Nova norma NBR 17193 traz mudanças significativas para o setor fotovoltaico. Entenda o que muda nas regras da energia solar e como isso afeta consumidores, instaladores e empresas do setor.
Uma nova norma técnica está mudando significativamente as regras para sistemas de energia solar no Brasil. Publicada em 2025, a NBR 17193 estabelece uma série de novas exigências de segurança, especialmente relacionadas à prevenção e combate a incêndios em instalações fotovoltaicas — tanto residenciais quanto comerciais e industriais.
Desenvolvida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a norma traz impactos importantes para projetistas, instaladores, fabricantes de equipamentos e até para os consumidores finais que já possuem ou desejam adotar a energia solar em seus imóveis. A regulamentação busca garantir maior segurança nas instalações e evitar acidentes, como curtos-circuitos e incêndios provocados por falhas técnicas ou erros de instalação.
Como era de se esperar, surgiram diversas dúvidas sobre o que muda na prática, quem será impactado e o que deve ser feito para estar em conformidade com a nova legislação técnica.
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Pensando nisso, neste artigo vamos explicar de forma clara e objetiva os principais pontos da NBR 17193:2025, responder às perguntas mais frequentes e ajudar você a entender como se adaptar às novas exigências do setor de energia solar no Brasil.
Entenda para quem vale as novas regras da energia solar
É muito provável que você já viu imagens de sistemas fotovoltaicos pegando fogo por aí. Isso não é algo comum, mas quando acontece geralmente é por causa de instalações mal feitas, projetos que não foram seguidos corretamente ou até projetados de maneira errada.
É exatamente para evitar esse tipo de problema que a nova norma NBR17193 de 2025 foi criada, trazendo novas exigências para aumentar a segurança e reduzir os riscos de incêndios e choques elétricos nas instalações fotovoltaicas em edificações.
É importante mencionar que essas novas regras da energia solar não se aplicam a usinas de solo, que são aquelas que são instaladas em terrenos isolados no próprio solo, como o próprio nome já diz. Ela vale exclusivamente para sistemas fotovoltaicos instalados em edificações, suas envoltórias e áreas de riscos associadas.
A nova norma NBR 17193 vale para qualquer tipo de construção, seja ela residencial, comercial, industrial ou seja pública ou privada.
Então para qualquer instalação onde os módulos estejam sobre uma estrutura da construção, como um telhado, ou integrados da edificação, como aqueles painéis que substituem o vidro das fachadas, a nova norma NBR 17193 está valendo.
Principais exigências das novas regras no mercado de energia solar
Entre todas as exigências, duas chamaram mais atenção e geraram muitas dúvidas, sendo elas a proteção contra o arco elétrico, que é o AFCI, e, principalmente, a função de desligamento rápido, que é o FDR. O AFCI é um dispositivo de segurança capaz de identificar e interromper arcos elétricos antes que causem um incêndio.
O IMET, por exemplo, publicou a portaria 515 de 2023 que tornou essa proteção obrigatória para os inversores e microinversores que operam com tensão acima de 120 V e corrente superior a 20 A.
Essa exigência passou a valer para equipamentos fabricados ou importados a partir de dezembro de 2024, desta forma, o mercado já vinha se preparando para essa mudança. Na nova norma NBR 17193, esse requisito continua exatamente o mesmo e pode estar integrado no próprio equipamento ou ser adicionado como um dispositivo externo na instalação.
Já a função de desligamento rápido foi pensada para aumentar a segurança de bombeiros e equipes de manutenção, reduzindo o risco de choque elétrico durante um incêndio ou uma intervenção no sistema. Isso porque essa função vai reduzir a tensão do sistema para um nível seguro quando ela for ativada em até 30 segundos.
A norma exige que esse desligamento ocorra com apenas uma manobra, seja de forma manual ou automática, garantindo assim que a instalação possa ser desenergizada de maneira rápida e eficiente quando de fato for necessário.
Novas regras no setor de energia solar pode deixar sistemas mais caros
Algumas adequações podem sim ter um custo a mais, isso é óbvio, visto que é um componente a mais que você está instalando, principalmente para os sistemas que precisam de dispositivos extra.
Essa é uma das vantagens dos microinversores AP Systems, por exemplo, já que os clientes não vão precisar investir nesse novo dispositivo, porque eles já foram projetados para atuar abaixo de 120 V e 20 A para que de fato já atendam essa norma.
Mas no geral, olhando pelo lado bom, essa norma traz mais segurança e confiabilidade para o setor. E esse pode ser um diferencial na hora de apresentar um projeto para o seu cliente, mostrando que ele está investindo em um sistema mais seguro e dentro das novas normas.
Além do desligamento rápido e da proteção contra arco elétrico, a norma também trouxe outras mudanças, como o afastamento mínimo entre módulos e regras mais rígidas para as conexões elétricas.