Mesmo que a Selic caia para 12,5% até o fim de 2026, o juro real brasileiro continuará acima de 8% ao ano, um dos mais altos do mundo.
O mercado financeiro já precifica que a Selic pode encerrar 2026 em 12,5%, mas isso não significa alívio completo para a economia. Mesmo nesse cenário, o juro real brasileiro ficará acima de 8% ao ano, um dos maiores do planeta, o que limita o espaço para cortes adicionais e reforça a atratividade da renda fixa como opção de investimento.
Segundo levantamento do portal Bora Investir, o juro real projetado para os próximos anos mantém o Brasil em posição de destaque negativo, atrás apenas de países com histórico de instabilidade, mas muito à frente de economias desenvolvidas. Enquanto os Estados Unidos pagam juros reais próximos de 2% e o Japão quase zero, o Brasil deve seguir com taxas quatro vezes maiores.
Por que a Selic não pode cair mais rápido
Hoje, a Selic está em torno de 14,9% ao ano, enquanto a inflação esperada para 2025 é de 4,8%. Esse descompasso gera um juro real próximo de 10% — nível considerado excessivo para um país emergente. A expectativa é de que a taxa caia gradualmente, mas fatores como o risco fiscal, a dívida pública em alta e as incertezas eleitorais limitam a velocidade desse movimento.
-
Americanos não gostaram: Argentina de Milei fecha negócios bilionários com a China e irrita o governo de Donald Trump
-
Ar-condicionado “elimina” horário de verão: pico de consumo de energia mudou para a tarde e medida não gera mais economia, diz governo
-
TecBan habilita 24 mil caixas eletrônicos para saques com UnionPay no Brasil e aposta na comunidade chinesa e no turismo para movimentar bilhões
-
Em evento de uma hora, governo Trump lança plano pró-carvão de R$ 3 bi, mas termo “mudança climática” não foi mencionado uma única vez
Outro ponto é o câmbio. Quanto menor o diferencial entre os juros do Brasil e dos EUA, maior a pressão sobre o dólar. Se a Selic cair demais sem equilíbrio fiscal, investidores podem retirar recursos do país, desvalorizando o real.
O que isso significa para os investimentos
Na prática, a perspectiva de juros altos por mais tempo mantém a renda fixa entre as aplicações mais atrativas. Títulos do Tesouro IPCA+ oferecem taxa real próxima de 7% ao ano, enquanto debêntures isentas chegam a IPCA+9%. Esses retornos são superiores aos de muitos ativos internacionais e garantem proteção contra a inflação.
Por outro lado, a Bolsa pode perder fôlego se os juros não recuarem como o esperado, já que o custo de capital continua elevado. Investidores mais conservadores tendem a priorizar CDI, Tesouro Selic e CDBs, que seguem pagando prêmios relevantes.
Impacto na economia brasileira
A manutenção do juro real acima de 8% ao ano significa que o Brasil continuará enfrentando dificuldades para crescer de forma sustentada. O crédito segue caro, empresas adiam investimentos e famílias encontram barreiras para financiar consumo. Ainda assim, a política monetária busca equilibrar inflação e estabilidade cambial, mesmo sacrificando parte do dinamismo da economia.
O mercado já aposta que a Selic vai cair até 12,5% em 2026, mas isso não muda o fato de que o Brasil continuará com um dos juros reais mais altos do mundo. Essa realidade reforça a atratividade da renda fixa, mas limita o crescimento econômico.
E você, acha que o Banco Central deveria acelerar a queda da Selic ou manter o ritmo lento para evitar riscos no câmbio e na inflação? Deixe sua opinião nos comentários queremos saber como você enxerga o futuro dos juros no Brasil.
Quer que eu monte também uma tabela comparativa entre Selic, inflação e rentabilidade de diferentes investimentos, para deixar ainda mais visual e didático para o leitor?
Aumentar a taxa de juros