Dodge Dart V8: o carro com o maior motor já feito no Brasil marcou uma era nas estradas nacionais
O Dodge Dart V8 ficou conhecido não apenas por seu porte robusto e visual imponente, mas também por carregar o maior motor já fabricado no Brasil. Lançado nos Estados Unidos em 1960 como o menor e mais acessível modelo da divisão Dodge, o Dart rapidamente se tornou um dos carros mais vendidos da marca. Seu sucesso atravessou fronteiras e chegou ao Brasil em 1969, onde o modelo se destacou como um dos mais sofisticados e potentes veículos já produzidos por aqui. Neste artigo, vamos relembrar a história e os detalhes técnicos do Dodge Dart V8, que se consolidou como um ícone da indústria automotiva brasileira.
Dodge Dart V8: desempenho impressionante e motor de respeito
A trajetória do Dart teve início ainda nos anos 1950, com a expansão da Chrysler Corporation para o mercado europeu. No Brasil, a empresa passou a operar sob a razão social Chrysler do Brasil S.A. em 1967, a partir da aquisição da Simca em São Bernardo do Campo (SP).
A quarta geração do Dart chegou ao Brasil em uma versão bem atualizada em relação ao modelo norte-americano, lançado apenas três anos antes. Com quatro portas, quase 5 metros de comprimento e design harmonioso, o Dart ocupou o espaço entre o Chevrolet Opala e o Ford Galaxie, conquistando destaque pelo vidro traseiro côncavo e acabamento sofisticado.
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Sob o capô, um motor V8 de 5,2 litros que também equipava caminhões Dodge. Equipado com câmaras de combustão em formato de cunha e válvulas acionadas por tuchos hidráulicos, o propulsor entregava 198 cv a 4.400 rpm e 41,5 kgfm de torque a 2.400 rpm. Com peso de 1.480 kg, o desempenho impressionava: 0 a 100 km/h em apenas 12 segundos, máxima de 173 km/h e 1.000 metros percorridos em 33 segundos.
Autonomia e consumo: desempenho com sede
Apesar do alto desempenho, o consumo elevado era uma característica marcante. Em velocidade constante de 100 km/h, o Dart V8 fazia cerca de 6,6 km/l, e com um tanque de 62 litros, sua autonomia girava em torno de 400 km.
O comportamento dinâmico era bom, mas comprometido em pisos irregulares devido ao eixo traseiro pesado. Outro ponto negativo eram os freios a tambor nas quatro rodas, sem assistência a vácuo.
A resposta da concorrência veio rápido: a Ford lançou uma versão mais simples do Galaxie com motor de 4,8 litros e 190 cv. Em resposta, a Chrysler apresentou o Dart Super-Standard, com visual mais simples, grade sem pintura e supressão de frisos e calotas, visando reduzir o preço e ampliar a competitividade.
Evolução e versões de luxo do Dart V8
A partir da chegada do Super-Standard, a versão convencional passou a ser chamada de Dart Luxo, atingindo mais de 10 mil unidades produzidas na década de 1970. A grande novidade de 1971 foi a carroceria cupê, que rapidamente superou o sedã em volume de vendas, passando a representar 70% da produção. O modelo passou a contar com teto de vinil, direção hidráulica, ar-condicionado, câmbio automático A-727 de três marchas e freios dianteiros a disco como opcionais.
O Dart Gran Sedan, lançado em 1973, substituiu a versão de luxo e teve produção limitada, geralmente destinada a frotas corporativas e órgãos governamentais. A ignição eletrônica foi implementada em 1975 como item de série, mas as mudanças significativas viriam apenas em 1979, com uma reestilização inspirada no Dart americano de 1974, que aumentou o comprimento total do modelo em 18 cm.
O Dodge Dart V8 se destacou por unir potência, design marcante e sofisticação em um mercado ainda em formação. Mesmo com consumo elevado e algumas limitações técnicas, como a suspensão traseira pesada e os freios desatualizados, o modelo deixou sua marca na história da indústria automotiva nacional.
Com um dos motores mais potentes já produzidos no Brasil, o Dart V8 permanece como um ícone das décadas de 60 e 70, sendo lembrado com respeito por colecionadores e entusiastas. Um verdadeiro clássico que representa o auge da era dos gigantes sobre rodas em solo brasileiro
Cresci nesta época e meu pai trabalhou na Chysler do Brasil nos anos 70 tivemos várias versões e nunca me esqueço de um Dart 4 portas vinho , era um avião, infelizmente nos anos 80 ela se foi , e ainda me lembro dos Polaras , inclusive um automático. Saudades destes tempos.
Super interessante e informativo ! Show
O motor mais potente, em 1973, era o do Dodge Charger RT com 215 cv e não o Dodge Dart que era a versão mais despojada da linha Dodge. Havia também o motor V8 do Ford Maverick GT que possuia 197 cv, mas era mais rápido que o Dart devido ao seu menor peso.