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O gênio que quebrou a banca: como um matemático venceu a loteria 14 vezes e forçou o mundo a mudar as regras do jogo

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 16/10/2025 às 09:46
O matemático Stefan Mandel criou uma estratégia inédita para vencer a loteria 14 vezes com ajuda de investidores, mudando para sempre as regras do jogo.
O matemático Stefan Mandel criou uma estratégia inédita para vencer a loteria 14 vezes com ajuda de investidores, mudando para sempre as regras do jogo.
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Usando um algoritmo e milhares de investidores, o romeno Stefan Mandel provou que era possível garantir a vitória e forçou a mudança das regras do jogo; entenda a estratégia por trás do matemático que venceu a loteria.

A história de Stefan Mandel parece roteiro de cinema: um matemático venceu a loteria não uma, mas 14 vezes, rejeitando a sorte e abraçando a lógica pura. O economista romeno desenvolveu um método de seis passos que transformava o jogo de azar em um investimento calculado e previsível. Sua estratégia audaciosa não era prever os números sorteados, mas sim comprar todas as combinações possíveis quando o prêmio acumulado se tornava grande o suficiente para garantir um lucro substancial.

O feito, no entanto, era uma operação de escala industrial.

Exigiu a criação de sindicatos complexos com milhares de investidores para financiar a compra de milhões de bilhetes e o desenvolvimento de algoritmos para gerá-los e imprimi-los, uma prática que era legal na época.

O sucesso de sua operação foi tão retumbante que chamou a atenção de agências como o FBI e a CIA, e, no fim, obrigou países como Estados Unidos e Austrália a alterarem suas leis para impedir que alguém repetisse a façanha.

A fórmula por trás do matemático que venceu a loteria

A genialidade de Mandel não estava em uma fórmula mágica para adivinhar os números, mas em uma fria e simples análise de risco e retorno.

O princípio era esperar o prêmio de uma loteria atingir um valor pelo menos três vezes maior do que o custo total para comprar todos os bilhetes.

Essa margem era calculada para cobrir o investimento inicial, os impostos sobre o prêmio, o pagamento aos investidores e, claro, sua própria comissão.

Isso transformava a aposta em uma operação financeira com lucro praticamente garantido.

Contudo, o maior desafio era a execução logística.

Mandel passou anos construindo uma rede com milhares de pequenos investidores para bancar seus sindicatos, vendendo a ideia não como um jogo, mas como um negócio.

Seu feito mais famoso ocorreu em fevereiro de 1992, na loteria da Virgínia, nos EUA.

Com um prêmio de US$ 15,5 milhões e “apenas” 7 milhões de combinações possíveis (de 1 a 44), a oportunidade era perfeita.

Sua equipe em solo americano comprou mais de 6 milhões de bilhetes em dois dias, numa corrida frenética contra o tempo, coordenando a impressão e a entrega dos bilhetes a centenas de lojas autorizadas.

O que aconteceu após quebrar a banca

A vitória na Virgínia não trouxe paz, mas sim uma avalanche de problemas. Imediatamente, Mandel se viu no centro de uma investigação de 14 agências internacionais, incluindo o FBI e a CIA.

Embora nenhuma ilegalidade tenha sido encontrada em sua estratégia de loteria, a batalha legal que se seguiu foi longa e extremamente cara, drenando parte considerável dos lucros.

Somado a isso, surgiram conflitos amargos com seus 2.524 investidores, que questionavam os valores recebidos após a dedução de todas as despesas.

A complexidade de gerir os pagamentos e a pressão legal o levaram à declaração de falência em 1995.

Longe de se aposentar, Mandel tentou replicar sua lógica de “retorno garantido” em outros empreendimentos, criando um esquema de investimentos em Israel que prometia retornos altíssimos.

As autoridades, no entanto, o acusaram de operar um clássico esquema de pirâmide, onde o dinheiro de novos investidores era usado para pagar os antigos.

Após se tornar um foragido internacional por cerca de dois anos, ele foi preso no Reino Unido em 2003, extraditado e condenado por fraude em Israel em 2004, cumprindo 16 meses de prisão.

Era o fim da linha para o gênio que outrora parecera infalível.

A trajetória do homem que decifrou a loteria terminou de forma inesperada e dramática, servindo como um conto sobre a tênue linha entre genialidade e transgressão.

Após cumprir sua pena, Stefan Mandel desapareceu da vida pública.

Hoje, o gênio romeno vive uma vida tranquila e isolada em Vanuatu, um paraíso fiscal no Pacífico Sul, longe dos milhões, dos algoritmos e da fama que sua mente brilhante conquistou e, posteriormente, perdeu.

A estratégia de Mandel foi uma jogada de gênio ou uma exploração antiética das regras do jogo? Você acha que ele foi injustiçado ou teve o fim que mereceu? Queremos saber sua opinião nos comentários.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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