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O hatch que nasceu como aposta premium da Fiat, desapareceu dos catálogos e agora é disputado como esportivo raiz

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 13/06/2025 às 10:21
O hatch que nasceu como aposta premium da Fiat, desapareceu dos catálogos e agora é disputado como esportivo raiz
Foto: Fiat
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O Fiat Punto T-Jet surgiu como um hatch premium da Fiat, saiu de linha sem alarde e hoje é disputado como um verdadeiro esportivo raiz. Entenda por que esse modelo virou lenda entre os entusiastas.

Fiat Punto T-Jet: um nome que ainda faz os olhos de muitos entusiastas brilharem. Quando a Fiat decidiu lançar esse hatch em 2009 no Brasil, a proposta era clara: entregar um carro compacto, com visual europeu, acabamento superior e desempenho de esportivo, sem cair no exagero de um carro de pista. A ideia era competir com modelos como Volkswagen Polo GT, Renault Sandero R.S. e até mesmo os mais básicos Civic e Corolla em sua faixa de preço.

Porém, com o passar dos anos, o Fiat Punto T-Jet acabou se tornando um clássico cult. Saiu de linha sem barulho, mas hoje é disputado como esportivo raiz em grupos de colecionadores e fãs de hatches com pegada agressiva. Neste artigo, vamos entender por que ele marcou uma geração e como esse hatch da Fiat ainda conquista corações.

A origem do Fiat Punto T-Jet: a aposta premium da Fiat

Lançado na Europa em 2005, o Fiat Punto de terceira geração foi projetado com uma colaboração marcante: Giorgetto Giugiaro, um dos maiores nomes do design automotivo mundial. Ele era maior, mais espaçoso e mais elegante do que seus antecessores — e preparava o terreno para versões de maior desempenho.

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No Brasil, o Punto desembarcou em 2007. Dois anos depois, a Fiat apostou alto: introduziu a versão T-Jet, equipada com motor turbo de fábrica, suspensão recalibrada, visual esportivo e uma proposta inédita entre os hatches nacionais da marca até então.

A ideia da Fiat era clara: entregar um hatch médio com performance, acabamento superior e “nervosismo” suficiente para encantar quem gostava de dirigir.

Motor T-Jet: 1.4 turbo com DNA italiano

O coração do Fiat Punto T-Jet é um motor 1.4 16v turbo, batizado de T-Jet, herdado de modelos europeus da Fiat e da Alfa Romeo. Com 152 cv de potência (com etanol) e 22,5 kgfm de torque, ele surpreendia ao entregar força em baixas rotações e respostas rápidas ao pedal do acelerador.

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Outro destaque era o botão “Sport”, que mudava o mapeamento eletrônico da central e deixava o carro mais arisco — um recurso raríssimo na categoria.

Ficha técnica do Fiat Punto T-Jet (brasileiro):

  • Motor: 1.4 Turbo 16v Flex (T-Jet)
  • Potência: 152 cv (E) / 148 cv (G)
  • Torque: 22,5 kgfm (E)
  • Câmbio: Manual de 5 marchas
  • 0 a 100 km/h: 8,3 segundos
  • Velocidade máxima: 203 km/h
  • Peso: 1.320 kg

Era um desempenho acima da média para um hatch da época — o suficiente para garantir o título de esportivo raiz entre os amantes de carros manuais e turbo.

Diferenciais técnicos: o hatch da Fiat com alma de esportivo europeu

O Fiat Punto T-Jet não era apenas um carro com motor turbo. A Fiat realmente trabalhou para entregar uma experiência completa de esportividade, com uma série de itens técnicos que o diferenciavam:

  • Suspensão com acerto esportivo
  • Freios a disco nas quatro rodas
  • Rodas aro 17 com pneus de perfil mais baixo
  • Visual exclusivo com para-choques, difusor traseiro e aerofólio
  • Banco esportivo com laterais mais pronunciadas
  • Instrumentos com iluminação vermelha e painel de aparência técnica

Além disso, ele já trazia controle de tração e estabilidade (em versões mais completas), algo raro entre hatches nacionais da década de 2010.

O Fiat Punto T-Jet saiu dos catálogos discretamente

Apesar de toda a engenharia envolvida, o Fiat Punto T-Jet nunca foi um campeão de vendas. Entre 2009 e 2017, foram emplacadas pouco mais de 11 mil unidades da versão T-Jet no Brasil, segundo dados da Fenabrave e do portal Webmotors.

