Em cerimônia no Rio, Lula defende soberania sobre o petróleo brasileiro, anuncia investimentos da Petrobras e reforça que o combustível pode financiar a transição energética e o combate à pobreza.
Na última sexta-feira, 4, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu com veemência o uso das reservas de petróleo do Brasil como fonte de financiamento para a transição energética e o combate à desigualdade social. A declaração foi feita durante cerimônia na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, evento que também anunciou mais de R$ 33 bilhões em investimentos da Petrobras no estado.
Lula foi direto ao afirmar que o Brasil não abrirá mão da exploração do seu petróleo em nome de interesses externos.
Para ele, a riqueza gerada pelo combustível fóssil deve ser revertida em benefício do povo brasileiro, desde que respeitados os princípios de responsabilidade ambiental.
-
O maior petroleiro em operação no planeta carrega 3,2 milhões de barris de petróleo – tanto quanto um país inteiro produz; conheça o colossal Hellespont Alhambra de 380 metros
-
Energisa aponta gás natural como solução energética para data centers no Brasil
-
IBP celebra isenção dos EUA para petróleo e gás brasileiro e destaca importância no comércio bilateral
-
Mega gasoduto de Uberaba de 300 KM impulsionará industrialização no Triângulo Mineiro até 2030
“Eu não vou abrir mão do petróleo brasileiro para os outros explorarem”, declarou o presidente.
Petróleo como motor da transição energética e da inclusão social
Durante o discurso, Lula enfatizou que o petróleo, embora poluente, pode ser a chave para financiar a transição energética de maneira soberana e justa.
Segundo ele, é possível abandonar gradualmente os combustíveis fósseis, mas com planejamento e uso estratégico dos recursos gerados por eles.
“Sou favorável a acabar [com o combustível fóssil], quando a gente fizer do combustível fóssil o financiamento da chamada transição energética que temos que fazer”, explicou.
Além disso, o presidente reforçou que o foco do governo é garantir que as riquezas naturais do Brasil gerem progresso para quem mais precisa, combatendo a pobreza e ampliando as oportunidades econômicas.
Petrobras: protagonista da reindustrialização e da energia limpa
A fala de Lula foi acompanhada do anúncio de novos investimentos da Petrobras, que somam mais de R$ 33 bilhões apenas no estado do Rio de Janeiro.
Os recursos serão destinados à expansão da Reduc, ao Complexo de Energias Boaventura em Itaboraí, e a outras frentes estratégicas da companhia.
Segundo o governo, esses projetos devem gerar mais de 100 mil empregos diretos e indiretos, impulsionando a reindustrialização nacional e posicionando a Petrobras como peça-chave da transição energética no país.
Além de ampliar a produção de diesel S-10 e querosene de aviação, o plano da estatal também prevê a fabricação de combustíveis renováveis, como o HVO (óleo vegetal hidrotratado) e o SAF (combustível sustentável de aviação), com tecnologias de menor impacto ambiental.
Lula critica pressões externas e defende autonomia brasileira
Lula não poupou críticas às pressões internacionais que pedem o fim imediato da exploração de petróleo em países em desenvolvimento.
Para ele, essas exigências desconsideram as desigualdades históricas e os desafios sociais enfrentados pelo Brasil.
“Não queremos prejudicar nada, mas não queremos abrir mão da riqueza do nosso país, para favorecer o nosso povo”, afirmou.
O presidente ressaltou que a transição energética precisa respeitar o contexto de cada país, e que o Brasil pode liderar esse processo sem abrir mão da sua soberania.
“Quero que a gente faça da forma mais saudável possível, da forma mais responsável possível”, completou.
Investimentos ampliam atuação da Petrobras até 2029
Além dos anúncios no Rio de Janeiro, a Petrobras projeta investimentos totais de US$ 111 bilhões até 2029, com foco em expansão das refinarias, atuação em fertilizantes, logística, petroquímica e fontes renováveis.
Essa estratégia posiciona a empresa como protagonista no desafio global de conciliar segurança energética, responsabilidade ambiental e crescimento econômico. Lula destacou o papel da estatal nesse equilíbrio:
“Tenho orgulho de a Petrobras ser uma empresa que leva muito a sério a questão climática”, declarou.