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Mercado de armazenamento triplica e deve atingir R$ 2,2 bilhões de movimentação em 2025

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 07/11/2025 às 07:29
Unidade de armazenamento de energia renovável Iberdrola com céu parcialmente limpo ao fundo.
Container da Iberdrola usado para armazenamento de energia renovável, instalado em área industrial, sob um céu com poucas nuvens
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Mercado de armazenamento triplica e deve movimentar R$ 2,2 bilhões até 2025, impulsionado por queda de custos e expansão de sistemas de baterias no Brasil.

O mercado de armazenamento triplica no Brasil e, portanto, se consolida como um setor estratégico para o desenvolvimento da infraestrutura elétrica.

Projeções recentes indicam que até 2025, o mercado brasileiro de armazenamento de energia com baterias deverá movimentar cerca de R$ 2,2 bilhões, ou seja, mais do que o triplo dos R$ 700 milhões registrados em 2024.

Esse crescimento reflete não apenas avanços tecnológicos, mas também mudanças significativas na matriz energética e, consequentemente, no comportamento dos consumidores, que buscam cada vez mais autonomia e eficiência no uso da eletricidade.

Historicamente, o Brasil sempre concentrou sua matriz energética em fontes hidráulicas. Desde a construção de grandes usinas no século XX, o país apostou na energia hidrelétrica como pilar para o desenvolvimento industrial e urbano.

No entanto, crises hídricas e a crescente demanda por eletricidade demonstram que depender apenas de uma fonte principal apresenta riscos.

Por isso, o armazenamento de energia surge como uma solução complementar, permitindo maior flexibilidade e segurança no fornecimento de energia. Além disso, essa tecnologia contribui para a modernização do setor elétrico como um todo.

Ademais, o avanço tecnológico das baterias contribui significativamente para a expansão do mercado. Novos materiais, sistemas de gestão energética mais sofisticados e maior eficiência de armazenamento tornam as baterias mais duráveis e confiáveis.

Como resultado, empresas de diversos setores podem adotar soluções personalizadas, integrando sistemas de armazenamento a projetos de energia renovável e iniciativas de eficiência energética.

Crescimento impulsionado por redução de custos e expansão tecnológica

Além disso, a consultoria CELA (Clean Energy Latin America), especializada em assessoria financeira e estratégica para o setor de transição energética, estima que os sistemas de armazenamento poderão comercializar entre 1,3 GWh e 2,5 GWh em 2025.

Isso inclui, portanto, contratações em leilões públicos, como o SISOL na Amazônia, e aplicações privadas em empresas de comércio, serviços e residências com sistemas de backup.

Dessa forma, esse aumento expressivo reforça a ideia de que o mercado de armazenamento triplica, tornando-se cada vez mais relevante para o setor energético brasileiro.

Um dos principais fatores que impulsionam esse crescimento é a queda significativa nos preços dos equipamentos. Em 2024, os valores dos sistemas de baterias caíram cerca de 40%, e, consequentemente, projeções indicam nova redução superior a 15% até o final de 2025.

Dessa maneira, essa diminuição nos custos torna o investimento em armazenamento de energia mais acessível e atraente, abrindo caminho para uma expansão acelerada do setor.

Além disso, a tecnologia de armazenamento oferece vantagens operacionais importantes. Por exemplo, as baterias permitem que as empresas desloquem o consumo de energia dos horários de ponta para períodos de menor tarifa, contribuindo para a redução de custos e aumento da eficiência energética.

Portanto, para empresas comerciais e industriais, essa prática pode gerar economia significativa, além de maior controle sobre o consumo e planejamento energético.

Ainda mais, o armazenamento facilita a integração de fontes renováveis à rede elétrica. A energia solar e eólica apresentam geração variável ao longo do dia, mas quando combinadas com sistemas de armazenamento, tornam-se mais previsíveis e estáveis.

Isso aumenta, portanto, a confiabilidade do sistema elétrico e permite que empresas reduzam sua dependência da energia fornecida por concessionárias tradicionais.

Modelos de negócios e autonomia energética

O mercado de armazenamento triplica também devido a novos modelos de negócios que facilitam o acesso à tecnologia.

Atualmente, predominam duas formas de investimento. Primeiramente, o investimento direto do consumidor, que assume os riscos, possui o ativo e usufrui integralmente dos benefícios.

