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Criado por um brasileiro, o chuveiro elétrico mudou o jeito de tomar banho no mundo — e poucos conhecem a história de Francisco Canho

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 19/05/2025 às 11:36
Criado por um brasileiro, o chuveiro elétrico mudou o jeito de tomar banho no mundo — e poucos conhecem a história de Francisco Canho
Foto: CANVA + IA + Adobe PS
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Presente em mais de 70% das casas brasileiras, o chuveiro elétrico é uma invenção nacional que revolucionou o banho diário. O que muita gente não sabe é que essa criação é obra de um brasileiro: Francisco Canho. Descubra quem foi o homem por trás dessa ideia simples e genial — e como o chuveiro elétrico virou símbolo da vida moderna.

Antes de falar de Francisco Canho e do chuveiro elétrico, é importante entender que o conceito de banhos com água aquecida é milenar. Povos da Antiguidade, como os egípcios, gregos e romanos, já utilizavam formas rudimentares de aquecer água — normalmente por meio de fornos, caldeiras ou recipientes expostos ao sol. Na Europa, o uso de aquecedores a gás começou no século XIX. Porém, mesmo com a popularização desses métodos, o sistema era complexo, caro e perigoso, exigindo instalações específicas, canos, válvulas e espaço para os botijões ou fornecimento central.

Foi então que um brasileiro teve uma ideia mais simples, barata e segura: usar energia elétrica para aquecer diretamente a água do banho no momento do uso.

Quem criou o chuveiro elétrico?

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O responsável pela invenção do chuveiro elétrico, tal como conhecemos hoje, foi Francisco Canho, um engenheiro brasileiro que projetou o equipamento ainda nas primeiras décadas do século XX.

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Francisco Canho percebeu que era possível aquecer a água da rede doméstica utilizando uma resistência elétrica instalada dentro do próprio chuveiro. Isso eliminava a necessidade de aquecimento externo ou caldeiras. Sua invenção permitia um banho quente instantâneo, com acionamento simples, diretamente a partir da torneira.

A invenção não apenas barateou o custo do banho quente, mas também tornou o chuveiro mais seguro, acessível e funcional para milhões de lares. A ideia de Canho revolucionou o modo de tomar banho — primeiro no Brasil e, mais tarde, em diversos países tropicais.

A popularização nos anos 30: banho quente para todos

O chuveiro elétrico começou a se popularizar no Brasil no início da década de 1930, período em que o país vivia um processo acelerado de urbanização. A chegada da energia elétrica nas casas permitiu que famílias tivessem acesso a uma infraestrutura que antes era privilégio das elites.

A partir da invenção de Francisco Canho, surgiram os primeiros modelos industriais, com estrutura metálica, resistência embutida e regulagens de temperatura simples.

Com o tempo, surgiram melhorias no design, na segurança e na durabilidade do aparelho. A verdadeira explosão de uso veio a partir dos anos 1960, com o surgimento dos chuveiros elétricos de plástico, que eram mais baratos, fáceis de instalar e resistentes à corrosão.

Como funciona um chuveiro elétrico?

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O princípio do chuveiro elétrico é baseado no efeito Joule: quando a corrente elétrica passa por um fio condutor de alta resistência (geralmente uma resistência espiral de níquel-cromo), ele aquece. A água, ao passar por esse fio, absorve o calor e sai aquecida pela saída do chuveiro.

Características principais:

  • Aquecimento instantâneo, sem necessidade de reservatórios
  • Controle simples de temperatura (manual ou eletrônico)
  • Consumo de energia elevado durante o uso (porém por pouco tempo)
  • Custo de instalação reduzido
  • Ausência de combustão ou riscos de vazamento de gás

Francisco Canho: o brasileiro esquecido pela história

Apesar da importância de sua invenção, Francisco Canho é um nome pouco citado nos livros escolares ou compêndios de inventores brasileiros. A ausência de patente internacional e o foco local do produto podem ter contribuído para a falta de reconhecimento global.

No entanto, seu legado permanece vivo em praticamente todos os lares brasileiros. Sua criação foi essencial para o cotidiano de milhões de pessoas, permitindo banhos quentes com baixo custo e praticidade.

