1. Início
  2. / Economia
  3. / Nova medida do governo dá vantagem para BYD, Honda, Toyota e outras na corrida dos veículos elétricos montados no Brasil; entenda como
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Nova medida do governo dá vantagem para BYD, Honda, Toyota e outras na corrida dos veículos elétricos montados no Brasil; entenda como

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 25/08/2025 às 14:05
Governo autoriza montadoras a importar elétricos e híbridos desmontados sem imposto por seis meses, mudando disputa no setor.
Governo autoriza montadoras a importar elétricos e híbridos desmontados sem imposto por seis meses, mudando disputa no setor.
  • Reação
  • Reação
4 pessoas reagiram a isso.
Reagir ao artigo

Governo libera importação temporária de kits desmontados para elétricos e híbridos, cria teto global de US$ 463 milhões e antecipa cronograma de taxação, mexendo na estratégia de grandes montadoras instaladas ou em expansão no país.

O governo federal autorizou 16 montadoras a importar veículos híbridos, híbridos plug-in e elétricos em regime CKD (completamente desmontado) e SKD (semidesmontado) com alíquota zero de Imposto de Importação por seis meses.

A liberação, publicada na terça-feira, 12 de agosto de 2025, está prevista na Portaria Secex nº 420/2025 e estabelece um teto global de US$ 463 milhões para o conjunto das empresas habilitadas.

O montante será repartido conforme critérios do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O que muda para as montadoras

Na janela entre este mês de agosto de 2025 e janeiro de 2026, as empresas autorizadas podem internalizar kits CKD e SKD sem pagar imposto de importação, desde que respeitem a cota total definida.

Na sequência, volta a valer o cronograma tarifário que prevê a alíquota de 35% para veículos desmontados a partir de janeiro de 2027, antecipando a data originalmente prevista para julho de 2028.

Marcas contempladas na medida

Foram habilitadas as seguintes marcas:

  • Audi
  • BMW
  • BYD
  • Caoa Chery
  • GAC
  • GWM
  • Honda
  • Hyundai
  • Jaguar Land Rover
  • Kia
  • Mercedes-Benz
  • Omoda-Jaecoo
  • Porsche
  • Renault
  • Toyota
  • Volvo

O grupo reúne tanto fabricantes com operação local quanto empresas que planejam iniciar produção no país.

Entre as que já têm fábrica em atividade no Brasil, ou projetos industriais em fase avançada, estão Audi, BMW, BYD, Caoa Chery, GWM, Honda, Hyundai, Renault e Toyota.

Esse conjunto tende a ter maior capacidade logística para aproveitar a janela de isenção.

Pedido da BYD e solução intermediária

A medida surge após a Camex rejeitar um pedido da BYD por uma redução de alíquotas para kits desmontados por três anos.

A empresa propôs diminuir as tarifas para 10% (SKD) e 5% (CKD), pleito que não foi acolhido.

Em vez de uma desoneração prolongada, o governo adotou um arranjo temporário: seis meses de cota com tarifa zero para todas as montadoras habilitadas.

Ao mesmo tempo, antecipou a volta da alíquota cheia de 35% para janeiro de 2027.

Como será a divisão da cota

O limite global de US$ 463 milhões não é individual por marca. O MDIC fará a alocação conforme critérios definidos na portaria, considerando habilitação e requisitos operacionais.

Esse arranjo, segundo o governo, busca dar transição às empresas que estão estruturando linhas de montagem no país, sem abrir mão do cronograma de recomposição tarifária.

Efeitos imediatos no setor automotivo

Montadoras que já operam no Brasil ou possuem obras adiantadas de novas fábricas tendem a ganhar fôlego no curto prazo.

Essas empresas podem nacionalizar mais rapidamente os kits e iniciar ou ampliar a montagem local de híbridos e elétricos.

Já para montadoras focadas em importação de veículos prontos, a adaptação a regimes CKD/SKD em poucos meses é mais complexa.

O processo exige linhas de montagem, fornecedores e logística específica.

O efeito é concentrar o uso da cota nas marcas com maior prontidão industrial.

Cronograma tarifário futuro

O governo reforçou que, passado o período de seis meses, a política volta ao padrão tarifário integral para veículos em CKD e SKD.

A tarifa de 35% passará a valer em janeiro de 2027, cerca de um ano e meio antes da expectativa anterior de julho de 2028.

A estratégia, segundo o governo, procura alinhar o incentivo temporário à nacionalização da produção de veículos eletrificados.

O que são CKD e SKD

No regime CKD, o veículo chega completamente desmontado e é montado no país, com processos locais de solda, pintura e integração de componentes.

Já o SKD prevê a chegada semidesmontada, com parte do conjunto já montada de fábrica.

A isenção temporária para esses formatos reduz o custo de entrada de modelos eletrificados enquanto as linhas locais se consolidam.

Mesmo assim, não altera o compromisso de retomada da alíquota de 35% no prazo definido.

Quem pode se beneficiar mais

Marcas como BYD, Honda e Toyota, com projetos de expansão industrial, reúnem condições de acelerar a oferta de híbridos e elétricos montados no Brasil durante a vigência do benefício.

O mesmo vale para Audi, BMW, Caoa Chery, GWM, Hyundai e Renault, que já dispõem de estrutura produtiva no país.

A lista completa inclui ainda GAC, Jaguar Land Rover, Kia, Mercedes-Benz, Omoda-Jaecoo, Porsche e Volvo.

Perspectivas para o mercado brasileiro

Enquanto vigorar a cota de US$ 463 milhões, o mercado deve observar aumento de lançamentos e versões montadas localmente, sobretudo em híbridos e híbridos plug-in.

A transição de SKD para CKD tende a ocorrer de forma mais acelerada nas novas plantas.

Em janeiro de 2027, com a alíquota de 35% restabelecida, o foco passa a ser a nacionalização de conteúdo e o ganho de escala para manter preços competitivos.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x