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NASA sabe que foguetes nucleares podem levar humanos a Marte em metade do tempo, mas o uso de Urânio utilizado na Segunda Guerra ainda causa polêmica

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 07/10/2024 às 21:01
Propulsão nuclear pode levar humanos a Marte em metade do tempo, mas o uso do urânio ainda é tabu. Tecnologia está sendo desenvolvida.
Propulsão nuclear pode levar humanos a Marte em metade do tempo, mas o uso do urânio ainda é tabu. Tecnologia está sendo desenvolvida.

Tecnologia nuclear promete cortar pela metade o tempo de viagem a Marte, mas o uso do urânio, ligado à Segunda Guerra, gera polêmica.

Quando se trata de explorar Marte, as limitações tecnológicas tornam a viagem extremamente longa.

A NASA e outras agências espaciais vêm investindo em alternativas para acelerar essa jornada, e uma delas promete cortar o tempo de viagem pela metade.

No entanto, o uso de urânio, um elemento que evoca memórias da Segunda Guerra Mundial, ainda causa receios. Será que a tecnologia nuclear pode revolucionar as viagens espaciais ou os tabus sobre seu uso serão um obstáculo?

A tecnologia nuclear como atalho para Marte

Conforme explica Dan Kotlyar, professor do Instituto de Tecnologia da Georgia, o tempo de viagem a Marte hoje é determinado pelo uso de combustíveis químicos convencionais.

Esses sistemas, baseados na queima de hidrogênio e oxidantes, fornecem a energia necessária para superar a gravidade da Terra, mas são menos eficientes para viagens de longa distância no espaço profundo.

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A propulsão nuclear térmica, em contrapartida, apresenta uma alternativa inovadora: utilizando fissão nuclear para gerar impulso.

Kotlyar afirma que o uso de um isótopo específico, o urânio-235, torna a propulsão nuclear muito mais eficaz.

“Os foguetes nucleares possuem quase o dobro da eficiência dos foguetes convencionais, o que significa que a viagem poderia ser realizada em metade do tempo”, destaca o professor.

Essa economia de tempo não apenas aceleraria a viagem, mas também reduziria os riscos de exposição à radiação cósmica para os astronautas, um dos principais desafios das missões de longa duração.

O dilema do uso do urânio e os desafios da implementação

Apesar dos benefícios, o uso do urânio-235 levanta questões delicadas, devido à sua associação com armas nucleares.

A tecnologia nuclear tem um histórico complexo, e seu uso em contextos não militares ainda é visto com certa cautela.

Embora os sistemas de propulsão nuclear não estejam relacionados com armamentos, a ideia de utilizá-los em missões espaciais não é totalmente aceita pela comunidade científica.

Kotlyar enfatiza que a segurança é uma prioridade na pesquisa de propulsão nuclear espacial.

“Embora a tecnologia seja baseada na fissão nuclear, ela não representa um risco de explosão nuclear como em armamentos,” afirma.

O foco, segundo ele, está no aproveitamento de uma energia já consolidada para fins de exploração pacífica e científica.

Benefícios da propulsão nuclear: eficiência e carga útil ampliada

Um dos principais atrativos dos foguetes nucleares é sua eficiência de combustível.

Kotlyar explica que, com a propulsão térmica nuclear, os foguetes poderiam levar mais carga útil, essencial para missões prolongadas.

Isso inclui desde equipamentos científicos até alimentos e outros suprimentos necessários para sustentar a vida humana em Marte.

Além disso, o sistema oferece um impulso específico duas vezes maior do que a propulsão química, o que implica em maior velocidade e menor tempo de exposição ao espaço hostil.

Esse tempo reduzido é fundamental para proteger os astronautas contra a radiação cósmica, um problema que a tecnologia atual não consegue resolver completamente.

Desafios técnicos: o longo caminho até a implementação

Mesmo com tantas vantagens, a propulsão nuclear para viagens espaciais enfrenta desafios técnicos consideráveis.

Antes que qualquer motor nuclear possa ser testado em voo, é necessário um rigoroso processo de modelagem e simulações para garantir que ele funcione em condições extremas.

“As mudanças de temperatura e pressão são fatores críticos que precisam ser analisados com precisão”, aponta Kotlyar.

Essas simulações exigem recursos computacionais avançados, com ferramentas de software específicas, desenvolvidas exclusivamente para o ambiente espacial.

“A tecnologia de simulação que utilizamos para reatores convencionais não é suficiente. Precisamos de novas ferramentas, adaptadas às exigências da propulsão nuclear espacial”, explica.

Futuro da exploração espacial: Marte está mais próximo?

Com os avanços no desenvolvimento de motores nucleares, a exploração de Marte pode se tornar uma realidade mais próxima do que imaginamos.

Ainda assim, a questão do uso do urânio e o custo elevado das pesquisas são obstáculos a serem superados.

Segundo Kotlyar, os pesquisadores esperam criar modelos que possam operar de forma autônoma, garantindo maior segurança e eficiência nas missões.

O sonho de encurtar a distância até Marte é um projeto ambicioso, e a tecnologia nuclear parece ser a chave para tornar esse sonho possível.

Se a humanidade conseguir superar os tabus e os desafios técnicos, Marte poderá estar ao alcance da nossa geração.

Mas a pergunta permanece: estamos prontos para abrir mão de tabus e investir na energia nuclear para acelerar a exploração espacial?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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