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O fim da profissão de call center e até de analista de marketing? Veja as carreiras que correm risco de extinção com o avanço da IA, segundo alerta de Geoffrey Hinton

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 24/06/2025 às 19:20
Atualizado em 25/06/2025 às 10:31
A inteligência artificial transforma o mercado de trabalho e ameaça profissões. Descubra como reskilling se tornou essencial para o futuro profissional.
A inteligência artificial transforma o mercado de trabalho e ameaça profissões. Descubra como reskilling se tornou essencial para o futuro profissional.
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Avanço da inteligência artificial coloca profissões tradicionais em risco de extinção, exigindo adaptação e novas competências. Empresas e profissionais buscam reskilling para sobreviver às mudanças.

A evolução acelerada da inteligência artificial (IA) já está redefinindo o mercado de trabalho em diversos países, levantando preocupações sobre a sobrevivência de várias profissões tradicionais.

O cientista canadense Geoffrey Hinton, um dos nomes mais influentes no desenvolvimento das redes neurais e vencedor do Prêmio Nobel de Física de 2024, destacou recentemente o risco iminente de extinção para ocupações como analista de marketing e operador de call center, impulsionado pelo avanço da automação e das novas tecnologias digitais.

Durante entrevista ao podcast “Diary of a CEO”, Hinton alertou que a automação deverá atingir principalmente os chamados trabalhadores de “colarinho branco” — aqueles que atuam em ambientes de escritório e desempenham funções essencialmente intelectuais.

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Entre os exemplos mencionados estão paralegais, assistentes administrativos, atendentes de call centers e analistas de dados, todos considerados suscetíveis à substituição por sistemas automatizados baseados em IA.

O cientista, que também já foi pesquisador do Google e professor emérito da Universidade de Toronto, enfatiza que, diante da sofisticação crescente dos algoritmos, apenas profissionais altamente qualificados terão maior proteção contra a automação.

“Você teria que ser muito qualificado para ter um emprego que a IA simplesmente não poderia fazer”, ressaltou Hinton.

Ele ainda prevê que, em muitos setores, uma única pessoa poderá realizar tarefas antes desempenhadas por dez funcionários, reduzindo drasticamente o número de vagas disponíveis em determinadas áreas.

Profissões em risco e impacto sobre a juventude

Com o foco no futuro do trabalho, Hinton expressou preocupação especial em relação aos jovens que ingressam no mercado profissional atualmente.

Segundo ele, profissões voltadas para o atendimento ao cliente, como o trabalho em call centers, estão entre as mais ameaçadas, o que exige cautela ao escolher uma carreira.

Apesar disso, o especialista faz uma distinção importante: funções que dependem majoritariamente de atividades físicas, como os profissionais de saúde, tendem a apresentar maior resiliência diante da automação, ao menos nos próximos anos.

Inteligência artificial pode criar novas oportunidades de emprego

A discussão sobre o impacto da inteligência artificial não se limita aos riscos de extinção de profissões.

Estudos recentes mostram que, ao mesmo tempo em que a tecnologia elimina postos de trabalho, também pode criar novas oportunidades.

Um relatório do Fórum Econômico Mundial estima que até 2030, cerca de 170 milhões de novos empregos devem ser gerados, enquanto aproximadamente 92 milhões podem ser extintos, resultando em um saldo positivo de 78 milhões de novas vagas.

Segundo Adriano Mussa, diretor acadêmico da Saint Paul Escola de Negócios, esta é a primeira vez em anos que se observa uma projeção líquida favorável para a criação de empregos.

O levantamento, analisado por Mussa, também revela que cargos tradicionalmente valorizados, como gerente financeiro ou analista de marketing, continuam existindo, porém exigem competências diferentes das tradicionais.

A adoção de novas tecnologias exige dos profissionais habilidades digitais, capacidade de análise de dados e domínio de ferramentas de automação.

Essa transformação das competências exigidas reforça a importância do reskilling — termo que define o processo de requalificação de trabalhadores para que se adaptem às demandas do mercado.

O cenário brasileiro e a necessidade de reskilling

No contexto brasileiro, o cenário é semelhante ao panorama global.

Segundo o relatório global do Fórum Econômico Mundial, aproximadamente 39% das competências necessárias para atuar no Brasil precisarão ser atualizadas ou substituídas em função das inovações tecnológicas.

A necessidade de reskilling se apresenta como uma das principais tendências para garantir empregabilidade e sustentabilidade das carreiras em meio à transformação digital.

Geração Z e os desafios no mercado de trabalho

A entrada da Geração Z, composta por jovens nascidos a partir de 1997, trouxe novos desafios para o mercado de trabalho.

De acordo com estudo realizado pela Hult International Business School, 37% dos gestores afirmam preferir investir em soluções de inteligência artificial a contratar recém-formados, priorizando alternativas mais práticas e escaláveis.

O temor da substituição por IA é sentido por 62% dos jovens dessa geração, conforme pesquisa da consultoria Deloitte.

Outro aspecto importante envolve a gestão desses novos profissionais.

Dados do ResumeBuilder de 2023 mostram que 74% dos gestores consideram a Geração Z mais difícil de administrar do que as gerações anteriores.

Embora sejam reconhecidos pela fluência tecnológica e adaptabilidade, muitos enfrentam dificuldades relacionadas à experiência e ao alinhamento com a cultura organizacional.

Para Bruno Medeiros Durão, advogado e empresário, o investimento no desenvolvimento de jovens talentos representa uma vantagem estratégica.

Ele defende que, com treinamento adequado, a Geração Z pode superar lacunas de experiência e agregar valor às organizações em transformação.

Inteligência artificial como aliada no ambiente corporativo

Frente aos desafios da automação, empresas brasileiras vêm adotando estratégias para integrar a inteligência artificial ao dia a dia corporativo, buscando promover ganhos de eficiência sem abrir mão do potencial humano.

As Lojas Renner, por exemplo, investem na movimentação interna de talentos utilizando IA para identificar perfis e potencializar projetos estratégicos, priorizando o banco interno de profissionais antes de realizar novas contratações.

Regina Durante, diretora de gente e sustentabilidade da Renner, destaca que essa política reforça a valorização dos colaboradores e incentiva a mobilidade interna.

Na área de telecomunicações, a Vivo tem implementado processos digitais desde antes da pandemia, sendo uma das pioneiras no uso da IA para recrutamento.

De acordo com Fernando Luciano, vice-presidente de recursos humanos da empresa, a inteligência artificial permite identificar rapidamente candidatos com maior alinhamento cultural, agilizando as contratações e promovendo decisões baseadas em dados.

Já a Gerdau, empresa do setor siderúrgico, criou a G.Data, uma escola interna de formação em ciência de dados.

Desde 2023, mais de 150 profissionais foram capacitados com o objetivo de ampliar a eficiência operacional e aprimorar a segurança industrial, utilizando recursos como gêmeos digitais para simulações de processos.

O CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, reforça que a transformação digital é considerada fundamental para a sobrevivência da companhia.

O futuro do trabalho diante da automação

Esses exemplos demonstram que, apesar das ameaças ao emprego tradicional, a inteligência artificial pode ser uma aliada estratégica para empresas e profissionais dispostos a investir em requalificação e atualização de competências.

O reskilling aparece, assim, como elemento central para garantir a empregabilidade no futuro digital e minimizar os impactos negativos provocados pela automação.

Diante desse cenário, surge a pergunta:

Como você acredita que a inteligência artificial poderá transformar a sua profissão nos próximos anos e o que pode ser feito para acompanhar essa evolução?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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