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Mistério de 1,5 mil anos desvendado: origem da 1ª pandemia do mundo que devastou antigo Império foi revelada por cientistas

Publicado em 30/08/2025 às 08:37
Origem da primeira pandemia do mundo é revelada
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Pesquisa em restos humanos de Jerash confirma que a Yersinia pestis devastou o Império Bizantino entre 541 e 750 d.C., marcando a primeira pandemia histórica

Um grupo de cientistas revelou a causa da primeira pandemia do mundo, conhecida como Peste de Justiniano, que ocorreu entre 541 e 750 d.C. A pesquisa identificou a bactéria Yersinia pestis como responsável pela tragédia que devastou o Império Bizantino.

A descoberta só foi possível graças à análise de restos humanos encontrados na antiga cidade de Jerash, na Jordânia.

Os pesquisadores estudaram oito dentes retirados de câmaras funerárias localizadas sob o hipódromo romano da cidade.

O espaço havia sido transformado em vala comum entre os séculos VI e VII, período em que textos históricos relatam uma onda de mortes súbitas.

Prova biológica inédita

Até agora, a ciência só contava com relatos escritos que descreviam uma doença mortal, mas sem evidência concreta de sua causa.

A pesquisa, publicada recentemente, oferece a primeira prova genética direta da presença da Y. pestis no epicentro da pandemia.

Durante séculos, confiamos em relatos escritos que descreviam uma doença devastadora, mas não tínhamos nenhuma evidência biológica concreta da presença da peste. Nossas descobertas fornecem a peça que faltava nesse quebra-cabeça”, explicou Rays Jiang, professora associada da Faculdade de Saúde Pública da Universidade do Sul da Flórida e principal autora do estudo.

A análise genômica mostrou que as vítimas de Jerash eram portadoras de cepas quase idênticas da bactéria.

Portanto, o resultado confirma que o surto foi rápido e devastador, em linha com os registros históricos que relatam mortes em massa.

Impacto no Império Bizantino

A Peste de Justiniano foi registrada pela primeira vez em Pelúsio, no Egito, antes de se espalhar por todo o Império Romano do Oriente.

Apesar de vestígios da bactéria já terem sido encontrados em locais distantes, nenhuma evidência havia sido localizada dentro do próprio império ou tão perto do centro da pandemia.

O sítio de Jerash, uma cidade próspera e comercial do Império Bizantino, ajuda a entender como as sociedades antigas lidaram com emergências sanitárias.

O fato de um local construído para entretenimento e orgulho cívico ter se tornado um cemitério coletivo mostra como os centros urbanos estavam sobrecarregados”, acrescentou Jiang.

Uma história de longa duração

Além disso, um estudo complementar liderado pela mesma equipe analisou centenas de genomas antigos e modernos de Y. pestis.

A pesquisa demonstrou que a bactéria já circulava entre populações humanas muito antes do surto registrado em Justiniano.

Outra revelação importante é que as pandemias de peste posteriores, como a Peste Negra do século XIV e até casos modernos, não descendem de uma única cepa.

Elas surgiram repetidamente a partir de reservatórios animais, em diferentes épocas e lugares.

Diferenças com a Covid-19

Esse padrão contrasta fortemente com a pandemia de Covid-19. O novo coronavírus teve origem em um único evento de contágio e evoluiu principalmente pela transmissão entre humanos. Já a peste, segundo os pesquisadores, ressurgiu em várias ondas independentes.

Temos lutado contra a peste há alguns milhares de anos e pessoas ainda morrem por causa dela hoje. Assim como a Covid, ela continua a evoluir, e as medidas de contenção evidentemente não conseguem eliminá-la. Temos que ter cuidado, mas a ameaça nunca desaparecerá”, concluiu Jiang.

Portanto, a descoberta em Jerash não apenas confirma a origem da primeira pandemia registrada, como também reforça a ideia de que a Yersinia pestis permanece uma ameaça persistente ao longo da história.

Com informações de Info Money.

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Romário Pereira de Carvalho

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