O Brasil depende do mar para sustentar sua economia, com 95% do comércio exterior e 90% da produção de petróleo passando por suas águas. Essa dependência expõe o país a riscos estratégicos e, segundo a Marinha, exige meios mais rápidos e potentes de defesa para proteger a costa nacional.
O diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Alexandre Rabello de Faria, afirmou que o Brasil depende profundamente do mar para manter sua economia ativa e segura.
Segundo ele, 95% do comércio exterior brasileiro passa pelo mar, além de 90% da extração de petróleo e 80% do gás do país. Também destacou a crescente importância da pesca nessa área.
“Brasil é absolutamente dependente do marco. O 95% em volume do nosso comércio exterior trafega pelo mar. Eh, 90% da nossa extração de petróleo vem do mar, 80% do gás, cada vez mais pescados,” afirmou.
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Rabello lembrou que o Brasil foi envolvido nos dois últimos conflitos mundiais após ataques de submarinos ao comércio marítimo nacional. Para ele, isso mostra que, se algum país quiser inviabilizar o Brasil, o caminho mais provável será o mar.
Limitações dos submarinos convencionais
Segundo o diretor, a costa brasileira é extensa e exige meios de defesa ágeis e com grande autonomia.
Ele exemplificou que um submarino convencional, movido a diesel-elétrico, levaria cerca de 15 dias para sair do Sul ou Sudeste e chegar ao Forte do Amazonas.
Já um submarino nuclear faria esse mesmo percurso em cerca de 3 dias, o que garantiria maior capacidade de resposta e dissuasão contra possíveis ameaças externas que se aproximem do território brasileiro.
Defesa antecipada e monitoramento oceânico
Rabello também defendeu que a proteção não deve se limitar à costa, mas afastar as ameaças do território nacional.
Para isso, considera essencial um sistema capaz de alertar sobre perigos no mar, como ocorre com a Força Aérea no espaço aéreo e com o Exército nas fronteiras terrestres.
Ele classificou a fronteira marítima como a mais vulnerável do Brasil e disse que ela precisa de vigilância permanente e estruturada.
Frota nuclear como resposta estratégica
A resposta da Marinha, segundo Rabello, é o projeto de construção de submarinos nucleares, iniciado há quase 50 anos. Ele afirmou que essa é a forma mais adequada de garantir uma dissuasão militar real diante de ameaças externas.
Para ele, uma frota nuclear, mesmo que pequena, seria suficiente para impedir que forças estrangeiras se posicionem próximas à costa brasileira, inclusive sob o pretexto de combater o narcotráfico.