Primeiro hotel espacial, a Voyager Station terá gravidade artificial, suítes de luxo e espaço para 400 hóspedes em órbita até 2030
Imagine acordar, abrir a janela e ver a Terra girando abaixo dos seus pés, como um globo azul suspenso no vazio. Esse é o cenário que a Voyager Station, projeto ambicioso de uma empresa americana, promete tornar realidade na próxima década. Prevista para entrar em operação por volta de 2030, a estação espacial será o primeiro hotel de luxo em órbita da Terra, com capacidade para receber 400 hóspedes e estrutura que inclui bares, restaurantes, academias e até shows em microgravidade.
A ideia parece saída de um filme de ficção científica, mas é muito real — e já tem empresas de engenharia, turismo espacial e até agências de viagens de olho no mercado bilionário que pode surgir com o turismo fora do planeta.
O que é a Voyager Station e quem está por trás do projeto
O hotel é um projeto da Orbital Assembly Corporation (OAC), startup americana formada por ex-engenheiros da NASA e empreendedores do setor aeroespacial. A proposta é clara: transformar o espaço em um destino turístico acessível para milionários e, no futuro, para um público mais amplo, à medida que os custos de viagem espacial caiam.
-
Poeira do Saara chega à Amazônia após cruzar o Atlântico trazendo minerais que ajudam na recuperação de áreas queimadas
-
Os melhores celulares da Samsung, Xiaomi e Motorola para presentear neste Dia dos Pais — modelos com ótima câmera, bateria e preço justo
-
Apple lança atualização final para iPhone, iPad, Mac e Watch — iOS 18.6 e macOS 15.6 trazem correções e novidades discretas
-
Xiaomi lança no Brasil a nova Smart Band 10 com tela AMOLED de 1,72” e brilho de 1.500 nits, além do potente Redmi Pad 2 com chip Helio G100-Ultra
A estação terá um formato circular com 200 metros de diâmetro e ficará a cerca de 500 a 600 km de altitude, praticamente na mesma faixa de órbita onde hoje está a Estação Espacial Internacional (ISS). Mas, diferentemente da ISS, que é um laboratório científico, a Voyager Station será projetada com foco no conforto e na experiência dos hóspedes.
Gravidade artificial: como o hotel vai simular o peso do corpo humano no espaço
Um dos maiores desafios de viver no espaço é a ausência de gravidade. A longo prazo, a falta de peso causa problemas sérios no corpo humano — perda de massa óssea, atrofia muscular e alterações no sistema circulatório.
Para contornar isso, a Voyager Station usará um conceito clássico da ficção científica: gravidade artificial. A estrutura ficará girando em órbita, criando uma força centrífuga que empurrará os hóspedes contra o chão, simulando algo entre 20% e 40% da gravidade da Terra.
Isso significa que os visitantes poderão caminhar, dormir em camas e até praticar esportes, mas com uma sensação de leveza — um ambiente “meio caminho” entre a Terra e a Lua.
Como será se hospedar no espaço: suítes, bares e até academias orbitais
O plano é oferecer diferentes tipos de acomodação:
- Quartos standard, menores e mais acessíveis (na medida do possível);
- Suítes de luxo, com janelas panorâmicas de vidro reforçado;
- Áreas comuns com bares, restaurantes, cinemas, salas de show, spas e até quadras para jogos em gravidade reduzida.
Segundo a OAC, o design será futurista, mas com toques de “hotel boutique”. Nada de cabines frias e metálicas como a ISS — o objetivo é que hóspedes sintam que estão em um resort cinco estrelas… no espaço.
Quanto custará uma diária no primeiro hotel espacial?
No início, apenas os super-ricos poderão pagar pela experiência. Estima-se que uma estadia custe milhões de dólares — não apenas pelo hotel, mas pelo transporte até lá. O pacote completo incluirá:
- Treinamento prévio de astronauta (algo como um “mini-curso” de adaptação);
- Passagem de foguete (provavelmente a bordo da SpaceX Starship);
- Hospedagem e atividades.
Mas o plano da OAC é que, com o tempo, o custo caia drasticamente. Com a popularização de foguetes 100% reutilizáveis (como os da SpaceX), o preço pode cair para “centenas de milhares de dólares” no longo prazo — ainda inacessível para a maioria, mas bem mais barato do que o turismo espacial de hoje, que chega a custar US$ 50 milhões por pessoa.
Quem vai levar os hóspedes até a órbita?
Nenhuma estação espacial funciona sozinha — é preciso chegar até ela. O transporte de hóspedes e carga será feito por foguetes privados, e a aposta mais forte é no SpaceX Starship, o foguete gigante de 120 metros de altura que Elon Musk projeta para levar humanos à Lua e Marte.
A Starship poderá levar até 100 pessoas de uma só vez e, segundo a OAC, fará o “transfer” dos hóspedes até o hotel. Outras empresas também podem participar no futuro, como a Blue Origin, de Jeff Bezos.
Desafios e críticas: o luxo fora da Terra faz sentido?
Nem tudo são aplausos. O projeto enfrenta críticas e desafios enormes.
- Custo astronômico: a construção pode ultrapassar US$ 200 bilhões.
- Segurança: radiação, lixo espacial e micrometeoritos são ameaças reais.
- Questões éticas: críticos dizem que gastar bilhões para criar um “resort para bilionários” é um desperdício em um mundo com desigualdades tão profundas.
A OAC responde dizendo que o hotel não é “apenas um resort”, mas o primeiro passo para uma economia espacial que pode, no futuro, beneficiar toda a humanidade.
Por que a Voyager Station pode mudar o futuro da exploração espacial
Apesar das críticas, o Voyager Station tem um potencial histórico:
- Cria o conceito de “economia em órbita” — com turismo, serviços e até possibilidade de fábricas no espaço.
- Pode ajudar a testar tecnologias para bases lunares e marcianas, como sistemas de gravidade artificial e reciclagem de recursos.
- Marca uma transição: pela primeira vez, o espaço começa a ser pensado não só para astronautas e cientistas, mas para pessoas comuns (que possam pagar).
De ficção científica para realidade
Quando filmes como “2001: Uma Odisseia no Espaço” mostravam hotéis orbitais nos anos 60, parecia algo impossível. Hoje, com foguetes reutilizáveis, empresas privadas investindo bilhões e projetos como o Voyager Station em andamento, o cenário mudou.
Talvez em 2030 ainda seja para poucos. Mas, em 2050, quem sabe passar férias “fora da Terra” seja tão comum quanto fazer um cruzeiro. E quando isso acontecer, será graças a projetos pioneiros como este, que estão empurrando a fronteira entre engenharia, turismo e sonho humano.