O iFood no Brasil ultrapassa a marca de 110 milhões de pedidos mensais, volume quase dez vezes maior que a população de Portugal, e consolida seu domínio absoluto no mercado de delivery nacional
O iFood no Brasil atingiu uma escala que impressiona até economias desenvolvidas. A plataforma de delivery realiza entre 100 e 120 milhões de entregas por mês, um volume que supera em quase dez vezes o número total de habitantes de Portugal, que tem cerca de 10,7 milhões de pessoas.
O dado revela não apenas o tamanho da empresa, mas também a transformação cultural que o consumo digital provocou no país. O delivery deixou de ser exceção e se tornou rotina, impulsionando uma cadeia econômica que vai do pequeno restaurante de bairro até o setor financeiro e logístico.
A dimensão do iFood no Brasil
O iFood encerrou 2024 com cerca de 55 milhões de usuários ativos, presença em mais de 1.500 cidades e um ecossistema de 380 mil estabelecimentos parceiros.
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A operação mobiliza 360 mil entregadores ativos por mês, movimentando R$ 140 bilhões anuais, o equivalente a 0,64% do PIB brasileiro.
Com essa estrutura, a empresa domina mais de 80% do mercado de delivery de refeições no país, segundo dados de mercado.
Essa concentração é tão grande que órgãos de defesa da concorrência já investigaram possíveis práticas de exclusividade com restaurantes, um fator que ajuda a explicar por que concorrentes como Uber Eats e 99 Food deixaram o Brasil.
Comparativo com Portugal
A comparação entre o iFood e Portugal ajuda a visualizar o impacto do aplicativo no cotidiano brasileiro.
Enquanto o país europeu tem pouco mais de 10,7 milhões de habitantes, o iFood processa mensalmente mais de 110 milhões de pedidos.
Isso significa que, em apenas um mês, a plataforma movimenta o equivalente a dez vezes a população de Portugal em número de entregas.
A escala do aplicativo brasileiro o coloca como um dos maiores sistemas logísticos do planeta dentro do segmento de delivery urbano.
O motor invisível da economia digital
Por trás dos números grandiosos está uma força de trabalho invisível: os entregadores. Estima-se que mais de 750 mil pessoas estejam cadastradas na plataforma, embora apenas cerca de 360 mil atuem ativamente a cada mês.
Essa massa de trabalhadores é o elo entre o consumidor e o restaurante, sustentando o funcionamento de uma das maiores cadeias digitais do país.
A relação com os entregadores, no entanto, é marcada por controvérsias.
Organizações e sindicatos apontam para condições precárias, remuneração variável e ausência de direitos trabalhistas formais, o que tem alimentado debates sobre a regulamentação da chamada “gig economy” no Brasil.
Parcerias e expansão estratégica
Para continuar crescendo, o iFood vem diversificando sua atuação.
A empresa firmou parcerias com supermercados, farmácias e lojas de conveniência, além de criar o iFood Pago, um sistema de soluções financeiras voltado a entregadores e estabelecimentos parceiros.
Em 2025, a companhia anunciou uma parceria com a Uber para integrar parte de seus serviços de entrega, fortalecendo sua presença em regiões metropolitanas e ampliando a base logística.
Essa estratégia tem como objetivo transformar o iFood em um ecossistema completo de consumo e mobilidade urbana.
Sustentabilidade e inovação tecnológica
O iFood também tenta se posicionar como líder em sustentabilidade.
Entre suas metas está a redução do uso de plásticos nas embalagens e o investimento em meios de transporte não poluentes, como bicicletas elétricas e motos movidas a energia limpa.
A empresa investe ainda em inteligência artificial para otimizar rotas, prever demandas e reduzir desperdícios, o que aumenta a eficiência das entregas e a rentabilidade de parceiros.
Esses avanços tecnológicos reforçam o caráter de “superapp” que o iFood busca consolidar nos próximos anos.
A força cultural do delivery
Mais do que um serviço, o iFood se tornou um símbolo da vida urbana brasileira.
O hábito de pedir comida pelo aplicativo se consolidou em todas as classes sociais e faixas etárias, especialmente após a pandemia.
O que antes era um conforto eventual virou parte do cotidiano, impulsionando a digitalização do setor de alimentação e serviços.
A marca também exerce influência cultural, aparecendo em memes, músicas e no vocabulário popular.
O verbo “pedir um iFood” se tornou sinônimo de delivery, mostrando como a empresa ultrapassou o campo econômico e passou a integrar o imaginário coletivo.
A escala do iFood no Brasil ilustra um fenômeno econômico e social sem precedentes: um aplicativo nacional que movimenta mais pedidos por mês do que o número total de habitantes de um país europeu inteiro.
O crescimento acelerado da plataforma transformou o setor de alimentação, gerou empregos indiretos e redefiniu hábitos de consumo.