Nova tecnologia de TV aberta exigirá mudanças nos aparelhos e pode tornar obsoletos até modelos mais recentes. Consumidores terão que adaptar seus dispositivos ou investir em novos para acessar todos os recursos da TV 3.0.
O avanço tecnológico na transmissão televisiva no Brasil deve provocar uma significativa mudança no consumo de aparelhos eletrônicos.
Um novo decreto, prestes a ser oficializado pelo governo federal, visa a implantação da chamada TV 3.0 no país.
A medida, segundo informações do portal Metrópoles, embora prometa transformar a experiência do telespectador, exigirá que a maioria dos brasileiros substitua suas atuais televisões ou adquira conversores para acessar os novos recursos.
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A nova geração de TV aberta, conhecida como TV 3.0, vai além da alta definição e da interatividade limitada oferecida atualmente.
Essa tecnologia propõe a integração total entre a programação convencional e os serviços digitais, permitindo que os usuários assistam aos canais por meio de aplicativos no celular, além de navegarem por conteúdos sob demanda diretamente pela televisão.
No entanto, a maioria das Smart TVs hoje disponíveis no mercado não será compatível com o novo padrão, o que torna necessária a compra de novos equipamentos ou de um adaptador específico.
Mesmo os aparelhos considerados mais modernos poderão se tornar obsoletos diante das exigências técnicas da nova transmissão.
Segundo o previsto, a TV 3.0 exigirá recursos de conectividade e processamento que não estão presentes na maior parte dos modelos atualmente disponíveis.
Embora o sistema ainda esteja em fase de testes, a expectativa é de que os primeiros adaptadores cheguem ao mercado nos próximos meses, com valor estimado em R$ 400.
Conversores para TV 3.0 serão essenciais na transição
A indústria de eletrônicos ainda não dispõe de televisores com suporte à TV 3.0, o que reforça a necessidade dos conversores.
Esses aparelhos, desenvolvidos especificamente para adaptar a tecnologia aos equipamentos atuais, serão fundamentais para que os consumidores tenham acesso à nova forma de assistir à TV aberta.
O decreto que estabelece a adoção da TV 3.0 foi enviado pelo Ministério das Comunicações à Casa Civil em dezembro do ano anterior.
A previsão é de que seja editado oficialmente durante o segundo semestre, estabelecendo diretrizes para a transição e para a fabricação de novos dispositivos compatíveis com o sistema.
Durante esse período de transição, estimado em até dez anos, os consumidores ainda poderão assistir à programação convencional, sem necessidade imediata de atualização.
No entanto, quem quiser aproveitar os benefícios da nova tecnologia — como imagem com qualidade superior, interatividade e personalização — terá que se adequar às novas exigências.
Novas funcionalidades da TV 3.0 com foco em interatividade
Com a chegada da TV 3.0, a experiência televisiva ganhará funcionalidades até então restritas a plataformas de streaming.
A tecnologia permitirá que o usuário interaja com o conteúdo em tempo real e receba sugestões personalizadas de programação, com base em seu histórico de navegação e preferências.
Além disso, as emissoras poderão oferecer catálogos sob demanda, incluindo séries, programas e eventos esportivos.
Empresas como Globo, SBT e Band deverão utilizar o novo sistema para comercializar produtos diretamente durante suas atrações.
Por exemplo, será possível adquirir, em tempo real, roupas ou itens mostrados nas novelas e programas de auditório.
A publicidade também passará por uma revolução.
Com os dados de comportamento dos telespectadores, os anúncios poderão ser direcionados de maneira personalizada, o que representa um novo modelo de negócio para as emissoras e maior efetividade para os anunciantes.
Governo avalia medidas para ampliar o acesso
Para evitar que parte da população fique excluída da nova tecnologia, o governo federal analisa políticas públicas de apoio à inclusão digital.
Entre as alternativas avaliadas está a distribuição gratuita de adaptadores para famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único, programa que concentra os dados dos beneficiários de programas sociais.
Outra possibilidade em estudo envolve a criação de linhas de financiamento para que a indústria possa acelerar a produção dos conversores em larga escala, reduzindo os custos e ampliando o acesso à tecnologia.
Essas medidas, no entanto, ainda não foram detalhadas oficialmente e dependem de aprovação orçamentária e regulamentação.
A implantação da TV 3.0 representa um marco na evolução da radiodifusão no Brasil, mas traz consigo desafios significativos.
Enquanto a indústria se mobiliza para atender às novas demandas, consumidores já se preparam para mudanças inevitáveis em seus hábitos de consumo.
Diante dessa iminente medida do governo, resta saber: os brasileiros estão prontos — e dispostos — a investir em novos aparelhos para acompanhar essa revolução na TV aberta?