Peugeot confirma chegada de versões híbridas leves do 208 e 2008, que combinam motor 1.0 turbo de 130 cv com sistema elétrico auxiliar de 12V e tecnologia já usada por Fiat Pulse e Fastback. Lançamento será em setembro de 2025.
A Stellantis confirmou que os próximos eletrificados da empresa no Brasil serão os Peugeot 208 e 2008, que adotarão a arquitetura Bio-Hybrid estreada por Fiat Pulse e Fastback.
O 208 combinará o motor 1.0 turbo T200 — o mais potente entre os compactos — a um sistema elétrico de 12 volts com gerador por correia, compondo um conjunto leve de eletrificação.
O lançamento está previsto para a primeira semana de setembro de 2025, quando serão detalhados versões e preços.
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Estratégia Bio-Hybrid no Brasil
Anunciada em agosto de 2023, a estratégia Bio-Hybrid foi desenhada para reduzir emissões e ampliar a oferta de produtos eletrificados no país.
Para cobrir perfis distintos de modelos e públicos, o plano prevê três patamares de eletrificação dentro de uma mesma família tecnológica.
A primeira etapa, mais simples, já está em circulação em carros da Fiat desde novembro de 2024 e, agora, chega à Peugeot.
No comunicado enviado pela companhia, a arquitetura confirmada para 208 e 2008 é a mesma utilizada nos Fiat, sem alterações estruturais.
A escolha permite acelerar a adoção da tecnologia, compartilhar componentes e reduzir custos de implementação, preservando o foco em eficiência urbana.
Como funciona o sistema leve de 12V
Na configuração de entrada, a Bio-Hybrid combina o motor a combustão ao BSG (belt starter generator), um gerador de partida por correia que substitui alternador e motor de arranque.
Alimentado por uma bateria de 12 V posicionada sob o banco do motorista, o BSG atua como motor elétrico auxiliar de baixa capacidade, entregando até cerca de 4 cv em momentos de maior demanda e suavizando retomadas.
Durante frenagens e desacelerações, o próprio propulsor térmico ajuda a repor a carga dessa bateria dedicada, em um ciclo simples de regeneração.
Importante frisar que, nessa solução, o motor elétrico não traciona o veículo sozinho: ele apenas assiste o conjunto, com ganhos principais de conforto e consumo no uso cotidiano.
Motor 1.0 turbo T200 e câmbio CVT
O coração do 208 híbrido será o bloco 1.0 turbo de três cilindros da família T200, flex, com até 130 cv e 20,4 kgfm de torque, associado a transmissão automática CVT com simulação de 7 marchas.
A calibração prioriza torque em baixa rotação e trocas lineares, características que, somadas ao empurrão do BSG, tendem a melhorar respostas no para e anda e reduzir picos de consumo nas partidas.
Enquanto isso, o SUV Peugeot 2008 seguirá a mesma receita.
Ele, porém, não terá o pioneirismo de ser o primeiro SUV compacto híbrido leve do país.
A Caoa Chery já vende o Tiggo 5X Pro Hybrid desde 2023 com solução técnica semelhante, e os próprios modelos da Fiat adotam a tecnologia desde 2024.
Próximos degraus: 48V e plug-in
Acima do sistema de 12 V, a empresa prevê a Bio-Hybrid e-DCT, que incorpora dois motores elétricos — um BSG e um segundo motor acoplado à transmissão — e eleva a tensão do conjunto para 48 V.
Essa configuração permite manter itens como ar-condicionado em funcionamento mesmo com o motor a combustão desligado e fornece auxílio elétrico mais vigoroso nas acelerações.
A data de chegada dessa variante não foi definida.
No topo da linha está a Bio-Hybrid Plug-In, alimentada por uma bateria de 380 V com recarga externa e regeneração em frenagens.
Nessa arquitetura, o motor elétrico pode mover o carro sozinho, com modos que variam entre condução totalmente elétrica, operação combinada e acionamento prioritário do motor térmico quando necessário para repor energia.
Trata-se da solução mais potente e versátil do pacote.
208 será o único hatch compacto híbrido leve
Com a adoção do sistema Bio-Hybrid, o Peugeot 208 se tornará o único hatch compacto com motorização eletrificada à venda no Brasil no momento.
O modelo reforça seu posicionamento no segmento e se diferencia por trazer o 1.0 turbo mais potente da categoria.
Esse fator pode contribuir para ganhos comerciais, sobretudo entre consumidores que buscam eficiência sem abrir mão de desempenho em cidade.
Ainda assim, a proposta difere de híbridos completos ou plugáveis por não oferecer tração elétrica independente.
Apesar disso, a simplicidade do conjunto de 12 V reduz peso e custos de manutenção quando comparada a soluções mais complexas.
Preços atuais e o que esperar para o lançamento
Os valores oficiais das versões Bio-Hybrid serão divulgados no evento de lançamento de setembro de 2025.
Até lá, a referência é a tabela vigente das linhas convencionais.
No caso do 208, o portfólio parte de R$ 91.990 na versão Active e chega a R$ 128.990 na GT.
Para o 2008, a gama começa em R$ 143.990 na Active e vai a R$ 173.990 na GT.
Há ainda o e-2008 totalmente elétrico, tabelado em R$ 269.990.
Como a Stellantis indica que a arquitetura será a mesma da Fiat, a expectativa é que os valores não se afastem de forma significativa da política atual.
Mudanças de conteúdo e posicionamento, porém, podem ajustar a distância entre versões.
A definição virá com a lista completa de equipamentos, metas de consumo e eventuais alterações de acabamento ou conectividade.
O que muda para o consumidor
Na prática, o 208 híbrido leve promete arranques mais suaves, liga/desliga mais discreto e redução de consumo em trajetos urbanos, sem exigir recarga externa.
A manutenção tende a permanecer próxima à de um carro a combustão, considerando que o BSG substitui componentes tradicionais.
Para quem roda majoritariamente na cidade e quer um primeiro passo na eletrificação, o formato de 12 V equilibra custo e benefício.
Para usos que demandam mais performance elétrica, entretanto, será preciso aguardar a evolução para 48 V ou a chegada de opções plug-in.
A Stellantis já anunciou o roteiro tecnológico, e a Peugeot acompanhará esse calendário no Brasil conforme o cronograma industrial permitir.
Com a confirmação do 208 e do 2008 Bio-Hybrid e a promessa de revelar detalhes e preços no início de setembro, a marca prepara um novo capítulo para seus compactos no país.
Qual nível de eletrificação faz mais sentido para o seu uso diário: o 12 V leve agora, ou você preferiria esperar por soluções de 48 V e plug-in?