Local em que EUA criaram bombas atômicas começa a se tornar um problema e chega a níveis similares a Chernobyl
Estudo revela que a contaminação por plutônio em Los Alamos, lugar onde os EUA criaram as bombas atômicas, atinge níveis alarmantes, comparáveis a Chernobyl, e levanta preocupações sobre saúde pública e inação governamental. Um novo estudo da Northern Arizona University identificou níveis extremos de plutônio no solo, plantas e água perto de Los Alamos, Novo México. Essa contaminação, que chega a níveis similares aos de Chernobyl, está sendo ignorada pelo governo federal, mesmo com os alertas dos cientistas sobre os riscos para a saúde pública.
Um legado perigoso: bombas atômicas e plutônio
Los Alamos, famoso por ser o coração do Projeto Manhattan, que desenvolveu as bombas atômicas usadas na Segunda Guerra Mundial, agora enfrenta uma crise ambiental de grandes proporções. Conforme o portal IGN, amostras coletadas em julho na área de Acid Canyon revelaram concentrações assustadoras de plutônio, o que levou o químico Michael Ketterer, principal pesquisador do estudo, a afirmar: “Os isótopos radioativos estão escondidos à vista de todos.”
Ketterer, que há mais de 20 anos estuda contaminações por plutônio, destacou que a situação em Los Alamos é a mais grave que já presenciou fora de locais controlados, superando até mesmo áreas como Rocky Flats, no Colorado, outro local de produção de plutônio. A maior preocupação é que essa contaminação, iniciada durante a década de 1940 e agravada até os anos 1960, ainda esteja impactando gravemente o meio ambiente e a saúde humana.
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Comparações alarmantes com Chernobyl
O estudo de Ketterer sugere que os níveis de plutônio encontrados em Los Alamos podem estar no mesmo patamar dos de Chernobyl, o local do pior desastre nuclear da história, ocorrido na Ucrânia em 1986. A principal diferença é que, enquanto Chernobyl foi reconhecido como zona de exclusão e continua sendo monitorado de perto, a área de Los Alamos, incrivelmente, é usada como trilha recreativa.
Ketterer ressaltou que, embora não seja toxicologista, teme que o contato com o plutônio possa ser perigoso para as pessoas e animais que frequentam o local. “Não acho que as pessoas estejam bebendo a água, mas os animais podem estar. É crucial que a população seja informada sobre os riscos“, disse o pesquisador.
Inação governamental
Mesmo com as evidências crescentes, o governo dos EUA tem se mostrado hesitante em agir. O Departamento de Energia emitiu um comunicado minimizando os riscos, afirmando que os níveis de plutônio estão “dentro da faixa de exposição segura”. Porém, Ketterer e outros defensores da saúde pública discordam veementemente.
Apesar de esforços anteriores do governo para mitigar a contaminação, que custaram cerca de US$ 2 bilhões nas décadas de 70 e 80, a realidade atual mostra que o problema não foi completamente resolvido. A área, agora popular entre ciclistas e caminhantes, continua exposta a resíduos radioativos.
Aumentando a produção de plutônio
Outro ponto de grande preocupação é que, enquanto os cientistas tentam chamar atenção para os riscos em Los Alamos, o Departamento de Defesa dos EUA anunciou planos para aumentar a produção de poços de plutônio, elemento essencial para a fabricação de novas armas nucleares. O Senado também aprovou um projeto de lei que amplia os benefícios para pessoas expostas a resíduos radioativos, mas a região de Los Alamos foi deixada de fora dessa proteção, gerando indignação entre os moradores.
O que esperar daqui para frente no lugar onde os EUA criaram as bombas atômicas?
O estudo de Ketterer reacendeu o debate sobre os perigos da contaminação nuclear em solo americano. Com níveis de plutônio comparáveis aos de Chernobyl, os cientistas e defensores da saúde pública estão pressionando para que o governo tome medidas mais rigorosas para proteger a população. No entanto, até o momento, não há sinais de que isso vá acontecer em breve.
Essa situação levanta uma questão crucial: quanto tempo mais Los Alamos, o berço das bombas atômicas, vai permanecer um problema ignorado? Se as comparações com Chernobyl continuarem a se confirmar, pode ser apenas uma questão de tempo até que a área se torne o novo símbolo de negligência ambiental e de saúde pública nos Estados Unidos.
O que você acha dessa situação alarmante em Los Alamos? Comente aqui e compartilhe sua opinião sobre os níveis de plutônio chegando a níveis semelhantes aos de Chernobyl. Você acredita que o governo dos EUA deveria agir com mais urgência para proteger a população e o meio ambiente?