Portaria oficial impõe padrões estéticos rigorosos a militares, reafirmando disciplina e controle visual nas Forças Armadas
As novas normas da Marinha atualizam o regulamento de apresentação pessoal dos militares com um nível de detalhamento minucioso, incluindo desde o tipo de acessório até o comprimento das unhas. A medida, publicada no Diário Oficial da União em 30 de julho, reforça a imagem de disciplina das Forças Armadas e reafirma o controle visual como elemento central da hierarquia militar.
A portaria estabelece padrões estéticos para todos os membros da Marinha do Brasil e já gera debate entre militares da ativa e da reserva. A diretriz, embora siga alinhada a uma longa tradição, mostra um reforço explícito no controle simbólico da imagem dos profissionais, em um momento em que as Forças buscam reafirmar sua autoridade institucional.
Relógios, anéis e brincos: tudo tem limite
O novo regulamento libera o uso de relógios, mas impõe restrições rígidas: devem ser discretos, com cores metálicas (como prata, dourado e rosé), couro (marrom e preto) ou sintéticos em tons sóbrios como azul-marinho, bege, cinza ou verde-escuro. Detalhes em outras cores só são permitidos se não destoarem da tonalidade principal.
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Até dois anéis são aceitos, desde que sejam discretos, de cor única e não usados no dedão. Brincos continuam proibidos para homens. No caso das mulheres, são permitidos apenas se forem pequenos e colados ao lóbulo da orelha.
Cabelos e bigodes: o visual “raiz” permanece
Para os homens, o corte segue o padrão militar tradicional: cabelo rente à nuca e às orelhas, com no máximo 5 cm de altura. Tinturas, desenhos com navalha e estilos extravagantes estão vetados. Já as mulheres podem usar o cabelo solto, preso em rabo de cavalo, trança ou coque — desde que discreto e com limite de tamanho de até 50% do volume craniano.
Bigodes são liberados apenas para oficiais, suboficiais e sargentos, com proibição expressa de barbas e cavanhaques. A única exceção ocorre em casos médicos específicos, mediante laudo que justifique a dispensa da lâmina.
Esmaltes e unhas: detalhamento vai ao milímetro
Outro ponto do regulamento que chamou atenção foi a precisão com que trata as unhas dos militares. O uso de esmaltes é autorizado, desde que em tons neutros, base incolor ou francesinha clássica — sempre com a mesma cor em todos os dedos, sem desenhos, brilho ou apliques.
O comprimento máximo permitido é de 5 mm além da ponta do dedo. A mesma regra vale para as unhas dos pés, reforçando o padrão estético unificado.
Uma estética que comunica disciplina
As novas normas da Marinha mostram que, para além do uniforme, a imagem individual dos militares é tratada como parte da identidade institucional. Ao definir regras para itens pessoais como relógios, cortes de cabelo e esmaltes, a corporação reforça o princípio da padronização visual como extensão da hierarquia e da ordem.
Em um momento em que as Forças Armadas enfrentam questionamentos sobre seu papel político e institucional, a ênfase na disciplina estética pode ser lida como um gesto de reafirmação da estrutura tradicional — onde cada detalhe importa e o corpo militar segue um código visual rigoroso.
Você acredita que esse nível de detalhamento nas normas da Marinha é necessário? Ou acha que essas regras já não fazem sentido no contexto atual? Queremos ouvir quem vive isso na prática — compartilhe sua visão nos comentários.