1. Início
  2. / Ciência e Tecnologia
  3. / NASA sabe que foguetes nucleares podem levar humanos a Marte em metade do tempo, mas o uso de Urânio utilizado na Segunda Guerra ainda causa polêmica
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

NASA sabe que foguetes nucleares podem levar humanos a Marte em metade do tempo, mas o uso de Urânio utilizado na Segunda Guerra ainda causa polêmica

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 07/10/2024 às 21:01
Propulsão nuclear pode levar humanos a Marte em metade do tempo, mas o uso do urânio ainda é tabu. Tecnologia está sendo desenvolvida.
Propulsão nuclear pode levar humanos a Marte em metade do tempo, mas o uso do urânio ainda é tabu. Tecnologia está sendo desenvolvida.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Tecnologia nuclear promete cortar pela metade o tempo de viagem a Marte, mas o uso do urânio, ligado à Segunda Guerra, gera polêmica.

Quando se trata de explorar Marte, as limitações tecnológicas tornam a viagem extremamente longa.

A NASA e outras agências espaciais vêm investindo em alternativas para acelerar essa jornada, e uma delas promete cortar o tempo de viagem pela metade.

No entanto, o uso de urânio, um elemento que evoca memórias da Segunda Guerra Mundial, ainda causa receios. Será que a tecnologia nuclear pode revolucionar as viagens espaciais ou os tabus sobre seu uso serão um obstáculo?

Pai e filho sorrindo ao fundo de arte promocional da Shopee para o Dia dos Pais, com produtos e caixas flutuantes em cenário laranja vibrante.
Celebre o Dia dos Pais com ofertas incríveis na Shopee!
Ícone de link VEJA AS OFERTAS!

A tecnologia nuclear como atalho para Marte

Conforme explica Dan Kotlyar, professor do Instituto de Tecnologia da Georgia, o tempo de viagem a Marte hoje é determinado pelo uso de combustíveis químicos convencionais.

Esses sistemas, baseados na queima de hidrogênio e oxidantes, fornecem a energia necessária para superar a gravidade da Terra, mas são menos eficientes para viagens de longa distância no espaço profundo.

A propulsão nuclear térmica, em contrapartida, apresenta uma alternativa inovadora: utilizando fissão nuclear para gerar impulso.

Kotlyar afirma que o uso de um isótopo específico, o urânio-235, torna a propulsão nuclear muito mais eficaz.

“Os foguetes nucleares possuem quase o dobro da eficiência dos foguetes convencionais, o que significa que a viagem poderia ser realizada em metade do tempo”, destaca o professor.

Essa economia de tempo não apenas aceleraria a viagem, mas também reduziria os riscos de exposição à radiação cósmica para os astronautas, um dos principais desafios das missões de longa duração.

O dilema do uso do urânio e os desafios da implementação

Apesar dos benefícios, o uso do urânio-235 levanta questões delicadas, devido à sua associação com armas nucleares.

A tecnologia nuclear tem um histórico complexo, e seu uso em contextos não militares ainda é visto com certa cautela.

Embora os sistemas de propulsão nuclear não estejam relacionados com armamentos, a ideia de utilizá-los em missões espaciais não é totalmente aceita pela comunidade científica.

Kotlyar enfatiza que a segurança é uma prioridade na pesquisa de propulsão nuclear espacial.

“Embora a tecnologia seja baseada na fissão nuclear, ela não representa um risco de explosão nuclear como em armamentos,” afirma.

O foco, segundo ele, está no aproveitamento de uma energia já consolidada para fins de exploração pacífica e científica.

Benefícios da propulsão nuclear: eficiência e carga útil ampliada

Um dos principais atrativos dos foguetes nucleares é sua eficiência de combustível.

Kotlyar explica que, com a propulsão térmica nuclear, os foguetes poderiam levar mais carga útil, essencial para missões prolongadas.

Isso inclui desde equipamentos científicos até alimentos e outros suprimentos necessários para sustentar a vida humana em Marte.

Além disso, o sistema oferece um impulso específico duas vezes maior do que a propulsão química, o que implica em maior velocidade e menor tempo de exposição ao espaço hostil.

Esse tempo reduzido é fundamental para proteger os astronautas contra a radiação cósmica, um problema que a tecnologia atual não consegue resolver completamente.

Desafios técnicos: o longo caminho até a implementação

Mesmo com tantas vantagens, a propulsão nuclear para viagens espaciais enfrenta desafios técnicos consideráveis.

Antes que qualquer motor nuclear possa ser testado em voo, é necessário um rigoroso processo de modelagem e simulações para garantir que ele funcione em condições extremas.

“As mudanças de temperatura e pressão são fatores críticos que precisam ser analisados com precisão”, aponta Kotlyar.

Essas simulações exigem recursos computacionais avançados, com ferramentas de software específicas, desenvolvidas exclusivamente para o ambiente espacial.

“A tecnologia de simulação que utilizamos para reatores convencionais não é suficiente. Precisamos de novas ferramentas, adaptadas às exigências da propulsão nuclear espacial”, explica.

Futuro da exploração espacial: Marte está mais próximo?

Com os avanços no desenvolvimento de motores nucleares, a exploração de Marte pode se tornar uma realidade mais próxima do que imaginamos.

Ainda assim, a questão do uso do urânio e o custo elevado das pesquisas são obstáculos a serem superados.

Segundo Kotlyar, os pesquisadores esperam criar modelos que possam operar de forma autônoma, garantindo maior segurança e eficiência nas missões.

O sonho de encurtar a distância até Marte é um projeto ambicioso, e a tecnologia nuclear parece ser a chave para tornar esse sonho possível.

Se a humanidade conseguir superar os tabus e os desafios técnicos, Marte poderá estar ao alcance da nossa geração.

Mas a pergunta permanece: estamos prontos para abrir mão de tabus e investir na energia nuclear para acelerar a exploração espacial?

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x