Projeto prevê geração de energia contínua para missões tripuladas e pode redefinir disputa geopolítica no espaço
A Nasa divulgou uma diretriz oficial para antecipar a instalação de um reator nuclear na superfície da Lua até o final de 2029. A iniciativa, liderada pelo administrador interino Sean Duffy, visa garantir a liderança dos Estados Unidos na exploração espacial diante da aproximação estratégica entre China e Rússia, que também planejam uma base lunar com energia própria.
O plano inclui a construção de um sistema de geração de pelo menos 100 quilowatts de energia suficiente para alimentar cerca de 80 casas e busca soluções comerciais para acelerar o projeto. A medida representa uma virada de ritmo e escopo na corrida espacial, com implicações técnicas, energéticas e militares para o futuro da presença humana fora da Terra.
Por que um reator nuclear na Lua é prioridade?
O maior desafio para manter equipamentos e astronautas na superfície lunar está no ciclo extremo de luz e escuridão. Um único dia lunar equivale a cerca de quatro semanas terrestres, sendo duas com sol constante e duas em escuridão total.
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Nesse cenário, painéis solares e baterias se tornam insuficientes especialmente na região do polo sul lunar, onde o sol mal passa do horizonte e certas áreas nunca recebem luz direta.
Diante dessa limitação, a Nasa decidiu priorizar a geração nuclear, uma fonte de energia constante e robusta que pode suportar operações críticas mesmo nas condições mais adversas. A proposta inclui:
- Nomeação de um líder de projeto em 30 dias;
- Abertura de edital para empresas interessadas em 60 dias;
- Entrega do reator até o final de 2029, pronto para lançamento.
Qual é o risco geopolítico envolvido?
Segundo Sean Duffy, há uma disputa real pelo domínio lunar. O temor da agência é que, caso China e Rússia consigam instalar primeiro seus sistemas energéticos, possam declarar zonas de exclusão e limitar a atuação dos EUA na superfície da Lua.
A aliança sino-russa já declarou intenção de estabelecer uma base lunar conjunta até 2035, com foco na região polar.
Se tiverem acesso antecipado à geração de energia estável, poderão controlar áreas de interesse estratégico, como crateras que abrigam gelo, recurso vital para missões prolongadas.
O que muda com a nova diretriz da Nasa?
Até recentemente, os estudos sobre energia lunar estavam focados em protótipos de 40 quilowatts, com menos de seis toneladas. Agora, a Nasa quer mais potência, mais rápido.
A meta mínima é de 100 kW, com cronograma apertado e foco em tecnologias aplicáveis ao programa Artemis, que deve levar os próximos astronautas à Lua.
A diretriz também reflete uma mudança de prioridades no governo americano. Há uma tendência clara de redirecionar recursos para projetos tripulados e competitivos, reduzindo investimentos em sondas robóticas, pesquisas climáticas e aviação.
A estratégia é reforçar a presença humana permanente na Lua e, futuramente, em Marte.
E os próximos passos?
O primeiro pouso tripulado do programa Artemis está previsto para 2027, embora especialistas apontem atraso provável. Parte do sistema essencial como o módulo lunar Starship, da SpaceX ainda não foi testado em operações reais.
Mesmo sem todos os detalhes técnicos definidos, a decisão da Nasa envia um recado claro: a corrida pela presença sustentável na Lua está em andamento, e os EUA não pretendem perder a dianteira.
Você acha que o uso de energia nuclear na Lua é inevitável? A disputa entre EUA, China e Rússia pelo espaço lunar pode mudar o rumo da exploração espacial? Deixe sua opinião nos comentários queremos saber o que você pensa sobre esse avanço.