Em segundo lugar, o modelo “as a service”, em que o consumidor compartilha os ganhos de economia e segurança energética enquanto o prestador de serviço mantém a propriedade do sistema e realiza sua manutenção.

Dessa forma, esses modelos ampliam o alcance do armazenamento de energia, permitindo que empresas de diferentes portes adotem a tecnologia de forma viável.

Além disso, outro aspecto estratégico das baterias é a capacidade de garantir autonomia em caso de falhas no fornecimento de energia. Os sistemas oferecem backup de até três horas, com acionamento quase imediato, em cerca de 0,3 segundos.

Portanto, essa característica se torna particularmente importante para setores que dependem de energia contínua, como hospitais, indústrias de transformação e serviços de tecnologia, onde interrupções geram prejuízos significativos.

O crescimento do mercado também depende de políticas públicas e regulamentações específicas. Incentivos adequados e metas claras podem acelerar a adoção do armazenamento, tornando o Brasil mais competitivo no cenário global de energia limpa.

Ademais, estima-se que, com as condições ideais, a capacidade instalada de sistemas de armazenamento poderia ultrapassar 18,2 GW, considerando inclusive os sistemas “behind the meter”, instalados por indústrias, comércios, propriedades rurais e residências.

Dessa maneira, esse potencial evidencia que o mercado de armazenamento triplica não apenas em termos de movimentação financeira, mas também em impacto estratégico e tecnológico.

Evolução histórica e perspectiva de longo prazo

Historicamente, a evolução do armazenamento de energia no país acompanhou a expansão da matriz elétrica e o surgimento de tecnologias complementares.

Desde pequenas baterias utilizadas em áreas isoladas até sistemas complexos conectados à rede elétrica, o setor consolidou-se como peça-chave na transição para fontes renováveis, como solar e eólica.

Dessa forma, o desenvolvimento desses sistemas permite que a energia gerada em horários de baixa demanda seja armazenada e utilizada quando necessário, equilibrando oferta e consumo.

A perspectiva de longo prazo também é animadora. De acordo com análises da CELA, o mercado brasileiro de armazenamento deve crescer 12,8% ao ano até 2040, podendo atingir um incremento de até 7,2 GW de capacidade instalada no período.

Sob as regras atuais, esse avanço poderia movimentar mais de US$ 12,5 bilhões anuais, refletindo a importância econômica do setor.

Com políticas adequadas, o potencial é ainda maior, consolidando o mercado de armazenamento triplica como um segmento estratégico e sustentável.

Além dos benefícios econômicos e operacionais, o armazenamento de energia contribui para a redução de emissões de carbono, alinhando o setor energético brasileiro com as metas globais de descarbonização.

Ademais, a integração de baterias com fontes renováveis, como solar e eólica, permite maior utilização da energia limpa, diminuindo a dependência de usinas térmicas e combustíveis fósseis.

Portanto, esse aspecto reforça a relevância do crescimento do mercado para a sustentabilidade e para a segurança energética nacional.

Ainda mais, a adoção do armazenamento incentiva a inovação em automação, inteligência artificial e monitoramento de consumo.

Empresas que utilizam baterias inteligentes conseguem otimizar operações, reduzir desperdícios e planejar estratégias de expansão mais eficientes, criando assim um ciclo virtuoso de tecnologia e economia.

O futuro do mercado de armazenamento no Brasil

Em resumo, o crescimento do mercado de armazenamento triplica evidencia uma transformação profunda no setor elétrico brasileiro.

Dessa forma, a combinação de redução de custos, inovação tecnológica, modelos de negócio flexíveis e políticas regulatórias favoráveis cria um cenário promissor.

O Brasil caminha para uma matriz energética mais segura, eficiente e sustentável, com o armazenamento de energia ocupando um papel central nesse processo.

Além disso, o futuro do setor mostra que as baterias deixarão de ser apenas um equipamento auxiliar e se tornarão um ativo estratégico para empresas e consumidores, proporcionando economia, segurança e autonomia.

Com o avanço esperado para os próximos anos, o mercado de armazenamento triplica não é apenas uma projeção financeira, mas um reflexo da transformação estrutural e tecnológica da energia no país.

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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