O Complexo Naval de Itaguaí, situado na região metropolitana do Rio, recebeu nesta na última quinta-feira (23) a visita do presidente para o desenvolvimento de um submarino nuclear brasileiro.
Em 2008, o segundo mandato de Lula marcou a criação do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), que envolveu transferência de tecnologia como parte de sua parceria com a França para a criação de um submarino nuclear brasileiro.
O plano prevê a criação de quatro submarinos tradicionais de propulsão diesel-elétrica que se assemelham ao projeto Scorpène da França. Além disso, exige a construção de um submarino movido a energia nuclear.
O submarino padrão inaugural do Prosub, Riachuelo, foi finalmente entregue em setembro de 2022, cinco anos atrás. O segundo, Humaitá, está em fase de testes no mar e deve chegar à posse da Marinha na segunda metade do ano em curso. O restante do quarteto deverá ser entregue até 2025.
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Submarino nuclear brasileiro tem previsão de entrega em 2029
A entrega do submarino nuclear está atualmente prevista para 2029, mas também é possível que seja estendida para a próxima década. Se o prazo for cumprido, o Brasil terá navios desse tipo após uma longa saga de 50 anos desde o início do projeto.
“Atrasado, mas está saindo. Quero um em 2023, outro em 2024, outro em 2025? E, se parece bobo, podemos ter outro em 2026?”, disse Lu Ra em coletiva de imprensa realizada na Marinha. Complexo no final. O presidente defendeu o investimento em defesa como parte do desenvolvimento econômico, assim como outros países.
Segundo Lula, uma indústria de defesa forte deve contribuir para uma melhor expressão das Forças Armadas, “quanto mais preparadas, mais cuidados serão tomados com a soberania nacional, fronteiras, espaço aéreo, florestas, recursos minerais, solo, subsuperfície, ou seja, é disso que o país precisa”, observou. Com orçamento recente de 40 bilhões de reais, o Prosub é um dos maiores projetos de defesa do Brasil.
Especialmente após a crise de 2012, o orçamento anual destinado ao Prosub foi cortado, o que o almirante disse ser o motivo dos repetidos atrasos do programa. No ano passado, foram pagos R$ 1,4 bilhão ao Prosub. Segundo levantamento do jornal Valor Econômico, os gastos com o projeto estão previstos para este ano em R$ 1,2 bilhão.
Marinha tinha velho desejo de ter um submarino nuclear
A Marinha do Brasil iniciou seu programa nuclear em 1979 com o objetivo de um dia construir um submarino movido a essa fonte de energia, prometendo, inclusive, a entrega no início da década de 1990. O plano inicialmente estabeleceu dois objetivos: dominar o ciclo do combustível nuclear, utilizando ultracentrífugas capazes de produzir urânio enriquecido, e construir reatores nucleares e seus sistemas de apoio. O programa não saiu como planejado e sofreu vários atrasos e interrupções devido à falta de recursos, mudanças no governo e dificuldades no desenvolvimento de tecnologia.
Mas o ciclo de produção de urânio enriquecido já está em andamento, o que ajuda até a produzir combustível nuclear para a usina atômica de Angra dos Reis. Entretando, depois de quatro décadas depois, o desenvolvimento do reator nuclear ainda não está completo.
Não haverá transferência de tecnologia da França para este programa-chave de submarinos nucleares – apenas ajudará as partes não nucleares do navio, como o casco e a tecnologia para integrar o reator à usina de propulsão.