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Nova Lei autoriza motoristas da Uber e 99 cancelarem suas corridas ‘sem punição’

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 24/10/2025 às 15:28
Senado aprova projeto que permite motoristas de app recusarem corridas em áreas de risco com base em alertas oficiais.
Senado aprova projeto que permite motoristas de app recusarem corridas em áreas de risco com base em alertas oficiais.
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Proposta aprovada em comissão do Senado cria alertas de “áreas de risco” em aplicativos e permite que motoristas recusem corridas nesses casos. O texto segue para a Câmara dos Deputados, salvo recurso para votação em Plenário.

A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou, em decisão terminativa, o substitutivo ao PL 1.169/2025, que cria alertas para áreas de alto risco em aplicativos de navegação e autoriza motoristas de aplicativo a recusar corridas quando o destino estiver sinalizado como perigoso.

A proposta, relatada por Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e apresentada por Wilder Morais (PL-GO), segue para a Câmara dos Deputados caso não haja recurso para votação no Plenário.

O que muda para usuários e motoristas

O texto estabelece que as secretarias estaduais de Segurança Pública devem fornecer dados georreferenciados sobre criminalidade.

Essas informações poderão ser integradas a plataformas de mapas e transporte.

Quando o destino for identificado como “área de risco”, o aplicativo precisará exibir um alerta visível ao usuário.

Nesses casos, o motorista terá o direito de recusar a viagem sem punição prevista em lei, conforme o texto aprovado.

Alerta obrigatório e bloqueio opcional

O substitutivo altera o conteúdo da proposta original ao tornar opcional o bloqueio automático de rotas que cruzem regiões perigosas, mantendo apenas a obrigatoriedade do alerta.

O relatório aponta que a segurança pública é atribuição do Estado e, por isso, a responsabilidade direta por eventuais crimes não deve ser transferida às empresas de tecnologia.

Tramitação e prazos do PL

A votação do substitutivo ocorreu em 7 de outubro, com 8 votos favoráveis e 1 contrário na Comissão de Segurança Pública.

Em 21 de outubro, a comissão concluiu o turno suplementar e comunicou ao Plenário a adoção definitiva do texto.

O prazo para recurso ao Plenário vai de 23 a 29 de outubro. Se o número mínimo de assinaturas não for atingido, o projeto seguirá diretamente para análise da Câmara.

Funcionamento do alerta nos aplicativos

De acordo com o substitutivo, o alerta de risco é o mecanismo que respalda o direito de recusa da corrida pelo motorista.

A medida se aplica apenas a destinos identificados como perigosos com base em dados oficiais, sem abranger outras situações.

As plataformas poderão optar por integrar as informações fornecidas pelos governos estaduais e, caso o façam, deverão exibir os avisos antes do início da viagem ou no momento da solicitação.

O bloqueio de rotas permanecerá uma decisão de cada empresa.

Responsabilidade das plataformas e papel do Estado

A versão aprovada retirou o trecho que previa responsabilização civil automática das empresas em casos de crimes ocorridos durante trajetos sugeridos pelo aplicativo.

Segundo o relatório, caberá ao poder público produzir e atualizar listas e mapas de regiões sensíveis, definindo critérios técnicos para a classificação das áreas.

Dessa forma, o sistema de alertas se baseará em informações oficiais das secretarias de segurança.

Possíveis impactos e preocupações

Durante o debate na comissão, senadores mencionaram preocupações com efeitos sobre a oferta de transporte em comunidades e periferias.

Segundo Mourão, o projeto busca reduzir riscos aos motoristas e incentivar a cooperação técnica entre governos e empresas.

Representantes do setor ouvidos pela comissão afirmaram que a medida poderá estimular o compartilhamento de dados e contribuir para o planejamento de rotas mais seguras, desde que não gere exclusão de áreas urbanas.

Especialistas em mobilidade urbana ouvidos por veículos do Senado argumentaram que a adoção de alertas deve considerar critérios técnicos claros, para evitar generalizações ou estigmatização de territórios.

Eles também destacaram a importância de atualizações periódicas dos mapas de risco, de modo a manter a precisão das informações.

Como devem funcionar os alertas de risco

Segundo técnicos consultados pela Comissão de Segurança Pública, a configuração ideal de alertas combina delimitação precisa, transparência de critérios e atualização constante.

A proposta prevê que os mapas tenham resolução suficiente para abranger pequenas áreas, como trechos de ruas, e não bairros inteiros, o que poderia afetar a disponibilidade do serviço.

O modelo também deve garantir acesso público aos critérios de classificação usados pelas secretarias estaduais, como tipos de crime considerados, recorte temporal e níveis de risco.

Além disso, especialistas sugerem que os aplicativos informem a data de atualização das bases e ofereçam opções alternativas de embarque ou desembarque em pontos próximos e seguros.

Para motoristas, o sistema deve apresentar o motivo do alerta e as opções de decisão — aceitar, recusar ou propor ponto alternativo — de forma clara.

Para passageiros, especialistas recomendam que as mensagens mantenham linguagem neutra e informativa, sem termos que possam associar comunidades específicas à criminalidade.

A indicação “alerta de segurança emitido pela Secretaria de Segurança Pública” é citada como exemplo de formulação adequada.

Dados, privacidade e governança do sistema

A proposta limita o compartilhamento a dados estatísticos agregados, sem divulgação de ocorrências individuais.

Técnicos da comissão sugeriram que os sistemas contem com auditoria independente e registro de versões dos mapas utilizados, para garantir transparência e rastreabilidade.

Também foi destacada a importância de canais de feedback entre usuários, motoristas e poder público, permitindo a correção de inconsistências sem prejudicar o funcionamento dos serviços.

Próximos passos e implementação da proposta

Com a aprovação, o projeto abre caminho para uma cooperação entre poder público e empresas no uso de dados de segurança.

Segundo o relator, o texto aprovado busca equilibrar proteção e operacionalidade, permitindo que o setor adote a medida de forma gradual.

Caso a Câmara mantenha a redação, motoristas terão respaldo legal para recusar viagens a destinos com alerta de risco ativo, desde que o aplicativo exiba a notificação correspondente.

Especialistas consultados avaliam que a regulamentação exigirá critérios técnicos uniformes entre os estados para evitar discrepâncias.

Eles também apontam que a eficácia do sistema dependerá da atualização contínua dos dados e da cooperação entre secretarias, empresas e órgãos de controle.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas e também editor do portal CPG. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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