O motivo? Preço elevado, manutenção mais cara e o preconceito com motores turbo em um mercado que, na época, ainda não havia abraçado de vez essa tecnologia.

O Punto foi encerrado em 2017 sem substituto direto. O Argo chegou em seu lugar, mas sem uma versão T-Jet ou com performance semelhante. A Fiat abandonou momentaneamente os hatches esportivos no Brasil — até a chegada da Abarth.

Um hatch que virou lenda: valorização no mercado de usados

Nos últimos anos, o Fiat Punto T-Jet passou de carro esquecido para objeto de desejo. Em marketplaces como OLX, Webmotors e iCarros, é possível encontrar modelos entre R$ 50 mil e R$ 75 mil — valores acima de muitos hatches 0 km, mesmo com mais de 10 anos de uso.

O que justifica essa valorização?

  • Desempenho real e divertido de dirigir
  • Visual esportivo sem exageros
  • Câmbio manual em uma época dominada por automáticos
  • Exclusividade: poucas unidades e perfil de nicho
  • Fiat T-Jet virou símbolo entre entusiastas

Hoje, o Punto T-Jet é frequentemente comparado a modelos como Renault Sandero R.S., VW Golf GTI antigo e Peugeot 208 GT — todos representantes do que se chama de “esportivos raiz”, sem firulas eletrônicas demais e com DNA de pista.

T-Jet: a sigla que sobreviveu nos sedãs e SUVs

Apesar de o Punto ter sido aposentado, o motor T-Jet seguiu vivo em outros modelos da Fiat por um tempo. Ele esteve presente no:

  • Fiat Bravo T-Jet
  • Fiat Linea T-Jet
  • Fiat Doblò Adventure T-Jet (versão conceito)
  • Fiat 500 Abarth (importado)

Hoje, os novos motores turbo da Fiat (da linha GSE) são mais modernos e eficientes, mas o T-Jet ainda é visto como um motor robusto e confiável, além de muito fácil de preparar em oficinas especializadas.

Por que o Punto T-Jet é chamado de “esportivo raiz”?

O termo “esportivo raiz” é comum entre entusiastas de carros que valorizam o prazer ao dirigir, o ronco do motor, o câmbio manual e a pegada mecânica pura — sem interferência de assistentes eletrônicos, câmbios CVT ou direção anestesiada.

Fiat Punto T-Jet se encaixa perfeitamente nesse perfil:

  • Turbo mecânico, sem delay eletrônico
  • Câmbio manual com engates curtos
  • Direção firme e direta
  • Suspensão mais dura, que transmite o chão
  • Estética sóbria, sem exageros aerodinâmicos

É um carro feito para quem gosta de dirigir, não apenas para ir do ponto A ao B.

Fiat Argo e a ausência de um sucessor direto

Quando a Fiat lançou o Argo em 2017, muitos esperavam que ele herdasse o espírito do Punto T-Jet. Mas o modelo seguiu um caminho mais conservador: versões 1.0, 1.3 e 1.8 com câmbios automáticos, voltadas para o grande público.

Só em 2022 a Fiat decidiu trazer de volta a sigla Abarth com o Argo Abarth 1.3 turbo, mas com um foco mais comercial do que de nicho. Ainda assim, o legado do Punto T-Jet permanece único na história da Fiat no Brasil.

O retorno dos esportivos manuais ainda é possível?

Com a eletrificação e os câmbios automáticos dominando o mercado, a chance de vermos um novo hatch da Fiat com câmbio manual e motor turbo é remota — mas não impossível.

A nostalgia tem peso. Modelos como o VW Polo GTS, Renault Sandero R.S. (mesmo fora de linha), Peugeot 208 GT e Uno Turbo ainda movimentam fóruns e clubes de entusiastas.

O Fiat Punto T-Jet ocupa um lugar especial nessa galeria: foi um carro que chegou antes de seu tempo, sofreu com o mercado conservador, mas agora é lembrado como ícone.

O hatch da Fiat que virou lenda entre os entusiastas

O Fiat Punto T-Jet pode não ter sido o carro mais vendido da Fiat, nem o mais lembrado pelo grande público. Mas entre os apaixonados por carros de verdade, ele se tornou um símbolo. Um hatch raiz, com motor turbo, câmbio manual, comportamento esportivo e aparência marcante.

Hoje, ele é disputado no mercado de usados, valorizado como um futuro clássico e cultuado como um dos poucos carros nacionais que entregaram tudo o que um esportivo raiz deve oferecer: diversão, desempenho e personalidade.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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