O incidente, ocorrido em julho de 2025, elevou as tensões na região e gerou uma forte reação da Alemanha e da União Europeia, enquanto a China nega as acusações.
Um incidente considerado muito grave no Mar Vermelho colocou a China e a Alemanha em uma rota de colisão diplomática. Um navio da marinha chinesa foi acusado de disparar um feixe de laser contra um avião militar de vigilância alemão, colocando em risco a vida da tripulação e forçando a aeronave a abortar sua missão.
De acordo com informações do canal Mundo Militar, o episódio gerou uma reação imediata da Alemanha e da União Europeia, que classificaram o ato como inaceitável e uma violação das normas de segurança internacional. A China, por sua vez, nega as alegações, mas o caso se soma a um histórico de incidentes similares envolvendo as forças chinesas.
O que aconteceu? O incidente de 2 de julho de 2025
No dia 2 de julho de 2025, um avião de vigilância alemão, modelo Beechcraft King Air 350, operava na região do Mar Vermelho e do Golfo de Aden. A aeronave fazia parte da operação ASPIDES, da União Europeia, que visa proteger embarcações comerciais dos ataques do grupo terrorista Houthi.
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Durante a missão de patrulhamento, a tripulação militar alemã relatou ter sido alvo de um feixe de laser disparado de um navio da marinha chinesa que navegava na área. Como medida de precaução, o avião foi forçado a abortar a missão e retornar à sua base no Djibuti.
A reação diplomática: Alemanha e União Europeia convocam embaixador chinês
A resposta da Alemanha foi imediata. O Ministério das Relações Exteriores alemão considerou o incidente um “ato inaceitável” e convocou o embaixador chinês em Berlim para prestar esclarecimentos. A União Europeia seguiu o mesmo caminho, também convocando o representante chinês e tratando o caso como uma violação dos princípios de segurança e liberdade de navegação.
A China, por sua vez, negou as acusações. O Ministério das Relações Exteriores chinês afirmou que o episódio estava “totalmente em desacordo com os fatos”, basicamente acusando a Alemanha de mentir.
Por que apontar um laser para um avião é tão perigoso?
Apontar um laser para uma aeronave é uma ação extremamente perigosa e considerada um crime em muitos países. Lasers de alta potência, como os de uso militar, podem causar danos permanentes aos olhos dos pilotos, levando à cegueira temporária ou permanente.
Além do risco para a tripulação, o laser pode danificar os sistemas sensoriais da aeronave, como câmeras de observação e instrumentos de navegação, comprometendo a segurança do voo. A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar condena fortemente essa prática.
Um padrão de comportamento? Outros incidentes envolvendo a China
Este não é o primeiro incidente do tipo envolvendo um navio da marinha chinesa ou suas forças.
- Em 2018, a China foi acusada de usar lasers para atacar aviões dos Estados Unidos na mesma região, causando lesões leves em dois pilotos.
- Em 2022, um navio de guerra chinês direcionou um laser contra um avião de patrulha da Força Aérea Real Australiana sobre o Mar do Sul da China.
A presença chinesa na região: a base no Djibuti e a projeção de poder
A presença militar da China no Mar Vermelho tem aumentado desde 2017, quando o país inaugurou sua primeira base militar no exterior, localizada no Djibuti. A base foi estabelecida para apoiar operações antipirataria e proteger as rotas comerciais chinesas.
Para analistas, incidentes como o do laser refletem a crescente agressividade da China e sua disposição para se afirmar como uma potência marítima global, disposta a usar qualquer meio para se fazer notar, mesmo que isso gere tensões e aumente o risco de um erro de cálculo com consequências catastróficas.