Em audiência na Comissão de Agricultura, ministro disse que a desoneração da carne decidida pelo Congresso reduzirá preços “para qualquer classe social” e pediu aprovação da MP 1.303 para sustentar o orçamento de 2026.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que “até o rico vai pagar mais barato a carne” por causa da desoneração aprovada na reforma tributária do consumo, durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, em 24 de setembro de 2025. A fala reforçou que a redução incidirá para todas as faixas de renda a partir da implementação do novo sistema.
Na mesma sessão, Haddad defendeu a MP 1.303/2025, que eleva a tributação de aplicações financeiras hoje isentas, alegando que a medida é necessária para fechar o orçamento de 2026 sem cortes em emendas e políticas do agro.
A carne foi incluída na cesta básica com alíquota zero durante a regulamentação da reforma aprovada pelo Congresso em 2024. O Senado listou carnes entre os itens isentos, consolidando a decisão que prevaleceu sobre propostas alternativas.
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Antes da definição final, o governo discutiu tributar carnes com alíquota intermediária (40%) e compensar famílias de baixa renda via cashback. O presidente Lula defendia diferenciar “a carne que o povo consome” das “carnes chiques” ao tratar da isenção.
Reforma tributária e carne: o que de fato muda
A CBS e o IBS entram em fase piloto em 2026 e avançam para vigência plena conforme cronograma legal, com a CBS substituindo PIS/Cofins a partir de 2027. A alíquota zero da cesta básica nacional passa a valer dentro desse calendário.
Com a inclusão das carnes na cesta, técnicos estimaram impacto de 0,4 a 0,53 ponto na alíquota-padrão do novo IVA, efeito que foi ponderado no desenho final. Preço ao consumidor dependerá também de custos logísticos, concorrência e oferta, mas a isenção retira carga do produto no varejo.
Haddad argumentou que a decisão do Congresso alcança todas as classes. A fala ocorreu em ambiente de forte debate com o setor ruralista e serve de base para a narrativa de que a reforma simplifica e reduz distorções ao mesmo tempo em que protege alimentos essenciais.
Especialistas do governo lembram que 2026 é ano de transição, com alíquotas-teste sem aumento real de carga e compensação em outros tributos. A migração completa do modelo vai até 2033.
MP 1.303: por que o governo quer elevar impostos
A MP 1.303/2025 altera a tributação de aplicações financeiras e criptoativos. No Congresso, o relator negociou cobrança de até 7,5% sobre LCI e LCA, mantendo isentos CRI, CRA, FII e Fiagro como contrapartida. O texto é tratado como peça-chave do ajuste de 2026.
Estimativas oficiais indicam R$ 20,9 bilhões de ganho de arrecadação em 2026, valor próximo a R$ 21 bilhões citados por membros do governo. A Fazenda sustenta que a medida corrige distorções e evita cortes em emendas, Plano Safra e investimentos.
Documentos do Congresso Nacional registram a tramitação da MP e seu escopo. O prazo final de vigência, após prorrogação, está marcado para 8 de outubro de 2025, o que pressiona a votação em Plenário. Sem aprovação, dispositivos perdem validade.
O Ministério argumenta que parte do benefício de títulos isentos “fica no meio do caminho” nas instituições financeiras, sem chegar integralmente ao produtor rural ou à construção civil, e que há instrumentos mais eficientes para canalizar crédito.
Agro, crédito e preços: onde estão as tensões
Entidades ligadas ao agronegócio afirmam que a MP encarece o crédito e pode reduzir a oferta de recursos para o setor ao onerar LCA e outros instrumentos. Parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária pedem alternativas focadas em corte de gastos.
O governo rebate dizendo que, sem a MP, seria preciso cortar emendas e reduzir o Plano Safra de 2026, o que também “machucaria” o agro. A equipe econômica aposta que ajustes calibrados preservam o financiamento e garantem previsibilidade fiscal.
No curto prazo, preços da carne seguem condicionados por oferta interna, câmbio e exportações. A desoneração definida na reforma tende a aliviar o varejo quando estiver vigente no novo sistema, mas não elimina oscilações cíclicas do mercado.
A discussão no Congresso concentra-se em quem paga a conta do ajuste. Para a Fazenda, investidores de produtos isentos devem contribuir mais. Para o setor, a conta encarece o crédito e pode afetar investimento produtivo.
Próximos passos no Congresso
A Comissão de Agricultura convocou Haddad para esclarecer medidas sobre dívidas no RS e a MP que mexe nas letras de crédito. O tema agora depende de acordo de líderes para ir a Plenário.
Como a MP 1.303 expira em 8 de outubro, a janela de negociação é curta. Paralelamente, a implementação da reforma segue o cronograma: piloto em 2026, CBS plena em 2027 e transição do IBS até 2033.
Se a MP cair, o governo terá de recalibrar o orçamento de 2026. Se for aprovada, a arrecadação extra ajudará a sustentar políticas e investimentos sem reabrir o debate sobre metas fiscais.
Para você, a isenção da carne é política pública eficaz ou cria distorções e eleva a alíquota geral? E a tributação de LCI e LCA corrige privilégios ou encarece o crédito do agro? Deixe seu comentário e explique quem deve pagar a conta do ajuste de 2026.
na verdade ,e na verdade muito impostos ,isto sim que vem acontecendo ,e pior uma inflação muito grande ,deveriam sim diminuir impostos