1. Início
  2. / Ciência e Tecnologia
  3. / O hotel espacial que custa US$ 50 milhões por pessoa, planejado para 2030, que terá gravidade artificial, suítes de luxo e capacidade para 400 hóspedes em órbita
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

O hotel espacial que custa US$ 50 milhões por pessoa, planejado para 2030, que terá gravidade artificial, suítes de luxo e capacidade para 400 hóspedes em órbita

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 29/07/2025 às 10:02
O hotel espacial planejado para 2030, que terá gravidade artificial, suítes de luxo e capacidade para 400 hóspedes em órbita
Foto: O hotel espacial planejado para 2030, que terá gravidade artificial, suítes de luxo e capacidade para 400 hóspedes em órbita
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Primeiro hotel espacial, a Voyager Station terá gravidade artificial, suítes de luxo e espaço para 400 hóspedes em órbita até 2030

Imagine acordar, abrir a janela e ver a Terra girando abaixo dos seus pés, como um globo azul suspenso no vazio. Esse é o cenário que a Voyager Station, projeto ambicioso de uma empresa americana, promete tornar realidade na próxima década. Prevista para entrar em operação por volta de 2030, a estação espacial será o primeiro hotel de luxo em órbita da Terra, com capacidade para receber 400 hóspedes e estrutura que inclui bares, restaurantes, academias e até shows em microgravidade.

A ideia parece saída de um filme de ficção científica, mas é muito real — e já tem empresas de engenharia, turismo espacial e até agências de viagens de olho no mercado bilionário que pode surgir com o turismo fora do planeta.

O que é a Voyager Station e quem está por trás do projeto

O hotel é um projeto da Orbital Assembly Corporation (OAC), startup americana formada por ex-engenheiros da NASA e empreendedores do setor aeroespacial. A proposta é clara: transformar o espaço em um destino turístico acessível para milionários e, no futuro, para um público mais amplo, à medida que os custos de viagem espacial caiam.

A estação terá um formato circular com 200 metros de diâmetro e ficará a cerca de 500 a 600 km de altitude, praticamente na mesma faixa de órbita onde hoje está a Estação Espacial Internacional (ISS). Mas, diferentemente da ISS, que é um laboratório científico, a Voyager Station será projetada com foco no conforto e na experiência dos hóspedes.

Gravidade artificial: como o hotel vai simular o peso do corpo humano no espaço

Um dos maiores desafios de viver no espaço é a ausência de gravidade. A longo prazo, a falta de peso causa problemas sérios no corpo humano — perda de massa óssea, atrofia muscular e alterações no sistema circulatório.

YouTube Video

Para contornar isso, a Voyager Station usará um conceito clássico da ficção científica: gravidade artificial. A estrutura ficará girando em órbita, criando uma força centrífuga que empurrará os hóspedes contra o chão, simulando algo entre 20% e 40% da gravidade da Terra.

Isso significa que os visitantes poderão caminhar, dormir em camas e até praticar esportes, mas com uma sensação de leveza — um ambiente “meio caminho” entre a Terra e a Lua.

Como será se hospedar no espaço: suítes, bares e até academias orbitais

O plano é oferecer diferentes tipos de acomodação:

  • Quartos standard, menores e mais acessíveis (na medida do possível);
  • Suítes de luxo, com janelas panorâmicas de vidro reforçado;
  • Áreas comuns com bares, restaurantes, cinemas, salas de show, spas e até quadras para jogos em gravidade reduzida.

Segundo a OAC, o design será futurista, mas com toques de “hotel boutique”. Nada de cabines frias e metálicas como a ISS — o objetivo é que hóspedes sintam que estão em um resort cinco estrelas… no espaço.

Quanto custará uma diária no primeiro hotel espacial?

No início, apenas os super-ricos poderão pagar pela experiência. Estima-se que uma estadia custe milhões de dólares — não apenas pelo hotel, mas pelo transporte até lá. O pacote completo incluirá:

  • Treinamento prévio de astronauta (algo como um “mini-curso” de adaptação);
  • Passagem de foguete (provavelmente a bordo da SpaceX Starship);
  • Hospedagem e atividades.
YouTube Video

Mas o plano da OAC é que, com o tempo, o custo caia drasticamente. Com a popularização de foguetes 100% reutilizáveis (como os da SpaceX), o preço pode cair para “centenas de milhares de dólares” no longo prazo — ainda inacessível para a maioria, mas bem mais barato do que o turismo espacial de hoje, que chega a custar US$ 50 milhões por pessoa.

Quem vai levar os hóspedes até a órbita?

Nenhuma estação espacial funciona sozinha — é preciso chegar até ela. O transporte de hóspedes e carga será feito por foguetes privados, e a aposta mais forte é no SpaceX Starship, o foguete gigante de 120 metros de altura que Elon Musk projeta para levar humanos à Lua e Marte.

A Starship poderá levar até 100 pessoas de uma só vez e, segundo a OAC, fará o “transfer” dos hóspedes até o hotel. Outras empresas também podem participar no futuro, como a Blue Origin, de Jeff Bezos.

Desafios e críticas: o luxo fora da Terra faz sentido?

Nem tudo são aplausos. O projeto enfrenta críticas e desafios enormes.

  • Custo astronômico: a construção pode ultrapassar US$ 200 bilhões.
  • Segurança: radiação, lixo espacial e micrometeoritos são ameaças reais.
  • Questões éticas: críticos dizem que gastar bilhões para criar um “resort para bilionários” é um desperdício em um mundo com desigualdades tão profundas.

A OAC responde dizendo que o hotel não é “apenas um resort”, mas o primeiro passo para uma economia espacial que pode, no futuro, beneficiar toda a humanidade.

Por que a Voyager Station pode mudar o futuro da exploração espacial

Apesar das críticas, o Voyager Station tem um potencial histórico:

  • Cria o conceito de “economia em órbita” — com turismo, serviços e até possibilidade de fábricas no espaço.
  • Pode ajudar a testar tecnologias para bases lunares e marcianas, como sistemas de gravidade artificial e reciclagem de recursos.
  • Marca uma transição: pela primeira vez, o espaço começa a ser pensado não só para astronautas e cientistas, mas para pessoas comuns (que possam pagar).

De ficção científica para realidade

Quando filmes como “2001: Uma Odisseia no Espaço” mostravam hotéis orbitais nos anos 60, parecia algo impossível. Hoje, com foguetes reutilizáveis, empresas privadas investindo bilhões e projetos como o Voyager Station em andamento, o cenário mudou.

Talvez em 2030 ainda seja para poucos. Mas, em 2050, quem sabe passar férias “fora da Terra” seja tão comum quanto fazer um cruzeiro. E quando isso acontecer, será graças a projetos pioneiros como este, que estão empurrando a fronteira entre engenharia, turismo e sonho humano.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x