A cidade de Rio Grande, no Sul do Brasil, disputa a instalação de uma fábrica bilionária da GWM, montadora chinesa de veículos, que avalia áreas estratégicas no país e analisa a infraestrutura local para definir o destino de seu próximo investimento.
A Great Wall Motor (GWM) avalia instalar sua segunda fábrica no Brasil e colocou o município de Rio Grande, no Sul do Rio Grande do Sul, entre as opções.
Representantes da empresa fizeram visita técnica à cidade, analisaram uma área de 230 hectares no Distrito Industrial e solicitaram informações adicionais à prefeitura.
Enquanto a administração municipal aguarda o retorno da montadora, lideranças locais apontam que a duplicação do lote 4 da BR-392 segue como um entrave logístico para atrair investimentos desse porte.
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Visita técnica e área sob análise
Em entrevista recente, a prefeita Darlene Pereira (PT) relatou que a comitiva da GWM pediu dados sobre infraestrutura, perfil de mão de obra e disponibilidade de terrenos industriais.
O material, segundo ela, já foi entregue.
A área examinada fica no Distrito Industrial de Rio Grande, zona próxima ao porto e com oferta de serviços essenciais para grandes plantas.
A prefeitura mantém expectativa de um retorno formal da montadora após a etapa de avaliação comparativa entre cidades.
Ainda durante a entrevista, a prefeita citou que outras companhias têm sondado o município.
Segundo Darlene, BYD e Tramontina figuram entre as empresas que demonstraram interesse preliminar.
A gestão municipal afirma que o conjunto de fatores — disponibilidade de área, qualificação de trabalhadores e proximidade do terminal marítimo — sustenta a candidatura da cidade.
Porto do Rio Grande como diferencial logístico
O Porto do Rio Grande é apontado por autoridades e empresários como principal trunfo local na disputa por uma planta automobilística.
A conexão marítima encurta o caminho para importação de componentes e exportação de veículos, reduzindo custos logísticos e tempo de trânsito.
Além do acesso por hidrovias e rodovias, o complexo portuário movimenta cargas de grande porte e opera com calado compatível para navios de longo curso, o que amplia a competitividade para cadeias industriais integradas.
O contexto nacional da GWM: fábrica paulista já inaugurada
Enquanto analisa a segunda unidade, a GWM inaugurou em 15 de agosto de 2025 a fábrica de Iracemápolis (SP), instalada na antiga planta da Mercedes-Benz.
A operação começa com o SUV híbrido Haval H6, a picape Poer P30 e o SUV Haval H9.
A empresa declarou um plano de investimentos de R$ 10 bilhões no Brasil até 2032, com foco em pesquisa, desenvolvimento e nacionalização progressiva de componentes.
A capacidade anunciada segue o modelo de ramp-up industrial: inicial de 30 mil veículos por ano, com meta de 50 mil/ano no curto a médio prazo, conforme a evolução de fornecedores e linhas de montagem.
A abertura da primeira fábrica no país reforça o interesse da GWM em expandir a presença local e dá contexto à análise de uma segunda planta com perfil complementar de produtos.
Empregos e cadeia produtiva: o que está em jogo
No plano local, estimativas citadas por lideranças regionais apontam potencial de geração de até 8 mil postos de trabalho, somando empregos diretos, indiretos e induzidos ao longo da cadeia automotiva e de serviços.
Essa projeção considera desde a montagem final até insumos, logística, manutenção e alimentação, além de efeitos sobre comércio e construção civil.
Autoridades municipais acrescentam que o Distrito Industrial dispõe de energia, água, acessos e retroárea portuária, elementos que costumam acelerar cronogramas de implantação.
A prefeitura sustenta que a vocação portuária facilita a chegada de insumos e a saída de produtos acabados.
“Rio Grande é uma cidade aberta a investimentos”, tem reiterado a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, enfatizando que novas operações podem fortalecer a arrecadação e a base de fornecedores locais.
Gargalos na BR-392 e obras prioritárias
A disputa, porém, não se decide apenas por incentivos e terrenos.
A duplicação do lote 4 da BR-392, trecho que dá acesso ao porto, voltou ao centro do debate.
O segmento é apontado como “gargalo” pela frequência de congestionamentos e risco de acidentes.
Para o vice-presidente de Infraestrutura da Federasul, Antônio Carlos Bacchieri, a recuperação da competitividade regional passa por obras estruturantes.
“Quando se pensa em desenvolver Rio Grande e a Zona Sul, precisamos ter infraestrutura. Então o lote 4, assim como a ponte entre Rio Grande e São José do Norte e a segunda ponte no canal São Gonçalo, são obras prioritárias e elas devem entrar no radar de qualquer governo que queira desenvolver nossa região”, afirma.
O projeto executivo para a duplicação do lote 4 foi incluído no Novo PAC pelo governo federal.
A etapa de detalhamento técnico é vista como requisito para contratação e início das obras.
Lideranças locais defendem que a execução seja acelerada, sob o argumento de que a melhoria do acesso rodoviário ao porto é decisiva para destravar novos investimentos privados.
Concorrência entre estados e próximos passos
Além de Rio Grande, outros estados vêm sendo avaliados para receber a segunda planta.
Santa Catarina e Paraná aparecem em discussões preliminares por fatores como disponibilidade de áreas, redes de fornecedores e políticas estaduais de apoio.
A GWM, por sua vez, sinalizou que a decisão sobre a segunda fábrica será tomada apenas a partir de meados de 2026, após a consolidação da operação em Iracemápolis e a análise comparativa de custos, logística e mercado.
Até lá, o município gaúcho aposta em seu pacote de vantagens: um distrito industrial com terreno amplo, porto de águas profundas, mão de obra com experiência em operações industriais e um ecossistema crescente de logística e serviços.
O governo local também destaca projetos confirmados no primeiro semestre na cidade, em setores como alimentos e agroindústria, como evidência de que o ambiente para negócios está ativo.
O que pode virar critério de desempate
Em disputas desse tipo, empresas costumam comparar prazos de licenciamento, infraestrutura já disponível, incentivos estaduais e municipais, e previsibilidade regulatória.
No caso de Rio Grande, interlocutores do setor privado avaliam que a solução do lote 4 da BR-392 pode pesar no cronograma e nas simulações de custo logístico.
A proximidade com o porto é um diferencial, mas depende de um acesso rodoviário fluido para funcionar plenamente.
Também entram na conta a oferta de fornecedores locais, a possibilidade de treinamento técnico em parceria com instituições de ensino e a existência de moradia e serviços para absorver mão de obra em larga escala.
A prefeitura afirma ter mapeado esses ativos e ter respondido à GWM com dados sobre capacidade de atendimento, além de manter canais abertos para novas diligências técnicas.
Pode instalar em São josé dos campos
Se fosse governada pelo pl já tinha desaparecido do mapa, Bolsonaro nem motociata ia fazer lá, quanto mais duplicar a Br…
a cidade é ótima mas é uma pena ser governada por esse lixo de PT….
Qual lixo seria melhor?CV,PCC,C bolaonaro,PT?