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Metrô, VLT ou BRT? Descubra quanto custa cada km e por que um sai até 10× mais barato

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 18/07/2025 às 18:13
Saiba quanto custa cada quilômetro de metrô, VLT e BRT no Brasil e descubra por que um modal pode ser até 10 vezes mais barato.
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Descubra como o custo de implantação de metrô, VLT e BRT pode variar drasticamente nas cidades brasileiras, influenciando prazos, capacidade e o futuro da mobilidade urbana. Entenda o impacto dessas escolhas no planejamento do transporte público.

Diferenças no custo de metrô, VLT e BRT superam dez vezes no Brasil, influenciando o orçamento de grandes cidades. Obras subterrâneas, tecnologia embarcada e tempo de execução estão entre os fatores que tornam o valor por quilômetro tão distinto entre os sistemas de transporte.

Entre todos os modais, o metrô demanda o maior investimento por quilômetro construído.

A Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, em construção desde 2020, alcançou custo total superior a R$ 19 bilhões até junho de 2025.

Com extensão de 15,3 km, o valor por quilômetro chega a aproximadamente R$ 1,25 bilhão, representando o maior investimento por metro linear já registrado no país.

A principal justificativa para esse custo elevado está nas características técnicas e operacionais da obra.

O projeto exige escavações profundas – até 60 metros abaixo da superfície em alguns trechos – e construção de estações de múltiplos pavimentos, equipadas com sistemas avançados de ventilação, combate a incêndio e sinalização automática do tipo CBTC.

O material rodante, composto por trens fechados de seis carros, opera com intervalos de pouco mais de dois minutos.

O plano operacional da Linha 6-Laranja prevê uma capacidade de até 51 mil passageiros por hora em cada sentido, podendo atingir volumes ainda maiores em situações extraordinárias.

O prazo total estimado para execução do trecho completo supera oito anos, com conclusão prevista entre 2026 e 2027.

A vida útil do sistema ultrapassa quatro décadas antes da necessidade de grandes reformas estruturais.

Saiba quanto custa cada quilômetro de metrô, VLT e BRT no Brasil e descubra por que um modal pode ser até 10 vezes mais barato.
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VLT de Salvador: custo, prazo e eficiência equilibrados

O VLT de Salvador apresenta uma alternativa intermediária, com valores e prazos ajustados à realidade de corredores urbanos de média demanda.

O projeto prevê 36,4 km de vias e 34 estações, com orçamento público de aproximadamente R$ 5 bilhões, resultando em custo de R$ 137 milhões por quilômetro.

A construção foi iniciada em 2021, com previsão de entrega da primeira etapa para 2026 e conclusão final em 2027, totalizando cerca de seis anos de execução.

Diferentemente do metrô, o VLT é implantado majoritariamente ao nível do solo, com escavações mínimas e uso de composições mais leves, adequadas a pontes e viadutos menos robustos.

O sistema pode transportar, em média, 400 passageiros por veículo e, conforme estudos recentes, alcança velocidade média operacional de 23 km/h, com picos de até 50 km/h e velocidades mínimas de 16 km/h em trechos críticos.

A capacidade máxima do VLT gira em torno de 10 mil passageiros por hora em cada sentido, exigindo integração eficiente com linhas de ônibus alimentadores.

Saiba quanto custa cada quilômetro de metrô, VLT e BRT no Brasil e descubra por que um modal pode ser até 10 vezes mais barato.
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BRT: menor custo e rápida implantação

O BRT destaca-se pelo menor custo de implantação entre os três modais analisados.

O valor para construção de 1 km de corredor BRT varia entre US$ 7 milhões e US$ 15 milhões, ou entre R$ 35 milhões e R$ 78 milhões na cotação média de 2025.

O exemplo do corredor TransOeste, no Rio de Janeiro, reforça essa tendência: o projeto, que soma 56 km de extensão, teve investimento total de R$ 800 milhões, resultando em pouco mais de R$ 14 milhões por quilômetro.

Esse valor mais baixo decorre da simplicidade das intervenções, que envolvem faixas exclusivas concretadas, estações tubulares de pré-embarque e utilização de ônibus articulados ou biarticulados de fabricação nacional.

A obra é concluída, em geral, em dois a três anos.

A capacidade do sistema, de acordo com o dimensionamento atual, atinge até 30 mil passageiros por hora em cada sentido – abaixo dos valores máximos atribuídos aos sistemas ferroviários.

A manutenção das pistas, especialmente quando em asfalto, exige intervenções a cada cinco ou seis anos para evitar sobrecarga e quebra de veículos.

Saiba quanto custa cada quilômetro de metrô, VLT e BRT no Brasil e descubra por que um modal pode ser até 10 vezes mais barato.
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Fatores que impactam o custo por quilômetro

A variação de custos entre metrô, VLT e BRT está relacionada a três fatores principais:

  • Obras civis: Túneis subterrâneos e estações profundas elevam o valor do metrô em até oito vezes em comparação com corredores de superfície.
  • Material rodante: Trens de aço inox do metrô têm preço até sete vezes superior ao dos ônibus biarticulados.
  • Sistemas de energia e sinalização: No metrô, a alimentação elétrica e os sistemas automáticos de controle são mais caros que o abastecimento e operação dos ônibus, mesmo em frota eletrificada.

Capacidade, prazos e vida útil dos sistemas

Cada modal apresenta diferenças em capacidade máxima, prazo de implantação e durabilidade estrutural.

O metrô comporta mais de 50 mil passageiros por hora em cada sentido e dura mais de 40 anos antes de reformas estruturais profundas.

O VLT atende até 10 mil passageiros/hora/sentido, com velocidade média de 23 km/h, sendo indicado para trechos de média demanda.

O BRT, embora mais acessível em custos e prazos (dois a três anos), tem limite físico de 30 mil passageiros/hora/sentido e demanda manutenção frequente para manter a eficiência.

Critérios para escolha do modal de transporte

A seleção entre metrô, VLT e BRT envolve análise técnica do orçamento disponível, estimativa de demanda e cronogramas políticos.

Cidades com orçamento restrito e necessidade de rápida ampliação costumam adotar o BRT.

Regiões turísticas e com corredores históricos estreitos apostam no VLT.

Áreas metropolitanas com demanda concentrada priorizam o metrô ou monotrilho, mesmo diante do custo elevado por quilômetro.

A transparência dos custos de implantação de cada modal é fundamental para o controle social e o planejamento urbano sustentável.

Planejadores urbanos, gestores públicos e sociedade civil podem, assim, acompanhar de perto a aplicação de recursos e cobrar soluções compatíveis com a realidade e o futuro da mobilidade.

Diante dessas diferenças, para você, qual modelo de transporte atende melhor à demanda da sua cidade? O preço por quilômetro é o fator mais importante ou existem outras prioridades em jogo?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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