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O bocejo contagioso não é sinal de sono, atinge 7 em cada 10 pessoas, é mais forte entre parentes e amigos e revela por que é quase impossível resistir

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 02/07/2025 às 20:31
Por que Bocejamos Quando Alguém Boceja? A Ciência por Trás do Bocejo Contagioso
Por que Bocejamos Quando Alguém Boceja? A Ciência por Trás do Bocejo Contagioso
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Longe de ser um sinal de sono, o ato do bocejo ao ver outra pessoa fazer o mesmo é um reflexo ligado à empatia e a um tipo especial de neurônio em nosso cérebro.

É quase impossível resistir: basta ver alguém bocejando para que a vontade de fazer o mesmo apareça. O bocejo contagioso é um fenômeno comum e intrigante, que a ciência vem tentando explicar. A principal teoria, no entanto, descarta a ideia de que isso seja um sinal de sono ou tédio.

De acordo com matéria publicada na revista Scientific American, a resposta para esse reflexo está ligada à nossa capacidade de criar conexões sociais. O bocejo contagioso é, na verdade, uma demonstração primitiva e inconsciente de empatia, um mecanismo que compartilhamos até com outros animais.

O que é o bocejo contagioso? Um reflexo social, e não de sono

Enquanto o bocejo espontâneo pode, sim, estar associado ao cansaço, o contagioso tem outra origem. Ele é um reflexo psicomotor, uma ação involuntária desencadeada ao ver, ouvir ou até mesmo ler sobre um bocejo.

Estudos mostram que nem todo mundo é suscetível. Cerca de 60% a 70% da população “pega” o bocejo de outra pessoa. O fenômeno também é menos comum em crianças com menos de 4 anos e em idosos, o que reforça a ideia de que ele está ligado ao desenvolvimento de nossas habilidades sociais.

A principal teoria: a empatia e os neurônios-espelho

O bocejo contagioso não é sinal de sono, atinge 7 em cada 10 pessoas, é mais forte entre parentes e amigos e revela por que é quase impossível resistir

A explicação mais aceita pela ciência para o bocejo contagioso envolve um grupo de células cerebrais fascinantes: os neurônios-espelho. Descobertos no início dos anos 1990 por uma equipe de pesquisadores na Itália, liderada por Giacomo Rizzolatti, esses neurônios são a base da imitação e da empatia.

Eles disparam tanto quando fazemos uma ação quanto quando vemos alguém fazendo a mesma ação. Ao observar um bocejo, essa rede de neurônios em nosso cérebro é ativada e envia um comando para que nossos músculos executem o mesmo movimento, de forma totalmente involuntária.

As provas da empatia: estudos que conectam o bocejo aos laços sociais

Diversos estudos reforçam a ligação entre o bocejo contagioso e a empatia. De acordo com um estudo de 2013 da Universidade de Pisa, publicado na revista PLOS ONE, a “taxa de contágio” é muito maior entre pessoas com laços afetivos mais fortes. Nós bocejamos mais facilmente ao ver um parente ou amigo bocejar do que um estranho.

Da mesma forma, estudos mostram que pessoas no espectro do autismo ou com traços de psicopatia, condições que podem afetar a empatia, tendem a ser menos suscetíveis ao bocejo contagioso.

Uma teoria alternativa: o bocejo como um “ar-condicionado” para o cérebro

O bocejo contagioso não é sinal de sono, atinge 7 em cada 10 pessoas, é mais forte entre parentes e amigos e revela por que é quase impossível resistir

Uma outra teoria, proposta pelo psicólogo Andrew Gallup por volta de 2007, sugere que a função primária do bocejo é resfriar o cérebro. O ato de esticar a mandíbula e inalar ar frio ajudaria a otimizar nosso estado de alerta.

Nessa lógica, o contágio teria evoluído como um mecanismo para sincronizar a atenção de um grupo. Se um indivíduo boceja para ficar mais alerta, é vantajoso que o resto do grupo faça o mesmo, aumentando a vigilância coletiva contra ameaças.

Não é só com gente: o bocejo contagioso no mundo animal

O fenômeno não é exclusivo dos humanos, o que reforça sua base biológica. O bocejo contagioso já foi documentado cientificamente em diversas espécies de animais sociais, como:

  • Chimpanzés (estudo de 2009)
  • Cães, que reagem ao de seus donos (estudo de 2012)
  • Lobos (estudo de 2014)
  • Até mesmo em ratos (estudo de 2017)

Essa ocorrência em outros animais sugere que o mecanismo é antigo e serve a um propósito fundamental para a vida em grupo, provavelmente ligado à empatia e à sincronização do comportamento.

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