A Marinha do Brasil assinou acordos para reforçar a segurança da central nuclear de Angra com tecnologia antidrones. Dois navios anfíbios britânicos devem ser incorporados à frota. E vem aí um míssil nacional com mais de 100 km de alcance.
A Marinha do Brasil está em plena transformação. Em um pacote estratégico para fortalecer a defesa nacional, a força naval firmou três acordos de peso: proteção aérea contra drones em área sensível, compra de navios anfíbios de assalto e o desenvolvimento de um novo míssil antinavio com alcance superior a 100 km.
O anúncio foi feito em meio à LAAD 2024, maior feira de defesa da América Latina. Mais do que compras pontuais, os acordos fazem parte de um reposicionamento da Marinha do Brasil diante de ameaças modernas e da necessidade de mais autonomia tecnológica.
Tecnologia contra drones: proteção máxima em Angra
A primeira medida reforça a segurança da central nuclear de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O local, considerado estratégico e sensível, ganhará um sistema antidrones completo — capaz de detectar, rastrear e neutralizar ameaças aéreas não tripuladas.
-
Dependência dos EUA cobra preço alto: tarifaço ameaça R$ 1 bi em perdas no Planalto Norte e coloca 800 empregos em risco ao atingir setor madeireiro
-
De 7 mil anos de uso histórico e 60 bilhões de dólares por ano à produção em massa: como o Bambu saiu das aldeias para dominar a indústria global de utensílios e construção
-
O Brasil é o maior produtor de café do mundo — mas as marcas mais vendidas no país são dominadas por empresas estrangeiras; saiba quais são
-
Clássica cerveja alemã de 1602 deixa as fronteiras do país e será produzida em SP com tradição bávara, sabor único e preço acessível
Esse sistema será operado pela Marinha do Brasil, com apoio de empresas especializadas no setor de defesa. A tecnologia permite a “blindagem” digital do espaço aéreo da central, evitando espionagem, acidentes ou até possíveis ataques coordenados por drones.
Do Reino Unido para a Marinha do Brasil: navios para projeção de força
Outro acordo importante prevê a incorporação de dois navios anfíbios da classe Albion: o HMS Albion e o HMS Bulwark, ambos atualmente em processo de desativação pela Marinha Real britânica.
Essas embarcações são verdadeiras fortalezas flutuantes: medem mais de 176 metros, transportam tropas, veículos blindados, lanchas de desembarque e ainda possuem pista para helicópteros. A chegada deles vai aumentar significativamente a capacidade da Marinha do Brasil em atuar em desastres naturais, missões humanitárias e operações de combate em regiões costeiras.
A expectativa é que, após reformas e adaptações, os dois navios estejam prontos para operar com bandeira brasileira até 2026.
Míssil brasileiro com alcance de 100 km? Vem aí
O terceiro movimento é mais ousado: um novo míssil antinavio de longo alcance, com tecnologia desenvolvida no Brasil. O projeto, firmado com a empresa SIATT (Sistema Integrado de Alto Teor Tecnológico), prevê a criação de um armamento capaz de atingir alvos a mais de 100 km de distância.
Além de aumentar a capacidade de dissuasão naval, esse tipo de míssil pode ser usado em corvetas, fragatas e até submarinos. A ideia é reduzir a dependência externa e reforçar o parque industrial de defesa nacional.