A proximidade do feriado nacional chinês elevou a demanda por aço e impulsionou os preços do minério de ferro, aumentando a preocupação de investidores sobre reflexos na economia mundial.
O minério de ferro dispara na China e volta a chamar a atenção do mercado internacional. O movimento ocorre às vésperas do feriado nacional chinês, quando a demanda por aço de alto-forno cresce para atender o setor de construção civil. O contrato mais negociado em Dalian avançou para 808,5 iuanes por tonelada, o equivalente a US$ 113,65.
A situação traz inquietação aos investidores, que veem o risco de uma nova rodada de pressão global.
Para especialistas ouvidos pelo InfoMoney, a força desse mercado pode se transformar em um efeito dominó, com impacto direto sobre custos de produção, margens industriais e até projeções de inflação em diferentes países.
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Produção de aço acelera antes do feriado
A demanda por aço de alto-forno vem crescendo de forma consistente. Na semana encerrada em 18 de setembro, a utilização das usinas chinesas subiu para 90,4%, segundo dados da consultoria Mysteel.
Esse aumento coincide com a necessidade de repor estoques de materiais de construção, movimento típico que antecede o Dia Nacional da China.
Além disso, a produção de metais quentes, indicador-chave para medir a procura por minério, também subiu 0,2% na comparação semanal, alcançando 2,41 milhões de toneladas por dia.
O InfoMoney destaca que esse ritmo reforça a expectativa de maior consumo, sustentando preços elevados no curto prazo.
Estoques em queda nos portos
Outro fator que pressiona os preços é a queda dos estoques de minério de ferro nos portos chineses.
No dia 19 de setembro, o volume armazenado estava em 132 milhões de toneladas, 0,42% menor em relação à semana anterior, segundo dados da Steelhome.
Essa redução reflete tanto a maior saída de cargas para atender a indústria quanto a estratégia de operadores em antecipar compras antes do feriado.
Menor oferta disponível combinada com demanda crescente é a fórmula clássica para alta de preços, como lembra a corretora Hexun Futures, citada pelo InfoMoney.
Impactos globais e sinais de desaceleração
Embora os preços subam na China, a produção global de aço mostrou retração. Em julho, foram registradas 150,1 milhões de toneladas, queda de 1,3% em relação ao ano anterior.
A própria produção chinesa recuou 4% no mesmo período, para 79,7 milhões de toneladas, segundo a World Steel Association.
Esse contraste entre estoques apertados e produção mais fraca levanta dúvidas entre investidores: o atual movimento seria apenas sazonal, ou um gatilho para instabilidade mais prolongada?
O InfoMoney ressalta que as decisões de política monetária da China, como a manutenção das taxas de empréstimo de referência, também influenciam a dinâmica do setor.
Carvão, concorrência e custos industriais
Além do minério, o carvão importado também entrou no radar. A China aumentou as compras externas em agosto, atingindo o maior patamar em oito meses.
Apesar disso, os volumes foram 7% menores do que no mesmo período do ano passado, por conta da fraca demanda e maior oferta doméstica.
Essa combinação mostra como os custos industriais na Ásia podem oscilar rapidamente, afetando empresas globais de mineração, siderurgia e construção.
Se o minério de ferro dispara na China, fornecedores de outros países acabam acompanhando a tendência, gerando impactos em toda a cadeia.
A disparada do minério de ferro na China reacende a preocupação com uma nova onda de pressão sobre preços globais, especialmente em setores dependentes do aço.
O cenário reforça a importância da China como peça-chave na economia mundial e no equilíbrio das commodities.
Você concorda que esse movimento pode trazer impactos além da Ásia? Acha que o Brasil, como grande exportador de minério, tende a se beneficiar ou a sofrer com essa pressão?
Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir quem acompanha esse mercado de perto.