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Novo tipo de painel solar com seis módulos hexagonais e espelhos internos busca eficiência inédita de 60%, ainda não comprovada

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 15/08/2025 às 16:03
Estrutura resistente a poeira e umidade, com módulos substituíveis, pode transformar uso de energia solar mesmo sem atingir 60%
Estrutura resistente a poeira e umidade, com módulos substituíveis, pode transformar uso de energia solar mesmo sem atingir 60%
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Novo tipo de painel solar pode deixar os atuais obsoletos? Tecnologia 3D promete até três vezes mais eficiência que os modelos convencionais, mas especialistas apontam dúvidas sobre os números

Um novo tipo de painel solar está chamando atenção no setor de energia renovável. Batizada de tecnologia TIPA, essa estrutura 3D promete gerar até três vezes mais energia que um painel convencional, captando luz de todos os lados e ocupando menos espaço. A proposta, apresentada inicialmente na Europa, já recebeu investimento do governo britânico e despertou interesse em aplicações que vão de fazendas solares a estações de recarga para carros elétricos. Mas, junto com o entusiasmo, surgiram questionamentos sobre a viabilidade real dos resultados.

A inovação se baseia no aproveitamento máximo da luz solar: além de captar raios de diferentes ângulos, o design inclui espelhos internos para refletir a luz não utilizada e direcioná-la a outros módulos. Na teoria, isso poderia elevar a eficiência combinada para cerca de 60%. Porém, especialistas alertam que a física por trás dessa promessa não é tão simples e que a maior parte da energia não convertida é dissipada em forma de calor.

Como funciona o novo tipo de painel solar

O novo tipo de painel solar possui no topo uma lente transparente que capta luz de qualquer direção sem precisar de rastreamento mecânico. Essa luz é conduzida por degraus internos até seis módulos solares dispostos em formato hexagonal. O espelho refletor interno tem a função de redirecionar a luz não absorvida na primeira passagem, oferecendo uma “segunda chance” de conversão em energia.

Essa estrutura modular, segundo a empresa, facilita montagem e manutenção, é resistente a poeira e umidade e pode ser instalada em diferentes cenários — de telhados residenciais a embarcações. O diferencial, garantem os desenvolvedores, não está nos materiais, já que as células solares são de silício convencional, mas sim na forma como a luz é aproveitada e reaproveitada dentro do painel.

Questionamentos sobre a eficiência real

Apesar do apelo visual e conceitual, o novo tipo de painel solar enfrenta críticas técnicas. Pesquisadores afirmam que painéis solares refletem apenas uma pequena fração da luz incidente — cerca de 5% quando já finalizados com camadas antirreflexo. O restante é absorvido e, em grande parte, convertido em calor, o que limitaria o potencial de reaproveitamento prometido.

Canais especializados da Alemanha chegaram a recomendar cautela com investimentos no projeto, argumentando que, se a eficiência extra realmente fosse viável, o setor já estaria adotando a tecnologia em larga escala. Até agora, não há comprovação independente que sustente o salto para 60% de eficiência.

O investimento público e o futuro do projeto

O novo tipo de painel solar já recebeu um subsídio de 560 mil libras esterlinas do governo do Reino Unido para desenvolvimento de protótipos em larga escala. Mesmo com as críticas, a empresa continua ativa e divulgando atualizações em 2025, sugerindo que melhorias podem estar em andamento.

Especialistas ressaltam que novas tecnologias solares passam por um longo ciclo de testes antes de serem validadas. Isso significa que, mesmo que o conceito não atinja o nível prometido, partes da inovação — como o design modular ou o aproveitamento de luz em múltiplos ângulos — ainda podem trazer avanços relevantes.

Vale a pena apostar nessa tecnologia?

Para consumidores e investidores, o novo tipo de painel solar representa uma promessa tentadora, mas que exige cautela. A eficiência acima da média, se confirmada, poderia reduzir custos, otimizar espaço e acelerar a adoção da energia solar em áreas urbanas e industriais. Por outro lado, o risco de expectativas infladas e desempenho abaixo do anunciado não pode ser ignorado.

Você acredita que essa tecnologia pode mesmo revolucionar a energia solar ou acha que é mais uma promessa exagerada? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha de perto o setor.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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