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Moeda do Brasil é a mais usada em ilha no Amazonas disputada por Peru e Colômbia

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 13/08/2025 às 18:17
Peru, Colômbia, Brasil
Foto: Reprodução
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No coração do rio Amazonas, uma pequena ilha tornou-se motivo de tensão diplomática entre Peru e Colômbia. Enquanto governos discutem sua soberania, o cotidiano dos moradores segue marcado por um comércio ativo com o Brasil e pelo uso predominante do Real como moeda.

Na última terça-feira (5/8), o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou nas redes sociais que “o governo do Peru ocupou um território que pertence à Colômbia”. A frase surpreendeu autoridades peruanas.

O que está em disputa

A polêmica envolve a soberania sobre a ilha de Santa Rosa, uma formação no meio do rio Amazonas, habitada por cerca de 3.000 pessoas.

O Peru considera a área parte de seu território. Assim como Santa Rosa, outras ilhas surgiram nas últimas décadas na fronteira colombo-peruana, definida há cem anos com base no canal mais profundo do rio.

Posição de especialistas

Quando Colômbia e Peru firmaram seus limites, essas formações não existiam. Em junho, o Congresso peruano aprovou a criação do “novo distrito de Santa Rosa de Loreto” na ilha.

Isso motivou o repúdio de Petro, que também anunciou a transferência da comemoração da Batalha de Boyacá para Leticia, cidade colombiana próxima da área.

Histórico de fronteira

Em 1922, Colômbia e Peru assinaram um tratado que dividiu o Amazonas pelo canal de navegação mais profundo, não pela metade do rio.

O historiador Felipe Arias Escobar lembra que o acordo gerou rejeição nos dois países e resultou na guerra colombo-peruana de 1932. O conflito terminou com a ratificação do tratado.

Atualmente, os países compartilham 116 quilômetros do Amazonas. Na época do tratado, existiam apenas duas ilhas: Ronda e Chinería.

A fronteira amazônica muda com o tempo. Sedimentos vindos dos Andes formaram novas ilhas, cujo controle ainda não foi definido.

Realidade local em Santa Rosa

A ilha está próxima à chamada “tríplice fronteira” entre Peru, Colômbia e Brasil.

O comércio local é fortemente influenciado pelos países vizinhos.

No dia a dia, os moradores usam principalmente o real brasileiro como moeda. Produtos básicos, como arroz, açúcar e óleo, chegam em sua maioria do Brasil.

O transporte encarece os preços. Um quilo de arroz custa cerca de 5 soles e o óleo chega a 9 soles. Um real equivale, em média, a 0,65 sol.

Além disso, itens como bebidas e água mineral vêm da cidade colombiana de Leticia, localizada ao lado da ilha.

Isso mantém um fluxo comercial constante entre as comunidades fronteiriças.

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Desafio para os governos

A ausência de revisões periódicas da fronteira criou um cenário de incerteza. A formação de novas ilhas exige negociações atualizadas entre Lima e Bogotá.

Enquanto não houver consenso, a disputa por Santa Rosa e outras áreas tende a permanecer, misturando questões territoriais, históricas e econômicas.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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