Hyundai e General Motors firmaram acordo global para desenvolver cinco veículos em conjunto, incluindo compactos e picapes para a América Latina e uma van elétrica para a América do Norte. Parceria prevê compartilhamento de plataformas, tecnologias e motores híbridos.
A Hyundai e a General Motors firmaram um acordo para co-desenvolver cinco veículos, incluindo quatro modelos destinados à América Central e do Sul e uma van elétrica para a América do Norte.
O pacote contempla um SUV compacto, um carro compacto, uma picape compacta e uma picape média, todos com opção de motores a combustão e híbridos.
Segundo as empresas, as vendas combinadas podem superar 800 mil unidades anuais quando a produção estiver madura.
O que está confirmado no acordo
A parceria tem foco em plataformas e tecnologias compartilhadas para acelerar o desenvolvimento e reduzir custos.
Para os mercados latino-americanos, os quatro modelos terão arquitetura preparada para combustão e eletrificação leve, enquanto a van elétrica será produzida na América do Norte. O cronograma atual prevê lançamentos a partir de 2028.
Onde entram HB20, Creta, Onix e Tracker
O anúncio ampliou a especulação sobre a nova geração dos compactos e SUVs das duas marcas no Brasil.
O plano oficial fala em uma família de veículos compactos co-desenvolvida para a região, o que pode abrir caminho para sucessores que compartilhem base estrutural entre Hyundai (HB20 e Creta) e Chevrolet (Onix e Tracker).
Contudo, não há confirmação de que os futuros Hyundai serão “versões” diretas dos Chevrolet.
O comunicado limita-se a mencionar plataforma e tecnologias em comum, preservando desenho e calibrações de cada marca.
Papéis no desenvolvimento e desenho
Relatos do setor indicam que a GM deve concentrar esforços nas picapes, enquanto a Hyundai lidera a direção técnica dos compactos e da van elétrica.
Mesmo assim, cada fabricante terá liberdade para aplicar soluções de design, ajuste dinâmico e interfaces próprias, respeitando a identidade de marca.
A dúvida que ficou: correia banhada a óleo no HB20?
A colaboração entre as duas montadoras levantou a hipótese de o futuro HB20 adotar o motor 1.0 turbo da Chevrolet, que utiliza correia dentada banhada a óleo.
Até o momento, não existe anúncio oficial sobre intercâmbio de motores entre as marcas no Brasil.
O acordo fala em plataforma e tecnologias, sem detalhar trem de força. Assim, não é possível afirmar que a Hyundai passará a usar o sistema de correia da Chevrolet em seus compactos.
O histórico da correia da Chevrolet
Nos últimos anos, a Chevrolet enfrentou críticas sobre a durabilidade da correia banhada a óleo nos modelos Onix, Onix Plus, Tracker e Montana.
Como resposta, a marca implementou ações de pós-venda e restabeleceu a garantia de até 240 mil km para a correia, inclusive para clientes fora do histórico completo de revisões na rede, desde que cumpridos os requisitos anunciados.
Enquanto isso, a discussão sobre causas para desgastes prematuros envolveu o uso de lubrificante fora da especificação, o que acelera a degradação da peça.
A fabricante reforça a necessidade de seguir o plano de manutenção e utilizar óleo homologado, condição atrelada à garantia estendida.
O que esperar dos futuros Hyundai
Pelo desenho da parceria e pelo histórico de engenharia da Hyundai, a tendência é que a marca evolua sua própria família de motores e avalie sistemas híbridos de seu portfólio global para os compactos regionais.
Nada no acordo divulgado até agora indica adoção compulsória de propulsores Chevrolet nos Hyundai brasileiros.
Em outras palavras, a presença da correia banhada a óleo nos próximos HB20 e Creta não está confirmada.
Prazo, volume e impacto industrial
Os novos produtos para a América Latina têm janela de estreia prevista a partir de 2028, o que dá às duas empresas tempo para consolidar fornecedores, validar componentes e adequar fábricas na região.
A meta de 800 mil unidades/ano quando a produção atingir velocidade de cruzeiro sinaliza que a aliança buscará escala para competir nos segmentos de maior volume no Brasil e vizinhos.
O que ainda não foi detalhado
O comunicado não traz definição sobre locais de produção dos futuros compactos, nome comercial dos projetos, combinações de motores para cada mercado nem estratégia de hibridização.
Esses pontos tendem a ser divulgados à medida que os programas avancem. Por ora, a mensagem oficial limita-se à colaboração em arquitetura, à possibilidade de motores híbridos e à van elétrica para a América do Norte.
Diante desse cenário, a questão central permanece em aberto: quando a nova família chegar às ruas, os consumidores brasileiros verão um HB20 com o mesmo sistema de correia banhada a óleo dos Chevrolet ou a Hyundai seguirá com soluções próprias de propulsão?