Além do chuveiro, Canho teve envolvimento com o desenvolvimento de outros equipamentos elétricos residenciais. Ainda assim, é lembrado quase exclusivamente por essa contribuição singular à vida doméstica.

A relação entre o chuveiro elétrico e o consumo de energia

De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, o chuveiro elétrico é responsável por cerca de 23% do consumo de energia elétrica residencial no Brasil. Isso se deve ao fato de que a resistência elétrica consome muita potência — em média entre 3.000 e 5.500 watts por aparelho.

Em contrapartida, o tempo médio de uso diário é curto, e seu custo de operação acaba sendo menor que o de aquecedores a gás, especialmente para famílias pequenas.

Dicas para economizar energia com o chuveiro elétrico

O engenheiro Fernando de Lima Caneppele, especialista da USP Pirassununga, lista orientações para reduzir o impacto da conta de luz:

  • Prefira banhos rápidos (5 a 8 minutos)
  • Use a posição “verão” sempre que possível
  • Desligue o chuveiro enquanto se ensaboa
  • Mantenha a resistência em bom estado e troque quando necessário
  • Evite horários de pico (entre 18h e 21h)

A adoção de modelos eletrônicos com controle de temperatura gradual também ajuda a reduzir o consumo e aumentar o conforto.

Chuveiro elétrico x aquecedor a gás: vantagens e desvantagens

CaracterísticaChuveiro elétricoAquecedor a gás
Custo de instalaçãoBaixoAlto
SegurançaAlta (sem combustão)Média (risco de vazamento)
TemperaturaEstávelPode oscilar
ManutençãoSimples e barataMais complexa
Consumo mensalEnergia elétrica (alta potência)Gás encanado ou botijão
Indicado paraCasas pequenas e apartamentosFamílias grandes e alta demanda

Em climas tropicais, como o do Brasil, o chuveiro elétrico ainda é a melhor opção em custo-benefício e praticidade.

Do Brasil para o mundo

Embora mais comum no Brasil e em países da América Latina, o chuveiro elétrico criado por Francisco Canho também foi adotado em países tropicais da África, Ásia e América Central.

Na Europa e nos EUA, o sistema mais comum continua sendo o aquecimento central ou a gás. Porém, modelos híbridos e instantâneos inspirados na tecnologia brasileira vêm ganhando mercado, principalmente em regiões com clima quente e custo elevado de gás.

O chuveiro elétrico transformou não apenas o conforto do banho, mas também:

  • A saúde pública: facilitando o acesso a água quente em regiões pobres
  • A urbanização: adaptando-se bem a pequenas residências e apartamentos
  • O comportamento social: tornando o banho quente acessível e rotineiro

Francisco Canho, mesmo sem o reconhecimento merecido, criou uma inovação de alto impacto no cotidiano — e sua história merece ser contada com orgulho.

O brasileiro que transformou o banho no mundo

chuveiro elétrico é, sem dúvida, uma das invenções mais significativas da vida moderna — e o fato de ter sido criado por um brasileiro visionárioFrancisco Canho, torna sua história ainda mais extraordinária.

Em um país onde os recursos sempre foram limitados, Canho mostrou que a inovação pode nascer da simplicidade. Hoje, sua criação está em praticamente todos os lares do Brasil — e continua levando conforto, economia e praticidade para milhões de pessoas.

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Tercio Costa
Tercio Costa
23/05/2025 18:36

Só no Brasil que se usa em larga escala o chuveiro elétrico. Seu uso gera um pico de demanda no sistema elétrico nacional e ainda encarece a estrutura elétrica da edificação. Aquece pequeno volume de água no inverno, trazendo um banho desconfortável quando a temperatura ambiente abaixa de 15°C. No Brasil o aquecimento solar deveria ser incentivado!

Celso Bianco
Celso Bianco
23/05/2025 14:44

Só esqueceu de falar que ele é de Jaú SP

José Lorenzetti Neto
José Lorenzetti Neto
22/05/2025 08:35

Ah estava esquecendo , o bolidor também foi obra de José Lorenzetti , em parceria na época com a fábrica Pozzani d porcelana

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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