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O fim da profissão de diarista? Novo robô humanoide dobra roupas, limpa superfícies, vê, fala, sente e já começa a substituir humanos nas tarefas domésticas; faxineiro é eleito uma das melhores invenções do ano

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 16/10/2025 às 13:47
Robô humanoide Figure 03 dobra roupas, limpa superfícies e pode mudar o trabalho doméstico com inteligência artificial avançada.
Robô humanoide Figure 03 dobra roupas, limpa superfícies e pode mudar o trabalho doméstico com inteligência artificial avançada.
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Robô humanoide com IA avançada promete transformar o trabalho doméstico ao realizar tarefas como dobrar roupas, limpar superfícies e organizar ambientes, atraindo atenção global e levantando debates sobre o impacto no emprego e na vida cotidiana.

Um robô humanoide capaz de executar tarefas domésticas complexas está chamando a atenção do mundo tecnológico e reacendendo debates sobre o futuro do trabalho doméstico.

Desenvolvido pela startup americana Figure AI, o Figure 03 foi apresentado oficialmente em 9 de setembro e já figura na lista das Melhores Inovações de 2025 da revista Time.

A máquina, que dobra roupas, limpa superfícies e organiza ambientes, é considerada um dos projetos mais avançados do setor de robótica de serviço.

Inteligência artificial integrada e design reformulado

A nova geração do robô foi reconstruída do zero para funcionar em conjunto com o Helix, sistema de Inteligência Artificial proprietário da empresa que unifica visão, linguagem e ação.

Essa integração permite que o humanoide reconheça objetos, compreenda comandos e responda a interações de maneira mais natural.

As mãos do Figure 03 representam um dos maiores avanços da linha: câmeras instaladas nas palmas e sensores táteis detectam variações mínimas de pressão — de até três gramas —, o que possibilita lidar com materiais frágeis, como ovos ou cartas.

A estrutura externa também foi redesenhada para uso doméstico seguro, com revestimento de tecido e espuma de densidades variadas que reduzem o contato com partes metálicas.

O modelo é 9% mais leve que sua versão anterior e conta com uma bateria certificada pela ONU (UN38.3).

O sistema de recarga é indutivo, feito pelos pés, dispensando cabos e tomadas visíveis, o que reforça o apelo estético e prático para uso em residências e escritórios.

Fábrica própria e metas ambiciosas

Com a meta de transformar o humanoide em produto de larga escala, a Figure AI inaugurou a BotQ, unidade fabril com capacidade inicial para 12 mil robôs por ano.

O plano da empresa é atingir 100 mil unidades produzidas dentro de quatro anos, o que marcaria um passo inédito na industrialização de robôs domésticos.

Segundo executivos da companhia, o objetivo é permitir que robôs como o Figure 03 assumam tarefas cotidianas repetitivas, tanto em casas quanto em linhas de montagem.

A empresa acredita que a automação desse tipo poderá “aumentar a produtividade global e liberar pessoas para atividades criativas”, mas reconhece que a aceitação social ainda é um desafio.

O que o robô já consegue fazer

Apresentações recentes exibem o robô dobrando roupas, limpando mesas, organizando armários e operando eletrodomésticos.

Em demonstrações controladas, ele também foi visto aplicando sabão em máquinas de lavar, separando peças e entregando pequenos objetos com coordenação motora precisa.

Mesmo assim, o modelo ainda depende de supervisão humana em algumas etapas, como iniciar ciclos de lavagem ou recolher itens que caem fora do alcance de seus sensores.

Os engenheiros explicam que, embora o aprendizado de máquina avance rapidamente, a autonomia total em ambientes não estruturados — como casas reais — continua sendo um obstáculo técnico.

Concorrência acirrada no mercado de humanoides

O sucesso da Figure AI atraiu investidores de peso, incluindo Nvidia, Microsoft e Jeff Bezos, fundador da Amazon.

Em 2025, a empresa levantou US$ 1 bilhão em uma rodada de financiamento, alcançando avaliação de mercado de US$ 39 bilhões, de acordo com dados da Reuters.

O setor, porém, se tornou um dos mais competitivos do Vale do Silício.

A Tesla, de Elon Musk, avança com o robô Optimus, enquanto companhias chinesas como a Unitree Robotics ganham espaço com modelos de custo reduzido voltados à indústria.

Analistas avaliam que a corrida atual pela liderança em robótica humanoide lembra os primeiros anos da disputa entre fabricantes de smartphones.

Questões de segurança e impacto social

Com o avanço dessas máquinas, surgem também preocupações éticas e econômicas.

Pesquisadores alertam que o uso crescente de robôs em funções antes desempenhadas por pessoas pode impactar diretamente o mercado de trabalho doméstico, especialmente em países com alta informalidade.

Especialistas defendem que governos e empresas criem políticas de requalificação profissional e regulamentações claras que definam responsabilidades em caso de falhas ou acidentes.

A Figure AI afirma que o Helix foi projetado com múltiplas camadas de segurança, incluindo restrições de força e protocolos de desligamento automático em situações anormais.

Ainda assim, questões sobre privacidade de dados e vigilância doméstica seguem em debate, já que o robô utiliza câmeras e microfones para mapear ambientes e responder a comandos.

O que esperar daqui para frente

Apesar das limitações atuais, o Figure 03 representa um marco importante na busca por robôs humanoides funcionalmente úteis.

O modelo combina avanços em sensores, motores e aprendizado de máquina que aproximam a robótica do uso cotidiano.

Executivos da startup afirmam que o próximo passo é ampliar a capacidade cognitiva do robô, permitindo que ele compreenda contextos e tome decisões mais complexas sem depender de operadores humanos.

No entanto, especialistas do setor consideram que a convivência entre máquinas e pessoas em ambientes domésticos exigirá mais do que eficiência: será preciso conquistar confiança e definir limites éticos claros.

A chegada de robôs capazes de limpar, conversar e reagir a estímulos humanos muda a dinâmica da vida em casa — mas até que ponto estamos prontos para dividir o espaço com máquinas que imitam tão bem o comportamento humano?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas e também editor do portal CPG. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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