo de combustível e um preço de compra menor.
No entanto, é uma escolha que exige estar ciente de suas limitações. A falta de fôlego em estradas pode gerar frustração e a nota baixa em segurança é um fator que não pode ser ignorado, especialmente por quem transporta a família. Considerando que concorrentes na mesma faixa de preço oferecem um pacote de segurança superior, a economia proporcionada pela versão de entrada do Pulse vem acompanhada de um risco que cada comprador precisa avaliar cuidadosamente.