Brasil redefine níveis de colesterol para prevenir infartos e AVCs
Na quarta-feira, 24 de setembro de 2025, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apresentou a nova Diretriz de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose.
O documento substitui a versão publicada em 2017. Ele endurece os limites considerados saudáveis para o colesterol LDL e adota o escore PREVENT como referência oficial.
A American Heart Association lançou o escore PREVENT em 2024. Agora, profissionais de saúde no Brasil utilizam esse sistema para medir riscos cardiovasculares com mais precisão.
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Mudanças nas metas de colesterol
A comissão presidida por Fabiana Hanna Rached contou com especialistas como Marcio Hiroshi Miname, Viviane Zorzanelli Rocha e André Zimerman.
O Brasil passa a definir novos patamares de LDL. Pacientes com eventos cardiovasculares devem manter o colesterol em até 40 mg/dL.
No risco baixo, o limite caiu de 130 mg/dL para 115 mg/dL. Na categoria intermediária, o nível foi ajustado para 100 mg/dL.
Para o risco extremo, entram automaticamente indivíduos com 190 mg/dL ou mais de LDL. O LDL é conhecido como colesterol ruim.
Essas mudanças refletem consenso internacional. Elas reforçam a importância do controle intensivo e precoce para reduzir a progressão silenciosa da aterosclerose.
Uso do escore PREVENT no Brasil
O escore PREVENT calcula a probabilidade de infarto, AVC ou insuficiência cardíaca em 10 e até 30 anos.
Segundo estudo de 2024 da American Heart Association, o modelo apresentou estatística C de 0,774 em mulheres e 0,736 em homens.
Esse índice indica boa capacidade de previsão. No entanto, a SBC alerta que, devido à diversidade étnica do Brasil, ainda será necessária auditoria de equidade.
Até o momento, o país não possui um escore próprio com base em dados populacionais nacionais. O PREVENT é apenas uma adaptação internacional.
Terapias combinadas para alcançar as metas
Para atingir os novos objetivos, a diretriz recomenda iniciar terapias combinadas em casos de alto risco, portanto a orientação deve ser seguida com rigor clínico.
Além disso, o uso de estatina associada a ezetimiba, inibidor de PCSK9 ou ácido bempedoico pode reduzir o LDL em até 65%, o que fortalece o tratamento.
Adicionalmente, esses efeitos aparecem já nas primeiras fases do tratamento e, consequentemente, a SBC destaca que a estratégia evita a chamada inércia terapêutica, problema comum em muitos pacientes.
Da mesma forma, essa condição é caracterizada pelo atraso no ajuste dos medicamentos, visto que ocorre quando as metas não são alcançadas apenas com estatinas isoladas.
Por fim, a diretriz reforça que a redução de 39 mg/dL no LDL pode diminuir em até 25% o risco de eventos cardiovasculares, tornando a conduta indispensável.
Hábitos saudáveis permanecem fundamentais
Embora a diretriz ressalte a medicação, os especialistas destacam a importância dos hábitos de vida. Além disso, defendem mudanças consistentes para melhorar os resultados em longo prazo.
Assim, alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, sono adequado, abandono do cigarro e controle do estresse tornam-se indispensáveis. Sem esses cuidados, os benefícios dificilmente aparecem.
Segundo a SBC, o Brasil enfrenta aumento da obesidade. Além disso, o envelhecimento populacional e o avanço do sedentarismo ampliam significativamente os riscos cardiovasculares.
Por consequência, as novas metas buscam reduzir a mortalidade cardiovascular. Afinal, essa condição ainda representa a principal causa de morte no país, segundo especialistas da Sociedade Brasileira de Cardiologia.