Ainda uma potência na produção de ouro no Brasil, país atrai mineradoras canadenses. Mesmo com participação menor no cenário global, Brasil mantém relevância e recebe forte presença de empresas do Canadá no setor
No século XVI, o Brasil chegou a responder por metade da produção mundial de ouro. Hoje, essa fatia é de cerca de 2%, mas o país segue como referência no setor. Em 2023, foi o 13º maior produtor do mundo, com 70 toneladas extraídas, segundo dados do setor.
Apesar da queda relativa na participação global, a produção de ouro no Brasil continua estratégica — e cada vez mais dominada por mineradoras estrangeiras, especialmente do Canadá, que atualmente é responsável por cerca de 50% do ouro extraído no país.
O domínio canadense na mineração de ouro no Brasil
Entre as mineradoras canadenses em operação no Brasil, a Kinross Gold Corporation lidera com folga. Em 2023, a empresa extraiu 17 toneladas, o equivalente a quase um quarto de toda a produção nacional, concentrada principalmente na mina de Paracatu (MG) — a maior do país.
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Além da Kinross, atuam no território brasileiro empresas como Equinox Gold, Aura Minerals, Jaguar Mining, Dundee Precious Metals e Pan American Silver (que, apesar do nome, obtém 80% da receita com ouro). Essa presença maciça não é por acaso: o Canadá é um dos maiores polos mundiais de financiamento para mineração, com a Bolsa de Toronto (TSX) reunindo 40% das mineradoras de capital aberto do planeta.
Por que o Brasil atrai tanto as mineradoras canadenses
Até 1995, a legislação brasileira proibia a mineração por empresas de capital estrangeiro. Com a abertura do setor, as mineradoras canadenses aproveitaram um vazio de investimentos na extração de ouro, já que as empresas nacionais estavam mais focadas em minério de ferro e outros metais.
O momento também favoreceu essa expansão: enquanto no Brasil a produção de ouro carecia de capital, no Canadá já existia um ecossistema maduro de financiamento para mineração — herança de sua própria história como potência mineradora desde o século XIX. Hoje, mais de 1.300 mineradoras canadenses possuem operações fora de seu território, com a América Latina como destino preferencial.
O papel da Vale e a competição pelo metal
A Vale, maior mineradora do Brasil, ocupa a segunda posição no ranking nacional da produção de ouro, com 19% do total. A liderança fica com a Kinross, seguida por AngloGold Ashanti (16%) e Equinox Gold (11%).
No caso da Vale, o ouro é um subproduto da extração de cobre nas minas de Salobo e Sossego, no Pará. Em 2023, apenas o ouro residual dessas operações somou 13 toneladas, o equivalente a mais de US$ 1 bilhão no preço médio do ano. Parte dessa produção já está comprometida em contratos de fornecimento a preços fixos, como o acordo firmado em 2013 com a canadense Wheaton Precious Metals, que garante a esta 75% da produção de ouro da mina de Salobo.
O impacto dos preços recordes no setor
O preço do ouro atingiu níveis históricos, com a onça-troy (31,1 g) ultrapassando US$ 3.500 em 2024 — muito acima do ponto de equilíbrio de US$ 1.000 citado por especialistas. Essa alta impulsionou as receitas das mineradoras: a Kinross registrou crescimento de 38% em um ano, enquanto a Equinox teve aumento de 75%.
Com essa valorização, as operações no Brasil tornaram-se ainda mais lucrativas para as empresas canadenses, consolidando a presença delas no mercado e reforçando a importância do país como produtor relevante.
Você acredita que a produção de ouro no Brasil deveria ter maior participação de empresas nacionais ou o capital estrangeiro é essencial para manter o setor competitivo? Deixe sua opinião nos comentários.
E muito fácil levar vantagens e depois deixar a sujeira para povo limpar…quando se trata de extração de ouro , degradação é muito grande . O solo não se recupera como muitos dizem que sim.
Ao menos 50% da producao por empresa nacionais
O Brasil sendo Brasil dá tudo de mãos beijadas pro estrangeiro é só recebem migalhas é ainda nossos governantes batem palmas