WindRunner promete revolucionar transporte de cargas gigantes e ampliar energia eólica onshore
O maior avião do mundo pode estar prestes a sair do papel e não será fabricado por Boeing, Airbus ou Lockheed. A proposta vem da Radia, startup fundada em 2016 pelo engenheiro aeroespacial e empreendedor em série Mark Lundstrom, que nunca construiu uma aeronave antes. O projeto, batizado de WindRunner, foi pensado para resolver um gargalo crítico da energia eólica onshore: o transporte de pás de turbinas muito maiores que as atuais.
Hoje, turbinas instaladas em alto-mar chegam a ter pás de mais de 100 metros de comprimento, enquanto as usadas em terra raramente ultrapassam 70 metros, por limitações logísticas. Lundstrom acredita que, ao superar essa barreira, será possível dobrar ou até triplicar a área economicamente viável para parques eólicos em diversos países, aumentando a geração e reduzindo custos.
Por que o WindRunner é diferente de tudo já construído
A Radia arrecadou mais de US$ 150 milhões e reuniu especialistas do setor para criar um cargueiro aéreo com 108 metros de comprimento e 80 metros de envergadura. O compartimento de carga será seis vezes maior que o do lendário Antonov An-225 Mriya, destruído em 2022, e permitirá transportar até três pás de turbina de 80 metros ou uma de 105 metros.
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O diferencial está na capacidade de operar em pistas curtas e semipreparadas, construídas ao lado de parques eólicos, sem exigir grandes obras de infraestrutura. Mesmo com porte monumental, o WindRunner deverá levantar 74 toneladas e voar até 2.000 km alcance suficiente para operações dentro da América do Norte, Europa e América do Sul.
O legado e o desafio após o fim do An-225
A destruição do An-225 deixou uma lacuna no transporte de cargas de dimensões extremas, como locomotivas ou pás eólicas. Outros cargueiros estratégicos, como o Boeing C-17, o Lockheed C-5 Galaxy e o Antonov An-124, estão fora de produção e cada vez menos disponíveis.
Para Lundstrom, o WindRunner preenche essa lacuna com uma proposta viável, aproveitando componentes aeroespaciais já existentes e evitando inovações que possam atrasar certificações. A fuselagem será fabricada pela italiana Leonardo, as asas pela espanhola Aernnova e a integração de segurança ficará a cargo da americana AFuzion.
Possíveis usos militares e pressão da concorrência
Embora a missão principal seja o transporte para o setor eólico, o Departamento de Defesa dos EUA já demonstrou interesse no WindRunner para cargas militares pesadas. Isso aumenta a pressão, principalmente após notícias de que a Boeing pode retomar a produção do C-17.
Críticos, como o analista Chris Pocock, apontam que a limitação de alcance e a ausência de um motor definido podem comprometer o sucesso. A Radia afirma já ter escolhido um modelo certificado e promete anunciar o fornecedor em breve.
Próximos passos até a decolagem
Até agora, o projeto foi validado apenas em túnel de vento com modelos reduzidos. A empresa pretende pular a fase de protótipo tradicional, partindo direto para a construção de aeronaves de teste em tamanho real, com o primeiro voo previsto para o fim da década.
Especialistas alertam que a certificação de aeronaves é um processo longo e caro, especialmente para fabricantes estreantes. Mas a Radia aposta na simplicidade do design e no uso de peças já certificadas para reduzir riscos.
Você acredita que o WindRunner pode realmente mudar o transporte de cargas gigantes ou será mais um projeto ambicioso que ficará no papel? Deixe sua opinião nos comentários.