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O inventário de um imóvel de R$ 400 mil gera custos fixos que somam cerca de R$ 23,1 mil, sem contar os honorários de advogado, que partem de R$ 5,5 mil e podem chegar a até 8% do valor do bem

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 04/09/2025 às 08:40
Inventário extrajudicial de imóvel de R$ 400 mil em São Paulo custa mais de R$ 28 mil em 2024
Inventário extrajudicial de imóvel de R$ 400 mil em São Paulo custa mais de R$ 28 mil em 2024
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Advogado Davi Jinto Barbosa detalha impostos, taxas cartorárias e honorários mínimos da OAB que encarecem o inventário extrajudicial de um imóvel

O inventário extrajudicial de um imóvel avaliado em R$ 400 mil, realizado em São Paulo no ano de 2024, gera um custo que pode superar R$ 28 mil. Segundo o advogado Davi Jinto Barbosa, o valor inclui escritura pública, ITCMD, registro de imóveis e honorários advocatícios mínimos exigidos pela OAB.

Em situações em que o advogado cobra a alíquota de 8% prevista na tabela da Ordem, o montante total pode ultrapassar R$ 55 mil.

O cálculo mostra que, embora o inventário extrajudicial seja considerado mais rápido e prático do que o judicial, ele não é barato.

Além das despesas fixas, o processo exige atenção a prazos e regras específicas — o não cumprimento pode resultar em multas pesadas, elevando ainda mais o custo final.

Quanto custa o inventário em cartório

De acordo com Barbosa, a escritura pública de inventário custa R$ 4.099,15 em São Paulo.

Antes mesmo de lavrar a escritura, é preciso recolher o ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação), fixado em 4% sobre o valor do bem — o que representa R$ 16 mil no caso de um imóvel avaliado em R$ 400 mil.

Depois da lavratura, o documento precisa ser levado ao Cartório de Registro de Imóveis para que os herdeiros sejam oficialmente incluídos na matrícula.

Essa etapa gera mais uma despesa: R$ 3.060. Somando escritura, imposto e registro, o custo fixo já chega a aproximadamente R$ 23,1 mil, sem considerar os honorários advocatícios.

O peso dos honorários de advogado

A contratação de advogado é obrigatória por lei, mesmo em inventários extrajudiciais.

Pela tabela da OAB-SP, os honorários de referência são de 8% sobre o valor da herança — o que daria R$ 32 mil no caso do imóvel de R$ 400 mil.

No entanto, existe a possibilidade de negociar valores menores, desde que respeitado o piso mínimo.

No exemplo citado por Davi Jinto Barbosa, os honorários mínimos aceitáveis ficariam em torno de R$ 5,5 mil.

Isso significa que, na melhor das hipóteses, o inventário custará R$ 28,7 mil. Já se os 8% da tabela forem aplicados, a conta ultrapassa R$ 55 mil.

Prazo e risco de multa por atraso

Outro ponto crítico é o prazo legal de 60 dias para a abertura do inventário após o falecimento.

Caso a família perca esse prazo, incide uma multa de até 20% sobre o ITCMD, além de juros de mora.

No caso analisado, isso poderia representar mais R$ 3,2 mil apenas de penalidade, elevando o custo total.

Por isso, Barbosa alerta que os herdeiros devem se organizar rapidamente, tanto para levantar os documentos necessários quanto para garantir o pagamento do imposto dentro do prazo.

A demora pode transformar um procedimento já caro em um peso financeiro ainda maior.

Vale a pena optar pelo inventário extrajudicial?

Apesar do custo, o inventário extrajudicial costuma ser mais ágil do que o judicial, podendo ser concluído em poucas semanas quando não há disputas entre os herdeiros.

Para famílias que buscam rapidez e segurança jurídica, pode ser uma alternativa viável.

No entanto, é preciso estar preparado para os gastos obrigatórios e para a contratação de um advogado de confiança.

Como lembra Davi Jinto Barbosa, os valores apresentados valem para São Paulo em 2024, mas os custos podem variar entre estados, já que as alíquotas do ITCMD e as custas cartorárias não são uniformes no país.

E você, acredita que o custo do inventário extrajudicial de um imóvel é justo ou deveria ser reduzido para facilitar a vida das famílias? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem já passou por essa experiência.

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Ricardo
Ricardo
09/09/2025 08:25

Solução: mudar para o Paraguai, lá você compra uma casa e ela é sua, aqui no Brasil ela é do governo, você paga IPTU todo ano pelo resto da vida. No Paraguai você só paga imposto quando compra ou quando vende. Não é justo pagar todo ano se não houve transação financeira. Paraguai tem muito a ensinar.

Kanucci
Kanucci
08/09/2025 23:38

Esse aí é o sócio-comunismo velado. Uma família pobre sem muitos recursos perde o imóvel para o próprio governo. O sistema se retro-alimenta.

Ageu
Ageu
08/09/2025 23:31

Não adianta reclamar, isso não vai mudar nunca. Para nossa vida melhorar temos que procurar os melhores políticos. Procurar homens honestos para merecer nosso voto.
Deus abençoe nosso Brasil. Parece que piora a cada dia. As notícias são só ruins. Não tem acontecido na de bom. Ou estou muito pessimista? Tem muitos que não estão fazendo inventário. Mais fácil e barato entrar com usucapião.

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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