Picape média da Ram começa a ser revelada com produção na Argentina, motor turbodiesel de 200 cv e câmbio automático de oito marchas, mirando rivais como Hilux, Ranger e S10 em sua estreia sul-americana em 2026.
A Stellantis liberou as primeiras imagens da Ram Dakota de produção, que começa a ser fabricada na Argentina e terá estreia comercial na América do Sul no início de 2026.
O modelo retoma o nome clássico da marca para disputar o segmento de picapes médias dominado por Toyota Hilux e Ford Ranger, entre outras rivais.
A base mecânica é compartilhada com a Fiat Titano, incluindo o motor turbodiesel 2.2 de 200 cv e o câmbio automático ZF de 8 marchas.
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Primeiras imagens e cronograma de lançamento
A apresentação pública da linha partiu do conceito Nightfall, exibido em agosto, que antecipou elementos do desenho e confirmou o foco da Ram no mercado sul-americano.
Desde então, a marca divulgou teasers da configuração final, reforçando o plano de produção em Córdoba e a janela de lançamento para o começo de 2026 nos principais países da região.
Plataforma: camada Ram sobre a engenharia da Titano
A Dakota nasce sobre o mesmo chassi de longarinas da Fiat Titano, projeto que por sua vez deriva da picape Changan Hunter.
Essa engenharia comum reduz custos e encurta prazos, mas a Ram aplicou identidade própria na carroceria e na cabine para distanciar o produto dentro da Stellantis e posicioná-lo acima da Fiat em percepção de marca.
Publicações especializadas detalharam ainda que a Dakota preserva a arquitetura body-on-frame, vital para carga, reboque e uso severo.
Desenho: grade exclusiva e assinatura luminosa em LED
Enquanto a Titano enfatiza linhas simples, a Dakota adota um visual mais robusto, com grade frontal no estilo da família Ram e filete de LED unindo faróis mais estreitos.
Para-choques, capô e recortes de para-lamas também seguem a linguagem da marca.
Esses traços já eram claros no conceito Nightfall e permanecem nos materiais de pré-série divulgados pela fabricante.
Cabine: acabamento elevado e telas de alta definição
Por dentro, a proposta mira um ambiente mais sofisticado do que o da Titano.
As projeções de interior apontam quadro de instrumentos digital, central multimídia dedicada e console redesenhado, combinando ergonomia de picape com recursos de conectividade recentes.
O objetivo é elevar a Dakota frente a concorrentes tradicionais com soluções de conforto e tecnologia sem abandonar o caráter de trabalho.
Trem de força: 2.2 turbodiesel, ZF 8HP50 e 4×4 integral
O conjunto mecânico replica a receita aplicada à Titano 2026.
O 2.2 Multijet II turbodiesel entrega 200 cv e 45,9 kgfm, trabalhando com a transmissão automática ZF 8HP50 de oito marchas.
A tração 4×4 utiliza caixa de transferência BorgWarner que distribui torque entre os eixos e possibilita condução com tração integral sob demanda.
No portfólio da Titano, o pacote inclui bloqueio do diferencial traseiro e assistente de descida; como a Ram compartilhará o conjunto, a expectativa é de recursos equivalentes, ainda que a marca não tenha detalhado itens para cada versão.
Equipamentos e posicionamento
A Dakota buscará um equilíbrio entre capacidade off-road e conforto de uso diário.
Além do trem de força, os materiais já exibidos pela Ram indicam calibrações de suspensão e melhorias de isolamento que aproximam a picape do padrão de refinamento observado em outros modelos da marca.
Mesmo preservando a base estrutural e mecânica da Titano, a Dakota terá acabamento e conteúdo próprios para atingir o público que hoje migra a Hilux, Ranger e S10.
Mercado: novas concorrentes reforçam a disputa
O cenário brasileiro de picapes médias ganhou fôlego neste segundo semestre com a chegada de duas frentes chinesas.
A GWM Poer P30 iniciou vendas em 10 de setembro, com motor 2.4 turbodiesel de 184 cv, câmbio automático de 9 marchas e preços promocionais entre R$ 220 mil e R$ 240 mil no lançamento.
A própria GWM confirma que a produção local está nos planos ainda para 2025.
A ofensiva aumenta a pressão sobre as líderes e amplia o leque de opções na faixa.
No mesmo movimento, a Foton passou a vender as Tunland V7 e V9 no país, ambas com sistema mild-hybrid 48 V e transmissão automática ZF de 8 marchas, além de dimensões generosas e foco em robustez.
Publicações especializadas destacam preços a partir de R$ 289.990 e pacote de equipamentos competitivo, o que ajuda a explicar a decisão da Ram de posicionar a Dakota com conteúdo e acabamento superiores à Titano para preservar margem e imagem.
Competição direta e proposta de valor
Ao estrear, a Dakota mirará clientes que atualmente consideram Hilux, Ranger, S10, Amarok, Frontier e L200.
A estratégia passa por oferecer o motor de 200 cv com respostas mais cheias em baixa rotação, a suavidade do câmbio ZF, a segurança de uma tração integral com gerenciamento automático de torque e um pacote de acabamento e tecnologia condizente com a assinatura Ram.
Na prática, a Stellantis amplia a cobertura do segmento com duas leituras do mesmo projeto: a Titano, com apelo de custo-benefício, e a Dakota, com ênfase em refinamento e imagem de marca.
Produção e distribuição
A fabricação em Córdoba (AR) consolida o “hub” de picapes da Stellantis no Cone Sul, facilita o abastecimento dos principais mercados e reduz tempos logísticos.
A decisão também cria sinergias industriais com a própria Titano, permitindo à Ram escalar volume conforme a demanda no Brasil e em países vizinhos.
Para o consumidor, a origem argentina tende a acelerar entregas e a padronizar atualizações técnicas ao longo do ciclo de vida.
Diante desse pacote, a dúvida passa a ser menos “se” e mais “como” a Dakota vai balançar o topo da categoria: para você, o que pesa mais na escolha de uma picape média hoje — robustez off-road, conforto e tecnologia ou custo total de propriedade?