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Mineradoras canadenses já controlam cerca de 50% da produção de ouro no Brasil, lideradas pela Kinross e sua mina de Paracatu

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 09/08/2025 às 19:17
Preço da onça de ouro supera US$ 3.500 em 2024 e impulsiona lucros de mineradoras como Kinross e Equinox
Preço da onça de ouro supera US$ 3.500 em 2024 e impulsiona lucros de mineradoras como Kinross e Equinox
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Ainda uma potência na produção de ouro no Brasil, país atrai mineradoras canadenses. Mesmo com participação menor no cenário global, Brasil mantém relevância e recebe forte presença de empresas do Canadá no setor

No século XVI, o Brasil chegou a responder por metade da produção mundial de ouro. Hoje, essa fatia é de cerca de 2%, mas o país segue como referência no setor. Em 2023, foi o 13º maior produtor do mundo, com 70 toneladas extraídas, segundo dados do setor.

Apesar da queda relativa na participação global, a produção de ouro no Brasil continua estratégica — e cada vez mais dominada por mineradoras estrangeiras, especialmente do Canadá, que atualmente é responsável por cerca de 50% do ouro extraído no país.

O domínio canadense na mineração de ouro no Brasil

Entre as mineradoras canadenses em operação no Brasil, a Kinross Gold Corporation lidera com folga. Em 2023, a empresa extraiu 17 toneladas, o equivalente a quase um quarto de toda a produção nacional, concentrada principalmente na mina de Paracatu (MG) — a maior do país.

Além da Kinross, atuam no território brasileiro empresas como Equinox Gold, Aura Minerals, Jaguar Mining, Dundee Precious Metals e Pan American Silver (que, apesar do nome, obtém 80% da receita com ouro). Essa presença maciça não é por acaso: o Canadá é um dos maiores polos mundiais de financiamento para mineração, com a Bolsa de Toronto (TSX) reunindo 40% das mineradoras de capital aberto do planeta.

Por que o Brasil atrai tanto as mineradoras canadenses

Até 1995, a legislação brasileira proibia a mineração por empresas de capital estrangeiro. Com a abertura do setor, as mineradoras canadenses aproveitaram um vazio de investimentos na extração de ouro, já que as empresas nacionais estavam mais focadas em minério de ferro e outros metais.

O momento também favoreceu essa expansão: enquanto no Brasil a produção de ouro carecia de capital, no Canadá já existia um ecossistema maduro de financiamento para mineração — herança de sua própria história como potência mineradora desde o século XIX. Hoje, mais de 1.300 mineradoras canadenses possuem operações fora de seu território, com a América Latina como destino preferencial.

O papel da Vale e a competição pelo metal

A Vale, maior mineradora do Brasil, ocupa a segunda posição no ranking nacional da produção de ouro, com 19% do total. A liderança fica com a Kinross, seguida por AngloGold Ashanti (16%) e Equinox Gold (11%).

No caso da Vale, o ouro é um subproduto da extração de cobre nas minas de Salobo e Sossego, no Pará. Em 2023, apenas o ouro residual dessas operações somou 13 toneladas, o equivalente a mais de US$ 1 bilhão no preço médio do ano. Parte dessa produção já está comprometida em contratos de fornecimento a preços fixos, como o acordo firmado em 2013 com a canadense Wheaton Precious Metals, que garante a esta 75% da produção de ouro da mina de Salobo.

O impacto dos preços recordes no setor

O preço do ouro atingiu níveis históricos, com a onça-troy (31,1 g) ultrapassando US$ 3.500 em 2024 — muito acima do ponto de equilíbrio de US$ 1.000 citado por especialistas. Essa alta impulsionou as receitas das mineradoras: a Kinross registrou crescimento de 38% em um ano, enquanto a Equinox teve aumento de 75%.

Com essa valorização, as operações no Brasil tornaram-se ainda mais lucrativas para as empresas canadenses, consolidando a presença delas no mercado e reforçando a importância do país como produtor relevante.

Você acredita que a produção de ouro no Brasil deveria ter maior participação de empresas nacionais ou o capital estrangeiro é essencial para manter o setor competitivo? Deixe sua opinião nos comentários.

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José Hosanes Ferreira Costa Filho
José Hosanes Ferreira Costa Filho
09/08/2025 22:05

Minha Insignificância , me impede de opinar
sobre assunto muito acima da minha Ossada

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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