Modelo criado pelo NIST redefine os limites da medição do tempo e pode revolucionar GPS, telecomunicações e estudos sobre gravidade
O novo relógio atômico desenvolvido pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (NIST) alcançou uma precisão sem precedentes: seriam necessários 30 bilhões de anos para que ele atrasasse ou adiantasse um único segundo. A conquista coloca o dispositivo como o mais exato da história e abre novas possibilidades para experimentos científicos de alta complexidade.
A informação foi divulgada pela revista Superinteressante com base em publicação do NIST na Physical Review Letters. O projeto representa um marco de duas décadas de desenvolvimento e pode impactar diretamente sistemas de localização por satélite, internet, telecomunicações e física fundamental — áreas que dependem de medições temporais ultraestáveis.
Como funciona o novo relógio atômico?
O centro do novo modelo é um íon de alumínio resfriado a temperaturas próximas do zero absoluto, o que o faz vibrar de maneira estável. Essas vibrações são medidas por lasers ultraconfiáveis, convertendo-as em unidades de tempo. Para controlar o alumínio, difícil de manipular diretamente, os cientistas utilizam um íon auxiliar de magnésio que resfria, estabiliza e ajuda a interpretar os dados do parceiro — um método chamado relógio de lógica quântica.
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Com isso, o relógio não apenas superou o recorde anterior em 41% de precisão, como também se tornou 2,6 vezes mais estável, conseguindo alcançar seu nível máximo de exatidão em apenas um dia e meio, em vez das três semanas necessárias anteriormente.
Quais melhorias tornaram esse nível possível?
A equipe do NIST reformulou praticamente todo o sistema:
- Armadilha de íons redesenhada para minimizar micromovimentos.
- Substituição do aço por titânio na câmara do relógio, reduzindo interferência de hidrogênio em 150 vezes.
- Revestimentos de ouro reforçados e equilíbrio elétrico recalibrado.
- Integração com laboratório externo via 3,6 km de fibra óptica, conectando o laser ultrastável de Jun Ye — considerado um dos mais confiáveis do mundo.
Essas alterações permitiram que o sistema operasse por dias sem reinicialização, além de garantir precisão inédita.
Para que serve tanta precisão?
Embora no cotidiano um microssegundo de diferença seja imperceptível, tecnologias críticas dependem da exatidão extrema do tempo. Um pequeno erro em sistemas de GPS, por exemplo, pode gerar desvios de quilômetros na localização.
Outros usos diretos incluem:
- Sincronização de redes de internet e finanças globais
- Operações militares com precisão milimétrica
- Testes experimentais em física quântica
- Medições da gravidade com detalhamento milimétrico
O novo relógio também pode ajudar a testar se constantes universais realmente são estáveis, como a velocidade da luz ou a força gravitacional.
Uma nova definição de segundo?
Atualmente, o segundo é definido com base no átomo de césio, desde 1967. No entanto, o nível de estabilidade alcançado por relógios baseados em íons — como o novo modelo do NIST — supera amplamente o césio, o que já desperta discussões sobre uma possível redefinição da unidade de tempo padrão mundial.
Os cientistas afirmam que o próximo passo será aumentar o número de íons e explorar entrelaçamento quântico para expandir ainda mais as capacidades do sistema.
Você acha que a redefinição do segundo é necessária? Como essa revolução na medição do tempo pode impactar o nosso dia a dia? Compartilhe sua opinião — queremos ouvir seu ponto de vista sobre essa inovação.