Brincadeira que sugere anexação de Portugal ao Brasil reacende debates sobre preconceito e relações históricas
O meme “Guiana Brasileira” virou febre nas redes sociais em 2025, transformando Portugal em alvo de piadas sobre anexação ao Brasil. A repercussão expôs casos de xenofobia e acendeu discussões sobre discriminação e identidade cultural.
Meme “Guiana Brasileira” gera polêmica entre brasileiros e portugueses
Desde o início de 2025, o meme “Guiana Brasileira” vem dominando plataformas como TikTok, X e Instagram. A ideia satiriza Portugal como um novo estado brasileiro, com frases como “Lisboa agora se chama Vitória da Reconquista” e “somos todos brasileiros”. O conteúdo viral ganhou força e gerou uma avalanche de comentários, piadas e montagens.
Enquanto muitos brasileiros embarcaram na brincadeira, criando versões cada vez mais elaboradas, incluindo até uma falsa página na Wikipédia anunciando a “anexação oficial” de Portugal, parte dos portugueses se mostrou incomodada. A influenciadora Nokas criticou a sequência de piadas que, segundo ela, diminuem a cultura portuguesa. Já a usuária Bruna Filipa alertou para os exageros, especialmente nos comentários depreciativos sobre o sotaque lusitano.
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Reação ao meme reacende debate sobre xenofobia contra brasileiros em Portugal
A resposta ao meme “Guiana Brasileira” escancarou um tema delicado: a xenofobia enfrentada por brasileiros em Portugal. De acordo com a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), em 2021 foram registradas 109 queixas formais de xenofobia contra brasileiros, um salto de 142% em relação a 2018.
Entre as denúncias estão dificuldades para alugar imóveis, conseguir empregos, além de ofensas e agressões. Relatos apontam que a discriminação não está ligada à etnia, mas à nacionalidade brasileira. Mulheres, por exemplo, enfrentam estereótipos ligados à prostituição, enquanto homens são vistos com desconfiança.
Meme “Guiana Brasileira” expõe tensões históricas e sociais
O meme “Guiana Brasileira”, que começou como piada, rapidamente se transformou em gatilho para discussões sérias sobre preconceito, colonização e identidade nacional. Brasileiros argumentam que a brincadeira reflete uma inversão simbólica diante de episódios de discriminação já vivenciados por imigrantes no país europeu.
Apesar do tom humorístico, o episódio mostra como memes e tendências digitais podem reacender temas históricos mal resolvidos. A resposta portuguesa mistura bom humor e indignação, evidenciando a linha tênue entre sátira cultural e ofensa internacional.