Noruega investe US$ 3 bi no TFFF, fundo florestal criado pelo Brasil para preservar florestas tropicais e fortalecer sua presença na COP30.
A Noruega confirmou nesta quinta-feira (06/11/2025) o aporte de US$ 3 bilhões ao Tropical Forest Forever Facility (TFFF), fundo global criado pelo governo brasileiro para financiar a preservação das florestas tropicais.
O anúncio foi feito em Belém (PA), durante a Cúpula de Líderes, evento preparatório para a COP30, que ocorrerá na mesma cidade em 2026.
O valor será pago ao longo de dez anos e representa uma das maiores contribuições já anunciadas por um país ao fundo.
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Segundo o Ministério da Fazenda, o TFFF soma agora US$ 5 bilhões garantidos, somando os aportes de Brasil (US$ 1 bilhão), Indonésia (US$ 1 bilhão) e o novo investimento norueguês.
Fundo TFFF se consolida como aposta central do governo Lula
Idealizado pelo Ministério do Meio Ambiente e estruturado pela Fazenda, o TFFF é considerado o principal instrumento do Brasil para demonstrar liderança ambiental na COP30.
A iniciativa tem como objetivo recompensar financeiramente países que mantêm suas florestas tropicais preservadas, gerando benefícios econômicos a partir da conservação ambiental.
A proposta prevê que governos soberanos aportem até US$ 25 bilhões, que funcionariam como capital de risco para atrair US$ 100 bilhões adicionais de fundos privados e investidores institucionais.
No total, o fundo pode alcançar US$ 125 bilhões em investimentos financeiros, com rendimento anual estimado em US$ 4 bilhões.
Esses recursos seriam distribuídos aos países que comprovarem avanços consistentes na proteção das florestas.
Apoio da Noruega reforça liderança ambiental do Brasil
O investimento da Noruega no TFFF reforça uma parceria histórica entre os dois países na pauta climática e florestal.
O país europeu já é o principal financiador do Fundo Amazônia, criado em 2008 para apoiar projetos de combate ao desmatamento.
Agora, com o aporte bilionário ao novo fundo, Oslo reafirma seu papel de protagonista global na diplomacia ambiental.
Para o governo Lula, o apoio norueguês tem peso simbólico e político. A confirmação do investimento em Belém, sede da COP30, funciona como um sinal de confiança na política ambiental brasileira e fortalece o discurso do país como líder no combate às mudanças climáticas.
Expectativas para a COP30 e meta ambiciosa de US$ 25 bilhões
O governo brasileiro trabalha com a meta de arrecadar US$ 25 bilhões em compromissos soberanos para o TFFF, embora o Ministério da Fazenda considere US$ 10 bilhões um resultado satisfatório durante os eventos preparatórios para a COP30.
A adesão ao fundo é vista como um termômetro de sucesso diplomático para o governo. Quanto maior o número de países e instituições engajadas, maior será a capacidade do Brasil de influenciar a agenda climática internacional e de consolidar o país como referência em sustentabilidade.
Críticas e resistência ao modelo proposto
Apesar da repercussão positiva do anúncio, o TFFF enfrenta críticas de setores da sociedade civil. Um grupo de mais de cem organizações lançou em Belém um manifesto intitulado “Não ao TFFF, sim ao direito das florestas”.
As entidades questionam o modelo de remuneração baseado em performance financeira e temem que ele reduza o protagonismo das comunidades locais na gestão das áreas preservadas.
Mesmo assim, o governo brasileiro mantém o discurso de que o TFFF representa uma nova era de valorização das florestas e uma alternativa concreta para transformar a conservação ambiental em fonte de renda e desenvolvimento sustentável.
Brasil, Noruega e o futuro da cooperação ambiental
Com o aporte norueguês, o Brasil reforça sua posição como centro das negociações globais sobre clima e biodiversidade.
A expectativa é que o TFFF sirva de modelo para novos mecanismos de financiamento climático, especialmente voltados a países tropicais com alta cobertura vegetal.
Assim, a aproximação entre Noruega e Brasil antes da COP30 sinaliza não apenas um compromisso financeiro, mas também político.
Ambos os países buscam mostrar que a preservação das florestas pode ser, ao mesmo tempo, um negócio sustentável e uma estratégia global de sobrevivência climática.



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