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Nova mega represa da China no Tibete pode reduzir em até 85% o fluxo de água à Índia, afetando mais de 100 milhões de pessoas

Publicado em 25/08/2025 às 11:47
Nova mega represa da China expõe risco estratégico para Índia, que teme escassez hídrica, inundações controladas e maior vulnerabilidade geopolítica.
Nova mega represa da China expõe risco estratégico para Índia, que teme escassez hídrica, inundações controladas e maior vulnerabilidade geopolítica.
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Nova mega represa da China provoca temor de guerra pela água na Índia. Projeto bilionário no Tibete acende alerta em Nova Déli sobre segurança hídrica e riscos geopolíticos na região.

A nova mega represa da China no Tibete preocupa a Índia e levanta receios de que o controle do fluxo do rio Yarlung Zangbo que cruza a fronteira e se torna o Brahmaputra em território indiano possa se transformar em instrumento de pressão estratégica. Segundo análise do governo indiano obtida pela Reuters e citada pelo Valor Econômico, Nova Déli teme que a obra reduza em até 85% o fluxo de água durante a estação seca, afetando mais de 100 milhões de pessoas a jusante.

Para se proteger, a Índia acelerou planos para construir sua própria represa, a Upper Siang, que poderá ser a maior do país. O movimento indica um cenário de corrida pela água que intensifica as tensões entre as duas maiores potências da Ásia.

O que está em jogo com a nova mega represa da China

Anunciada em dezembro, a usina chinesa promete ser a maior hidrelétrica do mundo, com custo estimado de US$ 170 bilhões. A Índia avalia que Pequim poderia desviar até 40 bilhões de m³ de água, pouco mais de um terço do volume anual recebido em pontos estratégicos da fronteira.

A redução do fluxo teria efeitos devastadores nos meses sem monções, quando a seca castiga vastas regiões indianas. Indústrias, agricultura e até cidades inteiras poderiam enfrentar escassez. Além disso, há o temor de que a China use a liberação de água de forma intencional para causar inundações a jusante, o que transformaria a infraestrutura em arma geopolítica.

A resposta da Índia: projeto Upper Siang

Diante do risco, a estatal NHPC iniciou movimentações para erguer a represa Upper Siang, projetada para armazenar 14 bilhões de m³. O plano inclui manter até 30% de sua capacidade vazia para conter eventuais picos inesperados de água, seja por acidentes ou por decisões deliberadas da China.

Porém, a iniciativa encontra forte resistência em Arunachal Pradesh, onde a construção pode submergir 16 vilarejos e deslocar diretamente 10 mil pessoas. Lideranças da comunidade Adi afirmam que mais de 100 mil habitantes seriam afetados no total. Moradores prometem lutar contra a obra, temendo perder terras agrícolas e meios de subsistência.

Impactos regionais e riscos de conflito

O embate não se restringe ao aspecto ambiental. A nova mega represa da China aumenta a vulnerabilidade estratégica da Índia, que já enfrenta disputas territoriais com Pequim na região e tensões históricas com o Paquistão. Especialistas alertam que represas em zonas de alta atividade sísmica, como Tibete e Arunachal, ampliam riscos de desastres naturais, como deslizamentos e inundações repentinas.

Diplomaticamente, a China defende que seus projetos passam por “rigorosos estudos de segurança” e que não trarão impactos adversos. A Índia, no entanto, já levou o tema a reuniões de alto nível, inclusive em agosto, quando o chanceler S. Jaishankar expressou oficialmente suas preocupações ao governo chinês.

O avanço da nova mega represa da China expõe uma disputa que vai além da gestão hídrica: trata-se de soberania, segurança alimentar e poder geopolítico na Ásia. Enquanto Pequim acelera seu projeto, a Índia corre contra o tempo para mitigar os impactos e evitar que a água se torne combustível para um novo conflito regional.

E você, acredita que a água pode se transformar no estopim de uma guerra entre China e Índia? Como os países deveriam agir para evitar essa crise? Deixe sua opinião nos comentários.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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