Nevasca intensa no Monte Everest deixa cerca de mil pessoas presas no Tibete. Equipes de resgate enfrentam neve densa e estradas bloqueadas.
Uma forte nevasca no Monte Everest deixou cerca de mil pessoas presas em acampamentos na encosta leste da montanha, no Tibete, segundo informações divulgadas pela mídia estatal chinesa neste domingo (05/10/25).
A tempestade de neve, que começou na noite de sexta-feira (03/10) e se intensificou no sábado (04/10), bloqueou as principais estradas de acesso e interrompeu as atividades turísticas na região.
Equipes de resgate e centenas de moradores locais foram mobilizados para liberar as vias cobertas pela neve e garantir o resgate dos turistas e trabalhadores afetados.
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As autoridades informaram que alguns visitantes já foram retirados com segurança, mas o esforço continua complicado devido às condições extremas de altitude — acima dos 4.900 metros.
Operação de resgate enfrenta desafios em meio à neve e ventos fortes
De acordo com o portal chinês Jimu News, as equipes de resgate estão trabalhando sem descanso para remover a espessa camada de neve que cobre a encosta do Everest.
Os ventos gelados e a visibilidade reduzida dificultam a operação, tornando o acesso aos acampamentos um grande desafio.
A Empresa de Turismo do Condado de Tingri, responsável pela administração da área, comunicou por meio do WeChat que a venda de ingressos e a entrada de turistas para apreciar a vista do Everest foram suspensas desde o final do sábado (04/10).
A decisão foi tomada por motivos de segurança, uma vez que as condições meteorológicas seguem imprevisíveis.
Enquanto isso, as autoridades locais monitoram a situação para evitar novos incidentes. O alerta é de que o acúmulo de neve possa continuar bloqueando estradas secundárias, o que pode dificultar ainda mais a chegada de mantimentos e equipes de apoio.
Turistas e moradores lutam contra o frio extremo
Os relatos de quem está na montanha descrevem uma situação de apreensão e incerteza. Com as temperaturas despencando rapidamente, turistas e guias locais enfrentam o frio intenso e a falta de recursos básicos.
“Alguns turistas na montanha já foram resgatados”, informou o portal Jimu News, destacando que as operações continuam e que o número exato de pessoas ainda presas pode variar conforme as equipes conseguem contato com os acampamentos isolados.
O governo local pediu calma e reforçou que está empregando todos os esforços possíveis para garantir a segurança dos presos na nevasca, incluindo o envio de alimentos e cobertores térmicos.
Nepal também sofre com desastres provocados pelo clima extremo
Do outro lado da fronteira, no Nepal, o cenário é igualmente crítico. As fortes chuvas que atingem o país desde sexta-feira provocaram deslizamentos de terra e inundações repentinas, destruindo pontes e bloqueando estradas.
Segundo a polícia nepalesa, pelo menos 47 pessoas morreram nos últimos dias. No distrito de Ilam, na fronteira com a Índia, 35 pessoas perderam a vida em deslizamentos separados, enquanto nove estão desaparecidas após serem arrastadas pelas águas.
Além disso, três mortes foram registradas devido a raios em outras regiões do país.
Clima extremo ameaça segurança no Himalaia
As tempestades que atingem o Monte Everest e o Tibete refletem um fenômeno climático que tem se tornado cada vez mais frequente na região do Himalaia.
As variações bruscas de temperatura e a intensidade das precipitações colocam em risco tanto os moradores locais quanto os aventureiros que visitam a montanha mais alta do mundo.
Enquanto as equipes seguem trabalhando para resgatar os presos na nevasca, o governo chinês avalia novas medidas de segurança para o turismo no Everest.
Especialistas afirmam que o episódio serve de alerta sobre os impactos das mudanças climáticas nas áreas montanhosas da Ásia, onde os eventos extremos vêm se intensificando ano após ano.