Material usa bactérias para se auto-reparar e promete reduzir custos com manutenção e impactos ambientais
Pesquisadores desenvolveram um novo tipo de concreto capaz de se autorreparar, o chamado “concreto vivo”. A inovação usa bactérias que produzem minerais para fechar rachaduras automaticamente, o que pode transformar a forma como a construção civil realiza e mantém suas obras no futuro.
Como funciona o concreto autorreparável?
O chamado concreto vivo é um material biotecnológico que incorpora bactérias no momento da fabricação. Quando surgem rachaduras, essas bactérias entram em contato com a umidade e ativam um processo químico que gera cristais minerais capazes de preencher as fissuras, selando a estrutura de forma autônoma. Segundo reportagem do portal Interesting Engineering, essa tecnologia representa um avanço significativo na durabilidade de estruturas construídas.
O uso desse tipo de concreto poderia reduzir drasticamente os custos de manutenção, evitar infiltrações, alongar a vida útil de pontes, edifícios e calçadas e diminuir o impacto ambiental de grandes obras. Com menos necessidade de consertos, também diminui-se o consumo de materiais e a emissão de poluentes durante os reparos.
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Sustentabilidade como prioridade na construção
O setor de construção é historicamente um dos que mais consome recursos naturais e energia. A adoção de materiais inteligentes como o concreto vivo pode representar um novo paradigma, onde a durabilidade é combinada com responsabilidade ambiental. Edifícios que “cuidam de si mesmos” não são apenas um sonho futurista, eles já estão em fase de testes e desenvolvimento em universidades e centros de inovação ao redor do mundo.
Além de sua função prática, o concreto vivo também inspira novas possibilidades de design arquitetônico. Por ser um material responsivo, ele permite que engenheiros e arquitetos explorem estruturas mais ousadas, sem comprometer a integridade ao longo do tempo.
O futuro da engenharia está se transformando
Essa tecnologia ainda está em fase de testes, mas já chama atenção de grandes empresas do setor. A expectativa é que, com os avanços da bioengenharia, materiais autorreparáveis como o concreto vivo se tornem comuns em projetos de infraestrutura urbana e civil.
Com o tempo, essa inovação pode não só mudar o jeito de construir, mas também redefinir os padrões de sustentabilidade, segurança e longevidade nas obras. A era das construções inteligentes e resilientes já começou, e tudo indica que ela veio para ficar.
Aplicações práticas em obras do futuro
Embora ainda em fase de testes, o concreto vivo já está sendo estudado para uso em grandes projetos de infraestrutura, como pontes, túneis, estacionamentos e calçadas públicas, locais onde o surgimento de microfissuras é comum. A tecnologia pode ser especialmente útil em regiões com altos índices de umidade, onde as rachaduras se alastram rapidamente e comprometem a segurança estrutural. A proposta é que essas obras possam “se curar sozinhas”, sem a necessidade de interrupções para reparos, o que também reduz custos logísticos e operacionais.
Além disso, universidades e centros de pesquisa vêm testando o material em ambientes urbanos, simulando condições reais de uso. A expectativa é que, nos próximos anos, esse tipo de construção inteligente passe a integrar os padrões de engenharia sustentável em vários países, inclusive com incentivos de políticas públicas voltadas à inovação ecológica.
Concreto vivo e a bioengenharia na construção
O avanço do concreto vivo está diretamente ligado ao crescimento da bioengenharia no setor de construção civil. A integração de organismos vivos em materiais antes considerados estáticos representa uma mudança radical no conceito de edificação. Ao permitir que uma parede “sinta” e “responda” a danos estruturais, essa tecnologia rompe com os métodos tradicionais e abre caminho para construções mais resilientes, inteligentes e alinhadas às metas ambientais do século 21.
Segundo os especialistas consultados pela Interesting Engineering, é possível imaginar, no futuro, edifícios inteiros que ajustem sua estrutura de forma autônoma, respondendo a impactos, desgastes naturais ou até mesmo condições climáticas extremas. O concreto vivo é apenas o primeiro passo dessa transformação, e já começa a deixar sua marca na engenharia global.



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