A decisão da Michelin de fechar sua fábrica em Guarulhos e demitir 350 funcionários acendeu um debate sobre a competitividade da indústria nacional e as estratégias das grandes corporações.
A tradicional fabricante de pneus Michelin anunciou o fechamento de sua fábrica em Guarulhos, São Paulo. A empresa atribuiu a decisão à forte concorrência com produtos importados da Ásia, que chegam ao Brasil com um custo menor. O encerramento das atividades será gradual e deve ser concluído até o final de 2025, com o desligamento de 350 funcionários.
De acordo com matéria publicada pelo portal AutoPapo em 30 de junho de 2025, a decisão da gigante francesa gerou um intenso debate. Enquanto a empresa aponta para uma “concorrência desleal”, analistas de mercado e consumidores questionam se a medida não seria uma estratégia para proteger as altas margens de lucro, em vez de se adaptar a um mercado mais competitivo.
O anúncio do fechamento: o fim da linha para a fábrica de Guarulhos
O comunicado da Michelin confirmou o encerramento das atividades na fábrica de Guarulhos, que era focada na produção de pneus para motocicletas, bicicletas e câmaras de ar.
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A empresa afirmou que a decisão foi tomada após estudar outras alternativas e que não tem relação com o desempenho da equipe local. A Michelin também garantiu que irá cumprir todos os seus compromissos com clientes durante o período de transição e que está negociando com o sindicato sobre o encerramento dos contratos dos 350 funcionários.
A justificativa da Michelin: a concorrência com pneus asiáticos
A razão oficial apresentada pela empresa para o fechamento da fábrica da Michelin é a dificuldade de competir com os produtos importados da Ásia. Segundo a companhia, esses pneus chegam ao mercado brasileiro com um custo menor, o que tornou a produção nacional inviável.
O setor de pneus para motocicletas e bicicletas foi o que sofreu os maiores impactos dessa concorrência, segundo a fabricante.
A outra visão: uma estratégia para proteger a margem de lucro?
Apesar da justificativa da empresa, analistas de mercado apontam para uma outra interpretação. O argumento da “concorrência desleal” é frequentemente utilizado por empresas que estão há décadas no mercado e não querem reduzir suas margens de lucro para competir com novos entrantes.
Um exemplo citado é o que aconteceu no setor automotivo. A chegada de carros elétricos de marcas chinesas, com mais tecnologia e preços mais baixos, forçou as montadoras tradicionais a reduzirem drasticamente seus preços para não perderem mercado.
O debate: por que não lutar pela redução de impostos?
A situação da fábrica da Michelin levanta uma questão importante: por que as grandes indústrias instaladas no Brasil não se unem para pressionar o governo por uma redução da alta carga tributária, que encarece a produção nacional?
Muitas vezes, a estratégia adotada é a de pedir o aumento de impostos sobre os produtos importados, o que protege as margens de lucro das empresas já estabelecidas, mas resulta em menos opções e preços mais altos para o consumidor final.
O impacto para o consumidor: menos opções e o dilema da qualidade
O fechamento da fábrica da Michelin gera uma preocupação direta para os consumidores, especialmente os de motocicletas. Pneus como o Michelin City Grip 2 são considerados por muitos como os melhores do mercado em termos de segurança e durabilidade.
Com a saída ou a redução da oferta de produtos premium, os consumidores podem ficar com menos opções, tendo que recorrer a marcas mais baratas, como Kenda ou Technic, cuja qualidade e confiabilidade ainda geram debate. No final, a decisão de uma gigante como a Michelin pode resultar em um mercado com menos concorrência e menos produtos de alta performance disponíveis para o consumidor brasileiro.
O que você acha dessa situação? A culpa é da “concorrência desleal” ou as empresas que estão aqui há mais tempo deveriam se adaptar e reduzir suas margens? Deixe sua opinião nos comentários.
triste pois a melhor michelin é a melhor de todas