O Brasil depende do mar para sustentar sua economia, com 95% do comércio exterior e 90% da produção de petróleo passando por suas águas. Essa dependência expõe o país a riscos estratégicos
Com a economia brasileira fortemente dependente das rotas marítimas para o comércio e a energia, manter uma Marinha poderosa tornou-se essencial para garantir a segurança e a continuidade do país.
No mês de março, o ministério de Portos e Aeroportos confirmou com números que o Brasil mantém uma das maiores dependências marítimas do mundo para sustentar sua economia.
Brasil depende do mar para manter comércio exterior e energia
Cerca de 95% de todo o comércio exterior brasileiro passa por vias marítimas, movimentando bilhões de dólares em exportações e importações todos os anos.
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Essa rota concentra o escoamento de produtos como minério de ferro, soja, milho, carnes, petróleo e celulose — principais itens da pauta comercial do país.
Com isso, qualquer crise logística ou bloqueio em portos e rotas oceânicas pode afetar de forma imediata o abastecimento interno e a balança comercial.
A dependência não se limita às exportações. No setor energético, os números revelam um cenário ainda mais concentrado.
Segundo dados recentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mais de 95% do petróleo brasileiro é extraído de campos marítimos, especialmente nas reservas do pré-sal.
Já a produção de gás natural também se apoia fortemente no mar. Embora haja extração terrestre em estados como Amazonas e Bahia, entre 80% e 88% do gás nacional provém de plataformas offshore, conforme boletins mensais da ANP. Em alguns períodos, esse percentual se aproxima dos 90%.
Esses dados revelam o grau de vulnerabilidade do Brasil a bloqueios marítimos, crises logísticas ou gargalos portuários.
Qualquer interrupção significativa no tráfego marítimo teria efeito direto e imediato sobre a balança comercial, a arrecadação e o abastecimento interno de diversos insumos industriais e alimentos.
Brasil precisa de submarinos modernos e tecnológicos
Em entrevista ao programa WW Especial, da CNN Brasil, o diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, almirante Alexandre Rabello de Faria, destacou o fato da economia brasileira está profundamente atrelada ao mar, cuja segurança é vital para o funcionamento do país.
Rabello lembrou que o Brasil foi envolvido nos dois últimos conflitos mundiais após ataques de submarinos ao comércio marítimo nacional.
Para ele, isso mostra que, se algum país quiser inviabilizar o Brasil, o caminho mais provável será o mar.
Limitações dos submarinos convencionais
Como a costa brasileira é extensa, exige meios de defesa ágeis e com grande autonomia.
Ele exemplificou que um submarino convencional, movido a diesel-elétrico, levaria cerca de 15 dias para sair do Sul ou Sudeste e chegar ao Foz do Amazonas.
Já um submarino nuclear faria esse mesmo percurso em cerca de 3 dias, o que garantiria maior capacidade de resposta e dissuasão contra possíveis ameaças externas que se aproximem do território brasileiro.
Situação atual do Submarino nuclear brasileiro
O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) avança decisivamente para dotar o Brasil de um submarino com propulsão nuclear — o Álvaro Alberto — e reforçar sua autonomia estratégica nos mares da Amazônia Azul.
Situação Atual
Em 2025, contratos importantes foram assinados entre a Marinha do Brasil e a Naval Group da França, totalizando mais de € 526 milhões, para serviços de engenharia especializada, peças e montagem eletromecânica de estruturas.
O Álvaro Alberto — designado SN-10 — tem previsão de entrega para a partir de 2034.
Enquanto isso, a Marinha já possui dois submarinos convencionais da classe Riachuelo operacionais: Riachuelo (S-40) desde 2022, Humaitá (S-41) desde janeiro de 2024.
Desafios e Financiamento
Para manter o cronograma de entrega do submarino nuclear no horizonte de 2034-2035, a Marinha estima que será necessário um aporte orçamentário adicional de pelo menos R$ 1 bilhão por ano sobre o que já se investe.
Caso isso não ocorra, a previsão de entrada em operação pode atrasar para fim da década de 2030 ou início dos anos 2040.
O Álvaro Alberto representa um salto tecnológico e estratégico para o Brasil: com propulsão nuclear — autonomia muito maior, capacidade de patrulhar longos períodos em imersão, monitorar águas profundas e rotas marítimas, além de dissuasão contra potências extrarregionais.
Defesa antecipada e monitoramento oceânico
Rabello também defendeu que a proteção não deve se limitar à costa, mas afastar as ameaças do território nacional.
Para isso, considera essencial um sistema capaz de alertar sobre perigos no mar, como ocorre com a Força Aérea no espaço aéreo e com o Exército nas fronteiras terrestres.
Ele classificou a fronteira marítima como a mais vulnerável do Brasil e disse que ela precisa de vigilância permanente e estruturada.
Frota nuclear como resposta estratégica
A resposta da Marinha, segundo Rabello, é o projeto de construção de submarinos nucleares, iniciado há quase 50 anos.
Ele afirmou que essa é a forma mais adequada de garantir uma dissuasão militar real diante de ameaças externas.
Para ele, uma frota nuclear, mesmo que pequena, seria suficiente para impedir que forças estrangeiras se posicionem próximas à costa brasileira, inclusive sob o pretexto de combater o narcotráfico.
O Brasil tem se projetado no cenário mundial como uma potência em alguns segmentos e, nada mais que imprescindível a ampliação do seu arsenal bélico-militar com uma defesa que empregue tecnológica de última geração aéreo, marítimo e terrestre, em defesa da nossa soberania.
Com este Almirantado ineficiente, é melhor não jogar dinheiro no lixo.
****. Deve fazer parte dos Viralatas, traidores da patria